As casas do arquiteto Jorge Hue festejam a elegância, o conforto e a brasilidade. O mestre, hoje com 89 anos, sonhou com esta casa durante anos. Em 1968, arquitetou-a, construiu-a e viveu nela com Dona Ana Luísa e seus sete filhos por mais de 30 anos, até ser recentemente adquirida pelos novos proprietários.
Assim como a Waterfall House de Frank Lloyd Wright, a casa projetada por Hue brota em relevo acidentado. “Coloquei nela tudo que amava. Não fiz concessão a nenhum modismo besta. É uma casa espaçosa, esparramada no terreno, mas sem agredi-lo, assim como a orquídea se acomoda no galho da árvore. Foi construída com muito amor”, conta o senhor arquiteto, com saudoso orgulho.
Em 2011, o destino fez com que o projeto de reforma encomendado pelos novos donos coubesse a outro importante nome da arquitetura carioca, Paulo Jacobsen, que, coincidentemente, por ser amigo dos filhos de Hue, teve o prazer de frequentá-la na adolescência. A reforma centrou-se na reorganização dos espaços em torno da vida dos novos moradores.
O jardim – um esplendor, xodó do casal – leva a assinatura da paisagista Paula Bergamin. “Foram plantadas mais de 50 árvores nativas, entre ipês, quaresmeiras, pitangueiras, jabuticabeiras, pau-mulato, pau-jacaré, palmitos-juçara e tantas outras”, explica. A propriedade é uma bela releitura da arquitetura colonial brasileira, numa escala apropriada ao século 20.
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