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quarta-feira, 8 de maio de 2013
Confissões inusitadas, por Candy Chang
Ser um livro completamente aberto é uma utopia. Não há nenhuma pessoa que não tenha dentro de si um segredo escondido, calejado pelo tempo e pela ânsia de não poder compartilhá-lo com ninguém. Segredos guardados a sete chaves, todo mundo os têm. Mas a artista Candy Chang trouxe a tona uma proposta irresístivel: e se você pudesse confessar seus segredos anonimamente?
© Candy Chang, "Confessions".
Ter segredos faz parte da vida. Nossa infância, repleta de pequenas travessuras que seriam repreendidas veementemente pelos pais ao serem descobertas, é apenas o início de uma existência cheia de coisas inconfessáveis. Já adultos e completamente torturados pelos ditames sociais, sufocamos ainda mais nossos desejos secretos e pequenos (ou grandes) delitos. Segredos que não conseguimos compartilhar nem mesmo com o melhor amigo, que calam fundo no peito e nos fazem engolir a ansiedade da partilha.
Em meio ao caos dos segredos inconfessáveis, a artista Candy Chang resolveu dar às pessoas a chance de confessar, sem pudores, seus mais secretos sonhos, desejos e anseios. Na sua exposição, que aconteceu de julho a agosto de 2012 no Hotel Cosmopolitan em Las Vegas, Candy abriu ao público a possibilidade de adentrar em um mundo de plena liberdade. Aliás, a escolha de Vegas não poderia ser mais oportuna: afinal “O que acontece em Vegas, fica em Vegas”, e isso, aliado ao anonimato, permitiu ao público botar pra fora o que poderia estar guardado há tempos. A exposição reuniu mais de 1500 pessoas que de uma certa forma puderam aliviar o peso que carregavam consigo.
© Candy Chang, "Confessions".
© Candy Chang, "Confessions".
“Eu vendi heroína para meu amigo e ele arruinou sua vida”. “Amo gatos e odeio minha irmã”. “Eu roubei mais de 15 mil dólares da empresa onde trabalho”. “Eu tenho medo de morrer jovem como a minha mãe”. “Detesto todos os meus amigos que estão tendo filhos e se tornando pessoas tediosas”. “Eu sou apaixonada pelo meu melhor amigo”. “Eu gosto mais de pornografia do que o meu marido”.
As frases acima são alguns dos exemplos das confissões compartilhadas. Candy disponibilizou cabines discretas e depois selecionou diversos segredos para expor em telas maiores, dando a oportunidade para que todos pudessem ler e se identificar com as palavras expurgadas uns dos outros.
© Candy Chang, "Confessions".
© Candy Chang, "Confessions".
A inspiranção de Chang veio de santuários xintoístas, onde orações são escritas e partilhadas por pessoas do mundo inteiro. Cada transeunte que por ali passou era uma pessoa carregada de medos, saudades, ansiedades e confusões. E que teve a possibilidade de trazer à tona seus maiores segredos e também de acreditar que não estava sozinho. Ali as pessoas encontraram uma forma de purificar sua alma e, claro, exercitar seu lado voyeur.
E você? Quais os seus segredos? Por acaso teria coragem de expô-los se isso pudesse ser feito anonimamente? Sendo sua resposta sim ou não, o fato é que ninguém está livre desse fardo. Confesse.
© Candy Chang, "Confessions".
© Candy Chang, "Confessions".
© Candy Chang, "Confessions".
© Candy Chang, "Confessions".
© Candy Chang, "Confessions".
As imagens foram gentilmente cedidas pela artista e estão disponíveis em seu site.
Fonte: The Atlantic Cities
Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2013/05/confissoes_por_candy_chang.html#ixzz2SkjxiSHv
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