Assim era Liszt. Amado pelas mulheres, admirado pelos homens, Franz - ou Ferenc, em húngaro -
nasceu a 22 de outubro de 1811, em Haiding, na Hungria. Seu pai era administrador da famosa família Esterházy, para que o músico Joseph Haydn trabalhou toda sua vida.
Seu talento precoce ao piano surpreendeu a nobreza local. Ao tentar entrar para o conservatório de Paris, foi impedido pelo diretor "por ser estrangeiro". O diretor era o italiano (?) Luigi Cherubinni... Sem se abater, estuda com professores particulares.
Festejado como virtuose, foi para Viena, a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos. Estudou com Antonio Salieri e Carl Czerny, este último, por sua vez, aluno de Beethoven.
Decide ficar em Paris, onde seu talento como virtuose destaca-se. Sua técnica ao piano é insuperável. Executa à primeira vista partituras dificílimas. Suas próprias músicas são também de extrema dificuldade.
Seu pai morre em Paris, mas Liszt decide ficar na cidade. Em pouco tempo, torna-se presença constante nos meios artísticos e intelectuais da cidade-luz. Entre seus amigos encontramos Chopin, Berlioz, Schumann, Victor Hugo, Lamartine, Heinrich Heine e outros grandes nomes do movimento Romântico, do qual Liszt é um dos expoentes máximos.
Em 1842 vai para Weimar, assumindo o cargo de mestre-capela (uma espécie de diretor musical). Essa mudança é fundamental em sua vida: passa a ter um crescente interesse pela música orquestral e pela ópera italiana. Nessa época conhece um músico que ainda terá grande importância: Richard Wagner.
Ao mesmo tempo que o Liszt pianista era amado pelos artistas da europa, o Liszt homem não foi esquecido pelas mulheres. De um encontro na casa de Chopin nasceu a paixão pela condessa Marie d'Agoult, com quem teve três filhos: Blandine-Rachel, Daniel e Cósima - futura esposa de Wagner.
Sob seus auspícios, Weimar destaca-se como centro de peregrinação musical. Inúmeros compositores vêm até essa cidade, sequisos de conhecer o famoso pianista húngaro. Mas nem tudo vai bem. Após alguns anos de convívio comum, Lizst rompe com a condessa d'Agoult. Em 1861, Lizst deixa a corte deWeimar, partindo para Roma, com a intenção explícita de se tornar padre. Recebe as ordens menores em 1865, mas não chega a ser sagrado padre.
Logo está de volta a sua vida normal: turnês de concertos e novos casos amorosos. O último deles, com a princesa Carolina Von Saint-Wittgenstein, termina com a recusa do Papa em legalizar sua união. O "abade" Liszt, como gostava de ser chamado, entra na última fase de sua vida.
Verá ainda sua filha Cosima, após uma série de problemas, abandonar seu marido, o ex-aluno de Lizst Hans Von Bellow em favor de Wagner. Presenciará, em Bayreuth, o triunfo de seu genro.
Falece nesta mesma cidade, em 31 de julho de 1886.
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