"A moça trabalhava como voluntária numa loja de roupas usadas, num brechó de um hospital.
Certo dia, conta ela, adentrou a loja certa senhora bastante obesa. Logo a atendente pensou, entristecida: Puxa... Ela não vai encontrar nada na numeração dela...
A partir daquele momento, ficou bastante apreensiva, conforme observava a senhora passando de arara em arara, procurando algo.
Pensava numa forma de evitar que a cliente se sentisse mal, uma vez que tinha certeza de que não encontraria nada que lhe servisse. Não queria que ela se sentisse excluída e nem que a questão de seu sobrepeso viesse à tona, deixando a estranha sem jeito.
Fez, então, uma breve oração, pedindo uma luz para se sair bem daquela situação delicada, evitando que a senhora passasse por qualquer tipo de humilhação naquele momento.
Foi quando o esperado aconteceu. A cliente se dirigiu à moça e afirmou, um pouco entristecida e constrangida:
É... Não tem nada grande, não é?
E a moça, que até aquele instante não soubera o que fazer, abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu, sorrindo: Quem disse??! É claro que tem! Olha só o tamanho deste abraço! - E a abraçou com muito carinho.
A loja toda parou para observar a cena inusitada e bela.
A senhora, pega de surpresa, entregou-se àquele abraço acolhedor, deixou-se tomar por algumas lágrimas discretas e exclamou:
Há quanto tempo ninguém me dava um abraço...
Depois de alguns instantes, buscando se recompor, ainda emotiva, finalizou a conversa breve dizendo:
Não encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava..."
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