2. Anacoluto – Bastante comum na linguagem coloquial, caracteriza-se por deixar um termo solto na oração, sem ligação sintática com os demais.
Ex.: Eu, atrasado e ofegante, eis-me aqui.
3. Anáfora – Consiste na repetição de palavras no início de cada segmento frasal.
Ex.: Eu sou a luz das estrelas / Eu sou a cor do luar / Eu sou as coisas da vida / Eu sou o medo de amar.
4. Antítese – Consiste na ocorrência de termos opostos na oração.
Veja os exemplos do quadrinho abaixo: positivo – negativo, bem – mal, paz e guerra.
5. Apóstrofe – Caracteriza-se pelo uso do vocativo; faz-se a invocação de um determinado ser, real ou imaginário.
Ex.: Deus, Deus, onde estás que não respondes. (Castro Alves)
6. Assíndeto – Caracteriza-se pela ausência intencional da conjunção. É o oposto do polissíndeto.
Ex. Vim, vi, venci. (Júlio César)
7. Assonância – Repetição de sons vocálicos na oração.
Ex.: Agora era a hora da saída.
8. Catacrese – Espécie de metáfora já consagrada pelo uso popular, por falta de uma expressão melhor.
Ex.: O pé da mesa; o céu da boca.
9. Clichê – Espécie de metáfora já desgastada pelo uso.
Ex.: Está na flor da idade.
10. Comparação – Efetua uma comparação através de um conectivo, normalmente uma conjunção comparativa.
Ex.: A vida é como um palco de ilusões.
11. Elipse – Omissão de um termo facilmente reconhecível pelo contexto da oração.
Ex.: No jogo, tanto jogador ruim. (Subentende-se o verbo “havia”).
12. Eufemismo – Consiste no emprego de termos mais amenos a fim de suavizar uma expressão.
Veja abaixo o exemplo que o autor utilizou para suavizar a expressão “cão bravo”.
13. Epístrofe– Repetição de palavras no fim da frase.
Ex.: Apenas um boca. A tua boca
Apenas outra, a outra tua boca
É primavera e ri a tua boca
14. Gradação – Quando há uma sequência ascendente ou descendente na oração.
15. Hipérbato – Consiste na inversão da ordem natural da frase.
Ex.: De tudo ao meu amor serei atento.
(ordem direta – Serei atento de tudo ao meu amor.)
16. Hipérbole – Caracteriza-se pela ocorrência de um exagero na expressão.
Ex.: Pesquei uma traíra do tamanho do mundo.
17. Ironia – Recurso utilizado quando se diz o contrário daquilo que se pretende dizer, ou seja, o sentido real é o oposto do literal.
Ex.: Parabéns! Você tirou mais um zero.
18. Metáfora – Espécie de comparação, mas sem a presença de um conectivo comparativo.
Veja na tirinha abaixo a expressão metafórica “cérebro de minhoca”.
19. Metonímia – Estabelece uma relação intrínseca entre a parte e o todo ou vice-versa.
Alguns tipos de metonímia:
- Autor pela obra: Adoro ler Machado de Assis.
- Produto pela marca: Compre uma gilete no mercado.
- Continente pelo conteúdo: Comi dois pratos hoje no almoço.
- Parte pelo todo: Há muita gente à procura de um teto.
- Efeito pela causa: Ganharás a vida com o suor do teu rosto.
20. Onomatopeia – criação de palavras por meio da repetição de seu som.
21. Paradoxo – Caracteriza-se por uma contradição simultânea entre termos ou ideias.
22. Paralelismo – Caracteriza-se pela repetição da mesma estrutura frasal. Recurso muito utilizado na música e na poesia.
Ex. O primeiro me chegou como quem vem do florista... / O segundo me chegou como quem chega do bar... / O terceiro me chegou como quem chega do nada... (Chico Buarque)
23. Paranomásia – Caracteriza-se pela utilização de palavras parônimas e/ou homônimas na oração, produzindo uma espécie de trocadilho.
Ex.: Cada falso tem o cadafalso que merece.
24. Perífrase / Antonomásia – Consiste na referência a um ser ou algo por características ou atributos que o tornaram célebre.
Ex. O Rei do Futebol é o brasileiro mais eminente no exterior. (Pelé)
25. Pleonasmo – Expressões ou ideias repetitivas na oração, buscando dar ênfase à mensagem. Dividem-se em:
Pleonasmo vicioso – Expressões redundantes e desnecessárias que nada acrescentam ao enunciado.
Pleonasmo sintático – Repetição de termos sintáticos na oração.
Ex.: A lição, já a estudei várias vezes.
Pleonasmo semântico – Repetição de ideias na oração.
Ex.: Dói-me uma dor no coração.
26. Polissíndeto – Repetição da mesma conjunção na oração. Ocorre principalmente com a aditiva “e”.
Trabalha, e teima, e sofre, e sua! (Olavo Bilac)
27. Prosopopeia ou Personificação – Consiste na atribuição de características humanas a animais ou seres inanimados.
Ex.: A onda beijava-lhe os pés.
28. Silepse – Recurso pelo qual a concordância das palavras na frase se faz logicamente, pelo significado, e não de acordo com as regras da gramática. Dividem-se em:
Silepse de gênero – Os gêneros são masculino e feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz com a ideia que o termo comporta.
Vossa majestade anda irritado com os rumos do reino. (Concordância feita com o sexo da pessoa, não com o termo feminino “vossa majestade”).
Silepse de número – Os números são singular e plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida.
Olhem para mim, Turma! Prestem atenção! (concordância com a ideia de conjunto, não com o termo singular “turma”).
Silepse de pessoa – Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa inserida no sujeito.
Os brasileiros somos fanáticos por futebol. (A concordância não foi feita com o sujeito da oração, mas com a ideia nele contida).
29. Sinestesia – Figura de linguagem que consiste na mistura dos 5 sentidos, uma junção de diferentes planos sensoriais.
Ex: Uma melodia azul invadiu a sala.
30. Zeugma – Um tipo de elipse no qual o termo subentendido já foi mencionado anteriormente.
Ex.: Eu estudo à noite; ela, de manhã. (estuda)
Fonte:http://veredasdalingua.blogspot.com.br/2017/05/figuras-de-linguagem.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário