O RJTV reuniu declarações de quem já governou – ou ainda governa – o estado fluminense para relembrar a escalada do crime no estado, que levaram à intervenção federal.
Em julho de 1986, o Ibope perguntou à população fluminense: quais problemas deveriam receber mais atenção do governo? A violência ficou em primeiro lugar. Ano após ano, as autoridades reconheceram que a situação era grave e que era preciso agir.
Rocinha, 1988. A imagem de um salva de tiros para homenagear um bandido morto foi o anúncio de dias difíceis. A arma usada, um fuzil, até então era pouco conhecida. O tráfico de drogas se espalhava pelas comunidades do Rio: 68 morros tinham pontos de venda de drogas.
Brizola
Ex-governador Leonel Brizola (Foto: Reprodução/Acervo/Globo)
“Nós estamos firmes. Cada vez eu estou certo que os serviços, nossos serviços policiais, preventivos ou não, estão atuando sempre com eficiência maior e estamos procurando atacar as causas”, declarou, à época, Leonel Brizola (1922 – 2004), que governou o Rio entre 1983 e 1987, depois entre 1991 e 1994.
Grupos de extermínio - formados por policiais e ex-policiais - cometiam muitos assassinatos, principalmente, na Baixada Fluminense. No governo seguinte, o crime continuava avançando.
Moreira Franco
Moreira Franco, quando era governador do Rio (Foto: Reprodução/Acervo/Globo)
“Nós vamos enfrentar os grupos de crime organizado, custe o que custar e doa a quem doer, que eu sou intransigente”, disse Moreira Franco, que governou o Rio entre 1987 e 1981 e neste sábado (17) esteve em reunião no Palácio Guanabara, como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
No Rio, os bandidos começaram a atirar com fuzil bem antes do que a polícia. E os governantes entenderam que o fuzil do tráfico deveria ser combatido com o fuzil da polícia.
A PM começou a usar esse armamento nos anos de 1990, que foram marcados por chacinas. Nesse período, presos ordenavam sequestros. Os bandidos organizavam comboios para roubar carros, para transportar armas e drogas.
Marcelo Alencar
Ex-governador Marcelo Alencar (Foto: Reprodução/Acervo/Globo)
"Eu estou dizendo que vou fazer. Os marginais que estão me ouvindo sabem que eu vou combatê-los, que eu sou intransifente", declarou o Marcelo Alencar (1925 -2014), que governou o RJ entre 1995 e 1998.
Nos anos 2000, bandidos atacavam postos de policiamento, metralhavam e jogavam granadas em prédios públicos. As balas perdidas e os bondes do tráfico continuavam aterrorizando a vida do carioca.
A maior chacina da história do estado deixou 29 mortes. Policiais foram acusados do crime. O Rio de Janeiro que já tinha três facções criminosas e viu o avanço das milícias.
Garotinho
Garotinho quando era governador do Rio (Foto: Reprodução/Acervo/Globo)
“Você vai sentir uma mudança de conceito, né? O policiamento ostensivo vai ser maior, mas nós vamos tombar gradativamente todos os itens da criminalidade”, disse Anthony Garotinho, governador entre 1999 e 2002.
Benedita
Benedita da Silva foi governadora em 2002 (Foto: Reprodução/Acervo/Globo)
“Até então só se apagou incêndio. Eu estou esperando uma resposta, e não é nem de 20 anos. eu morei 57 anos na favela e sei muito bem como o poder público se tornou ausente e como faltou responsabilidade na discussão de uma verdadeira política de segurança pública."
"Hoje o que nós estamos mais uma vez fazendo é criando ações emergenciais para combater uma situação que está ainda localizada”, disse Benedita, governadora em 2002.
Rosinha Garotinho
Rosinha Garotinha, quando era governadora do Rio (Foto: Reprodução/Acervo/Globo)
“O que eles querem é acabar com o regime diferenciado dentro dos presídios, que nós não abrimos mão, não concordamos e não vamos negociar com bandido”, declarou Rosinha, que governou entre 2003 e 2007.
Três governadores e nenhuma solução. Em 2008, uma nova política de segurança pública foi criada no estado: as Unidades de Polícia Pacificadora.
Sérgio Cabral
E-governador Sérgio Cabral (Foto: Reprodução/Acervo/Globo)
"Nós vamos continuar nessa linha de enfrentamento a esse tipo de situação que infelizmente o Rio de Janeiro ainda vive", disse Cabral, que governou entre 2008 e 2013.
Os índices de criminalidade reduziram, mas, a partir de 2013, começou uma escalada crescente da violência.
Pezão
Pezão em 2015 disse que não faltaria recursos para combater a criminalidade (Foto: Reprodução/Acervo/Globo)
“O que me preocupa muito é o tráfico voltar. Tentar voltar. E o que preciso for pra fazer, né, como nós fizemos lá, prendemos os bandidos, aprendemos armamentos, a gente vai continuar a fazer. É um enfrentamento muito duro, mas a gente tem priorizado a segurança pública."
E a gente vai cada vez investir mais. Estamos com grandes operações previstas, aonde a gente vai continuar a combater a criminalidade. Não vai faltar dinheiro para a segurança pública e para nenhuma política pública", declarou o governador Pezão, em 2015.
O dinheiro, no entanto, faltou, e o governo reconheceu a incapacidade do estado de resolver o problema.
"Nós, só com a Polícia Militar e a Polícia Civil, nós não estamos conseguindo deter a guerra entre facções no nosso estado e ainda com um componente grave, que são as milícias."
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