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domingo, 9 de março de 2014

O SONHO DE SE TORNAR UM MARCO NA HISTÓRIA


Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild) nos leva a um mundo próximo, mas único a sua maneira. Em uma área alagada no sul dos Estados Unidos, uma jovem nos mostra as conquistas que a inocência e a criatividade podem trazer.



Em meio a uma região úmida e cheia de vida natural, vive uma garota. Apesar da pouca idade, convive com um grande número de pessoas, quase como uma família. Seu pai mora no mesmo local, mas em outra casa. Muito esperta, consegue viver nesse ambiente, sempre observando seu pequeno mundo à sua maneira. O lugar onde habita é restrito.

Com uma premissa simples, o longa-metragem “Beasts of The Southern Wild” nos mostra o cotidiano e reviravoltas na vida da protagonista Hushpuppy após uma tempestade devastar seu mundo. Na tradução para português brasileiro, o título do filme ficou como “Indomável Sonhadora”, mas não faz jus ao enredo. Uma tradução do título original seria “Criaturas do Sul Selvagem”, e são essas criaturas que acompanhamos por todo o filme.

Essa denominação vem do ambiente afastado e excluído onde a trama se desenrola. Conhecida como “A Banheira”, a região é alagada, onde todos vivem como uma comunidade. Por conta desse isolamento, a forma com que seus habitantes se comportam não é bem vista pelos moradores da cidade grande, quando são confrontados pelos mesmos.

A jovem Quvenzhané Wallis, na época do lançamento com apenas 9 anos, tornou-se a mais jovem a ser indicada para o Óscar de Melhor Atriz.

Apesar dessa divisão, o mundo além da muralha para Hushpuppy não é um paraíso. Aos olhos da jovem protagonista, o belo se encontra nas coisas simples e em atitudes inocentes. Por viver em um ambiente com grande liberdade, convenções sociais comuns para nós são inexistentes para a garota, como no momento em que prepara uma sopa cujo principal ingrediente é comida para gato. Por estarmos distantes de um ambiente natural e relativamente intocado, as ações da jovem podem causar aversão, mas quando nos colocamos em seu lugar e percebemos a ingenuidade da infância, aqueles momentos tornam-se críveis e tocantes.

Contudo, a realidade é representada por seu pai, homem com problemas de alcoolismo e uma doença não esclarecida durante o filme. Como escape dessa área nebulosa, Husspuppy possui sua mãe, mas não em forma presencial. Sua mãe está nos objetos que possuía, na blusa que a menina tanto se apega, na luz do farol, tão distante e inalcançável.



Nas aulas de história, ministradas por uma professora moradora da Banheira em uma escolinha para crianças de diferentes idades, Hush conhece as histórias das pinturas rupestres e seu legado para a humanidade. Da força e imponência dos ancestrais dos bisões, a jovem retira a sua própria força, espelhando-se nos temíveis animais para se mostrar um ser de relevância, coragem e importante dentro do seu mundo. “Antigamente, existia uma Hushpuppy, e ela vivia com seu pai na Banheira”.

E, por mais que tenha apenas 6 anos, não se torna algo impossível. E aos seus olhos, tudo se caminha para o alcance de seu propósito. “O animal grande e forte sobrevive”. No mundo de Hushpuppy, o grande e o forte podem ser bastante relativos



© obvious

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