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segunda-feira, 21 de outubro de 2013
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA, BIOCONSTRUÇÃO: ENTENDENDO LIMITES
A importância da arquitetura bioclimática, bioconstrução.
A arquitetura bioclimática tem se notabilizado pela busca de formas corretas de construir, com respeito à natureza e menor agressão possível ao meio ambiente, conceitos hoje em dia muito comentados e, em verdade, mais do que necessários à viabilidade do viver no planeta.
Muitos dos métodos utilizados na bioconstrução, uma filosofia de construir, evidenciam um sentido coletivo em sua execução. Eu me refiro mesmo à "mutirões", já que pela simplicidade e ao mesmo tempo especificidade, fazem necessário esforços conjuntos e com um sentido maior neste tipo de construção.
Entendo que muitos aspectos devem ser considerados, como o local a ser implantada a(s) casa(s), os recursos disponíveis na região (o próprio sítio de implantação), o planejamento quanto ao método básico empreendido, justamente em função dos fatores acima expostos. E o porquê?
Basicamente voltada ao uso residencial, a bioconstrução enseja um despir de paradigmas urbanos, e a utilização 'alternativa' (que nesses casos espera também despir-se dessa alcunha) dos acabamentos residenciais na sua forma mais pura, talvez não tão requintada em sua grande maioria. Mas ela possui excelentes vantagens.
Grossas paredes feitas de super-adobe, por exemplo, trazem um conforto térmico interno fantástico, inimaginável nas casas urbanas de hoje, feitas muitas vezes com tijolos vazados e frágeis, de cerâmica, ou ainda de concreto - péssimos elementos refratários. Mas seu acabamento externo/interno é irregular, que não obedece uma geometria precisa. E isso seria mesmo necessário?
O material para o super-adobe ou mesmo apenas o adobe viria do corte do terreno onde as casas se edificariam, daí tendo o maior aproveitamento racional de recursos. Mas já verifiquei que muitas vezes isso não acontece no caso de terrenos planos, e daí o recurso 'terra' vir de outros lugares, obviamente gastando ou queimando combustíveis fósseis em seu transporte. Vale a pena?
Claro que se fossem outros materiais o transporte também seria necessário, mas há que se pôr na balança. A princípio pelo fato de não se utilizarem fornos em sua confecção, tem-se vantagem no seu uso. Mas tudo é muito relativo... o binômio “distância x recursos disponíveis” deve sempre ser considerado, não se pode radicalizar nesse tema.
Da mesma forma os telhados verdes, pois de que adianta um jardim suspenso como cobertura, a fim de se ganhar conforto térmico, se para tal grandes quantidades de concreto são utilizadas em sua estrutura, por conta de seu peso? Hoje em dia temos alternativas mais leves para tal, e que no entanto necessitam um maior acesso a custos menores.
Os ícones urbanos e modernos trazem em seu bojo, e no nosso inconsciente, elementos de consumo e emblemáticos de estilo, status e talvez até de 'exibição', realidades que não atendem à quem precisa de moradia barata e de qualidade. Conjuntamente a isso, entendo que enquanto não houver uma padronização e consequente aprovação de seu método pelas normas técnicas vigentes, seu uso estará restrito ao uso na vedação de construções, cercas, enfim, nada que seja elemento estrutural, o que não tira em absoluto a validade e necessidade de se pensar e viver sustentável. Com racionalidade.
A quem se interessar se aprofundar no tema da Bioconstrução e da Permacultura, existem muitos cursos disponíveis. Por exemplo, podem contatar esse excelente trabalho desenvolvido pelo Ipoema, www.ipoema.org.br (foto inicial), ou o Casatierra, http://casatierra.wordpress.com/ (foto final).
As demais fotos são do autor do blog, Edgard Georges El Khouri.
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