De acordo com a definição encontrada no livro Dicionário de Termos Literários, de Moisés Massaud, o Mal do Século é definido como “Pessimismo extremo, em face do passado e do futuro, sensação de perda de suporte, apatia moral, melancolia difusa, tristeza, culto do mistério, do sonho, da inquietude mórbida, tédio irremissível, sem causa, sofrimento cósmico, ausência da alegria de viver, fantasia desmesurada, atração pelo infinito, “vago das paixões”, desencanto em face do cotidiano, desilusão amorosa, nostalgia, falta de sentimento vital, depressão profunda, abulia, resultando em males físicos, mentais ou imaginários que levam à morte precoce ou ao suicídio”.
Encontrado nos livros de autores como Goethe, Chateaubriand, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela, o Mal do Século apresentava características como ambientação noturna, ritualismo, satanismo, misticismo, recorte depressivo da realidade, alienação e sarcasmo. Além disso, os escritores demonstravam grande pessimismo e melancolia, sempre mergulhados em esferas sentimentais e bastante íntimas, sem utilização de muitas referências. Uma das principais influências do Mal do Século é Lord Byron, poeta britânico do movimento romântico.
As características do Mal do Século estão apresentadas entre os sentimentos do protagonista, que normalmente são de melancolia, ódio, rancor ou medo. Há também a presença da mulher amada, que, geralmente, tem traços sombrios, pálidos, transparentes ou lascivos. O sujeito que ama é pobre, desgostoso, insano, altivo e infeliz. Já o ambiente é demonstrado com elementos como a lua, o céu estrelado, a praia, a lamúria ou a peregrinação.
Entre as principais obras da geração do Mal do Século estão: Lira dos Vinte Anos, de Álvares de Azevedo (1831 - 1852), As primaveras, de Casimiro de Abreu (1839 - 1860), Inspirações do claustro, de Junqueira Freire (1832 - 1855), Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe (1749 - 1832), entre outras."
Fontes:
MOISÉS, Massaud. Dicionário de Termos Literários. São Paulo: Cultrix, 1998.
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