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terça-feira, 16 de junho de 2015

10 devastadoras histórias de amor da literatura: o que aprendemos com elas?


A literatura, enquanto manifestação artística, é uma das formas mais belas de expressão da essência humana. Na sequência, uma lista com as 10 histórias de amor mais devastadoras da história da literatura. O destino de cada um dos personagens já foi traçado, mas o nosso final ainda podemos mudar. O que aprendemos com cada uma dessas histórias?

O amor, quando agracia os humanos com sua bênção, geralmente deixa marcas e experiências para a vida inteira. Muitos casais cometem erros grotescos na arte de amar e a experiência do outro muitas vezes pode servir de inspiração para nós, ainda que seja para que não cometamos os erros alheios. Nesta lista foram selecionadas 10 obras que nos ensinam verdadeiras lições sobre o relacionamento a dois.

#1 Otelo, o mouro de Veneza, de William Shakespeare

A inveja secreta e o ódio que Iago alimenta por Otelo é o grande elemento desencadeador da tragédia do mouro, que culmina matando Desdêmona, a mulher que ama. Tudo isso graças às intrigas fomentadas por Iago, o falso amigo de Otelo. Com essa obra, Shakespeare nos mostra que nem todos os supostos amigos que nos rodeiam são realmente o que mostram ser. Relacionamentos felizes podem estar sujeitos ao ódio de pessoas que fingem ser o que não são. Com a experiência de Otelo aprendemos que nem todo amigo bem intencionado é amigo, e menos ainda bem intencionado. E que amar pressupõe confiar.

#2 O amor nos tempos do cólera, de Gabriel García Márquez

Dizem que o amor da vida, apesar de ser para a vida inteira, é aquele com quem não ficamos juntos para sempre. Não é o que nos ensina O amor nos tempos do cólera, de Gabriel García Márquez. No magistral romance contado pelo autor colombiano conhecemos a história de Florentino, um homem que espera a vida inteira pelo reencontro com sua amada Fermina. Após envelhecer com a esperança de concretizar este amor, Florentino a reencontra e pode viver o amor sonhado ao longo de uma vida. Com Gabo aprendemos que esperar por um amor de verdade vale a pena quando amar é um sentimento puro.

#3 Caim, de José Saramago

Na distopia saramaguiana, o anti-herói Caim – personagem bíblico – sai pelo mundo após cometer o terrível crime de matar seu irmão Abel e protagonizar uma briga antológica com Deus. Ao chegar em um local nos confins do mundo Caim consegue um emprego como amassador de barro. Lilith, a grande dona do povoado, apaixona-se loucamente por Caim e, sem ligar para a opinião alheia, o coloca em um posto temido por tantos: o de cônjugue. Ao superar as convenções impostas, Lilith nos ensina que o amor não possui barreiras sociais. Ensina mais: para viver um amor é preciso despir-se das máscaras deste mundo.

#4 Ilíada, de Homero

Imagine um amor que mobiliza o ódio de deuses e de humanos. Este é o amor de Paris por Helena. Em um ato desafiador o jovem rapta a amada, gerando fúria em Menelau, o marido dela. Vingativo, Menelau não deixa barato e convoca a maior armada já vista. O propósito? Resgatar Helena e dar início a uma das guerras mais incríveis da história da literatura. Com Ilíada entendemos que a presença do ser amado — quando motivada pela vontade de estar junto — não pode ser algo furtado pelo medo e pela covardia. Amar é para os corajosos.

#5 Bonsai, de Alejandro Zambra

Um amor tão realista que quando abrimos as primeiras páginas do livro já nos damos conta que os protagonistas estão predestinados ao fim. Emilia morre e Julio fica sozinho. É a história da consciência do fim. E não é assim que acontece na vida real? O realismo maximizado de Bonsai nos mostra a faceta mais crua da realidade amorosa: É necessário aproveitar cada momento com o ser amado, pois o fim é uma certeza e já está determinado como um carimbo em nossa certidão de nascimento.


#6 PS. Eu te amo, de Cecelia Ahern

Ao morrer prematuramente o jovem Gerry deixa uma série de cartas para sua amada Holly, que se encontra, tal como Gerry supunha, arrasada pela tristeza e pela dor da perda. A ideia? Conduzi-la a superar o terrível vazio deixado por sua ausência. Ao ler cada uma das cartas Holly consegue seguir um itinerário genialmente traçado por Gerry, que a leva a (re)descobertas incríveis. Em PS.: Eu te amo fica a lição de que o amor verdadeiro não é egoísta, é preocupado e nunca morre.

#7 Dom Casmurro, de Machado de Assis

Em Dom Casmurro percebemos um sujeito completamente obstinado em suas tortuosas ideias fixas. Em uma das tramas mais intrigantes da história da literatura brasileira, Bentinho – o personagem principal – duvida da fidelidade de Capitu, sua esposa. A paternidade de seu filho é posta em dúvida quando o casmurro percebe que o filho possui semelhanças notáveis com seu amigo Escobar. E é justamente a morte de Escobar que põe Bentinho em um oceano de dúvidas. Ao seu ver, Capitu porta-se diante do corpo de Escobar como uma verdadeira viúva. A verdade ficcional jamais saberemos. Mas sabemos que a dúvida é um ácido corrosivo que afunda toda e qualquer relação humana. Não é possível viver um amor em meio ao caos de infinitos pontos de interrogação.

#8 A Rainha do Sul, de Arturo Perez-Reverte

Tereza Mendonza é uma jovem mexicana que vive os encantos da vida a dois com El Güero, um piloto de avião que trabalha para um grupo narcotraficante de Culiacán. Ao descobrir que mataram seu amor, Tereza troca o diário com informações sigilosas de Güero por uma vida (supostamente) tranquila ao sul da Espanha. Lá, após passar por constrangimentos e situações perigosas, se transforma na rainha do narcotráfico da região sul, entre Melilla e Algeciras. Tereza foi criada em uma sociedade violenta e joga com as possibilidades que a vida lhe dá, mas mantém em si a essência de um coração puro. Güero não foi o único amor da vida de Mendoza, mas a morte dele desencadeou uma situação catastrófica que acarretou em uma forte transformação na vida da protagonista. Com Tereza Mendoza aprendemos que tudo na vida é impermanente, inclusive a permanência. O amor é bom, mas a qualquer momento a sorte pode mudar.

#9 A Celestina, de Fernando de Rojas

Ainda no período medieval espanhol, o jovem Calixto se apaixona pela linda Melibea. O caminho mais fácil de aproximar-se do coração da donzela? Uma velha alcoviteira com fama de feiticeira chamada Celestina. Em uma sociedade que demoniza certos tipos sociais, a via mais fácil se mostra como o caminho mais difícil. Ao final tudo termina em morte e dor. Com a trágica história do apaixonado casal espanhol entendemos que o amor não precisa de atalhos e muito menos de emissários.

#10 O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë

Após sofrer longas humilhações em decorrência de sua origem humilde, Heathcliff é rechaçado por Catherine, a mulher que ama. Esta, por sua vez, casa-se com Edgar, um homem que podia dar-lhe boas condições financeiras. Após muitos anos, ao enriquecer e retornar ao ponto em que tudo começou, Heathcliff planeja uma terrível vingança. Em meio a isso Catherine morre e a vida de Heathcliff ruma a um fim triste e solitário. Como realização de seu desejo último, Heathcliff é enterrado junto ao corpo de Catherine. Uma possível lição desta máster piece? A vida é curta demais e o amor não espera por nossos caprichos.

* A lista acima foi organizada de acordo com as preferências de leitura do autor do texto. Toda seleção pressupõe infinitas exclusões. Coloquem nos comentários as histórias de amor favoritas de cada um de vocês ;-)



© obvious: http://obviousmag.org/superantropia/2015/10-devastadoras-historias-de-amor-da-literatura-o-que-aprendemos-com-elas.html#ixzz3dCltRYN3

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