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quarta-feira, 16 de março de 2011

A genialidade de um matemático e a magnitude rara de um ser humano. Arte e vida!!!

Um ser humano que recusa um milhão de dólares, só pode ser enquadrado em quatro categorias: artista, gênio, louco ou maravilhoso. Ou, por absurdo que seja, nas quatro. Leia, é uma história fascinante!
Grigori Perelman é um artista, talvez um gênio, um louco e um ser humano maravilhoso.  Perelman, trata-se de um fato incomum, chega a ser histórico.

Grigory Perelman

Rigorosamente, Perelman é um matemático russo.  Foi premiado com um milhão de dólares pelo Clay Mathematics Institute (CMI) – Instituto Clay de Matemática (livre tradução - lt), dedicado ao desenvolvimento e divulgação dos conhecimentos matemáticos, com o “Prêmio do Milênio”.

Perelman é um estudioso, fato, mas também um gênio da Matemática. Seu grande feito: resolver um problema insolúvel desde 1904, relativo à Geometria tridimensional – a “Conjectura de Poincaré” (homenagem ao francês Henri Poincaré).

A “Conjectura de Poincaré” estudava as propriedades de resistência de objetos que são esticados ou deformados, mas não rasgados ou reconstituídos. Vários matemáticos tentaram, chamavam-na de “Monte Everest da Matemática”, mas foi Perelman que, após conseguir, disse que apenas acompanhou uma trajetória definida por um colega seu.

Henri Poincaré

O “Prêmio Milênio” foi idealizado para registrar os sete problemas mais difíceis com que matemáticos estavam lutando na virada do segundo milênio e levar ao público a consciência de que nesta área, a fronteira ainda está aberta e está repleta de problemas não resolvidos, além de enfatizar a magnitude histórica desta ciência. Perelman foi o primeiro agraciado.

Certificado concedido a Gregory Perelman

Não foi a primeira vez que Grigori Perelman recusou um prêmio, ele já havia feito isto antes. Perelman recusou os maiores prêmios do mundo em sua área. Sua maneira de resolver as coisas sempre foi de um louco, digo, de um excêntrico. Ao resolver a “Conjectura de Poincaré”, Perelman simplesmente ignorou os trâmites acadêmicos e publicou online sua solução. Isso ocorreu em 2003.

Dois anos levaram os matemáticos para concluírem que Perelman estava correto!


Convites das maiores e melhores universidades norte-americanas choveram. Perelman, Gricha para os amigos, aceitou alguns desses convites. Falando inglês fluentemente, impressionou a todos.

Momento em sala de aula (Princeton)


Conferencia proferida no Massachusetts Institute of Tecnologia – MIT

Como foi para os EUA, resolveu voltar à Rússia. Continuou, por algum tempo, comunicando-se com seus colegas estadunidenses. Mas, de repente, silenciou. Abandonou a Matemática, o ensino e, ao que parece, não tem outro emprego – ou seja, abandonou até mesmo o trabalho. Hoje vive solitário com sua idosa mãe em um apartamento em São Petersburgo.

Suas últimas imagens foram tomadas no metrô de São Petersburgo,
com seu aspecto atual, de abandono e desalinho

O matemático Grigori Perelman não compareceu à cerimônia do prêmio e não aceitou o valor relativo à premiação. William Thurston, membro do CMI disse na cerimônia em Paris:

"A aversão de Perelman ao espetáculo público e às riquezas é incompreensível para muitos. Eu não falei com ele e para ele sobre isso, mas quero dizer que tenho empatia completa e admiração por sua força interior e clareza, por ser capaz de se conhecer e manter-se fiel a si mesmo... Aprendemos com a matemática de Perelman. Talvez seja preciso uma pausa para refletirmos sobre nós mesmos e aprendermos, a partir da atitude de Perelman, em relação à vida."
Mais que aprender com o matemático, precisamos aprender como o artista, gênio, louco, e, sinteticamente, o ser humano maravilhoso que é, Gricha.

Fontes: Adrian Llobell Blog, Clay Mathematics Institute, Instituto Superiore Mario Boella, Instituto Henri Poincaré, Washington Post,Blog Mol-Tagge.

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