ÉPOCA conversou por telefone com o professor Miguel Kamiunten, da Universidade Católica de Brasília, que está em Tóquio desenvolvendo um projeto de ensino à distância da universidade. Miguel contou que estava no trabalho, na capital japonesa, na hora do terremoto que devastou o norte do país. Segundo ele, a cidade está caótica, sem nenhum tipo de transporte público que funcione, com um sistema telefônico precário e com vários focos de incêndio. “Está tudo paralisado. Não consigo voltar para minha casa porque não tem ônibus, não tem metrô, não tem trem. Nem bicicletas mais encontramos, porque todas foram vendidas”, contou.
O professor coordena um grupo de brasileiros, e tenta estabelecer contato com eles. A maioria de seus alunos mora longe do epicentro do terremoto, mas ele teme que alguns pudessem estar pela região. Infelizmente, até agora, Miguel não conseguiu falar com todos, e se disse preocupado. “Sou responsável por um grupo de mais de 100 alunos da Universidade Católica de Brasília residentes no arquipélago e estamos tentado formar uma corrente para ver se todos estão bem. Já falei com uma boa parte deles, mas muitos não respondem e-mail nem atendem o celular”, afirmou.
O maior problema, segundo o professor, é que os telefones estão todos com problemas, o que dificulta a localização de muita gente. Também há o temor do que possa acontecer daqui para a frente, já que diversos outros tremores vêm sendo sentidos em todo o país, um atrás do outro, desde o primeiro terremoto.
A cidade de Tóquio, longe do epicentro do terremoto, também sofreu consequências. “Eu vi algumas casas pegando fogo por causa de vazamentos de gás, e a cidade está um caos. As pessoas estão andando pelas ruas. Muitas tiveram que saquear lojas de bicicletas e patinetes para poderem retornar aos seus lares, e teve até quem pegasse as bicicletas do meio da rua”, disse. Para ele, o maior temor agora são os vazamentos de gás e de materiais tóxicos, que já fizeram o governo emitir um alerta pedindo a evacuação de algumas áreas do país.
Lucas Hackradt
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