Por Marcos Uchôa
Lens, França
O Louvre, o museu dos museus, é uma das maiores atrações de Paris. O velho palácio real abriga uma extraordinária coleção do melhor que o ser humano já produziu em termos de arte. Mas agora o Louvre oferece ao público um espaço em Lens, ao norte da França, onde estão 205 obras.
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Numa das regiões mais pobres da França, um investimento de 150 milhões de euros fez brotar uma joia da cultura francesa e mundial. O projeto e de arquitetos japoneses e fica em cima do que era uma mina de carvão. A região em volta de Lens, no norte da França, era cheia de minas. Dentro do local, no hall de entrada, telões exibem imagens dessa época, quando o carvão alimentava a indústria francesa. A cultura hoje pode ser um novo combustível para substituir o carvão e virar um motor do comercio, do turismo.
O museu é uma tentativa de ressuscitar um pouco um lugar onde as taxas de desemprego são altas. É como se a vida econômica da região tivesse se petrificado nos últimos 30 anos, cabeças não foram cortadas, mas postos de trabalho sim, e muitos.
Talvez para ilustrar um pouco esse sentimento, dentro do museu, uma das exposições é intitulada: Renascença. O novo espaço do Louvre não é a raspa do tacho. Nada disso. O Louvre de Paris cedeu obras famosas, das melhores.
Duzentas e cinco obras de arte, que englobam 53 séculos, 5.300 mil anos da humanidade. O Louvre de Lens está para o Louvre de Paris como um livro de bolso para uma enciclopédia. Um aperitivo que abre o apetite para se conhecer o talento e o trabalho de tantos artistas ao longo da história.
O Egito antigo nos dá boas-vindas, com um exército de figurinhas que ficava nos túmulos dos nobres. Depois da morte, cada uma delas trabalhava um dia para que o morto aproveitasse o paraíso sem se cansar.
Um poema em escrita cuneiforme, a primeira do ser humano, veio da Mesopotâmia, atual Iraque e um guerreiro persa, primeira super potência do mundo, o atual Iran. Ânforas com dois atletas lutando. Estátuas gregas, romanas. A visita ao local não pode ter pressa, a cada passo se pula um século. A cruz com o peixe, símbolos iniciais do cristianismo. O mundo avança, a técnica muda, os quadros ganham cores e sofisticação.
Centenas de anos numa profusão de cores e de ideias. A tela se ilumina, ainda que a luz de vela e tanta coisa para se ver e se deliciar. Uma galeria do tempo mostra através das obras a nossa evolução.
Um dos quadros mais famosos é o de Eugene Delacroix: intitulado "A liberdade guiando o povo". É uma mulher, símbolo da vida, e armada porque liberdade não é dada, mas conquistada. Liberdade e evolução, dois conceitos importantes para a arte e que podem transformar a vida de muita gente.
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