Somos movidos pela paixão, pelas pessoas que nos atraem, pelo que as queremos fazer sentir e pelo que elas nos fazem sentir cá dentro.
A vida é uma relação amorosa, ou um conjunto delas, melhor dizendo, com maior ou menor intensidade. Tudo o que fazemos, dizemos, escrevemos, acreditamos, defendemos, é por amor. Nada na vida existiria sem amor. Amor pelos outros, pelos amigos, pelas pessoas de quem gostamos no sentido amoroso, pela família, pelas coisas. Se não for por eles, para quê viver?
Somos seres que precisam uns dos outros para sobreviver. Precisamos das pessoas e sobretudo das relações que estabelecemos com elas. Precisamos do contacto, da compaixão, do carinho. Precisamos de dar e receber, de estar com elas, de experienciar em conjunto, porque isoladamente não somos nada nem ninguém. Precisamos constantemente uns dos outros, e precisamos constantemente de amor, porque a própria vida é amor da cabeça aos pés.
Há quem diga que somos o que comemos, o que pode estar correto do ponto de vista biológico, mas a verdade é que, psicológica e socialmente, somos quem amamos ao longo da nossa vida. Somos influenciados pelas pessoas que se encontram perto de nós, que nos amam de verdade; aprendemos com elas e autonomizamo-nos, mas ficamos sempre presos a elas, às primeiras experiências, à sua influência. E quem diz que a autonomia não exige também a sua quota-parte de relações e de amor pelos/dos outros (até mais, quem sabe?)?
A vida é um autêntico romance, do início ao fim. E nós não somos mais que seres gregários que precisam de comunicar e de se apaixonar a toda a hora pelas pequenas coisas da vida. Somos seres feitos de paixões, tudo o que fazemos é por amor a algo ou alguém. Não é curioso pensar assim?"
Por Raquel Silva
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