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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

José & Pilar: um ensaio sobre a vida


Um documentário que transcende, transborda a tela e atinge certeiramente o coração do telespectador. 
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Após o termino da montagem, o cineasta Miguel Gonçalves Mendes mostrou a primeira versão do filme para José Saramago, o ilustre escritor se emocionou e pronunciou as seguintes palavras para Miguel:
- Meu rapaz, você não fez um filme sobre o escritor José Saramago e sua esposa Pillar, você fez um filme sobre a vida.
Se José gostou, quem vai discutir? É até pleonasmo o que vou falar, mas preciso dizer: Saramago escolheu as palavras certas.
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Foram quatro anos de convivência entre o cineasta e o casal, originando não somente o filme, mas também o livro, José & Pilar: conversas inéditas.
Pilar é uma mulher forte, de opiniões rotundas e sensibilidade austera, de uma inteligência quase assustadora, é impossível não se criar uma simpatia com ela. José é um menino calmo, melancólico, com um sorriso de criança, mas raro. Tem uma percepção de mundo incrivelmente diferenciada e a inteligência que todos nós já conhecemos.
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Miguel, o cineasta, precisava enfrentar filas para ter um autografo de Saramago, até que conseguiu o telefone da casa dele. Quando o próprio Saramago atendeu o telefone, Miguel pediu que José fizesse uma pequena participação em seu filme sobre a Galícia, lendo um trecho do livro O Memorial do Convento.
-Venha, homem. – foi a resposta que obteve.
Depois de anos entrou em contato novamente, dessa vez queria fazer um documentário sobre o escritor. Passados 2 anos convencendo José e Pilar a abrirem suas portas para a equipe de filmagem, o que iriam ser 2 semanas de gravações se transformaram em 4 anos e um lindo filme.
José de Sousa Saramago nasceu em 1922, em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses.
Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção numa editora.
Iniciou sua atividade literária em 1947, com o romance Terra do Pecado, só voltando a publicar (um livro de poemas) em 1966.
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Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.
Em 1980, alcança notoriedade com o livro Levantado do Chão, visto hoje como seu primeiro grande romance. Memorial do Convento confirmaria esse sucesso dois anos depois.
Em 1991, publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro censurado pelo governo português - o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde viveu até a morte. Foi ele o primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1998.
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Entre seus outros livros estão os romances O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), Ensaio sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes (1997), e O Homem Duplicado (2002); a peça teatral In Nomine Dei (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos Cadernos de Lanzarote (1994-7). Morreu em 18 de junho de 2010, em Lanzarote, Espanha.
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Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.
— José Saramago


Leia mais: http://lounge.obviousmag.org/pra_nao_dizer_que_nao_falei_das_flores/2012/08/jose-pilar-um-ensaio-sobre-a-vida.html#ixzz25MX3V7bY

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