Objetivos Descrever a neuroanatomia funcional do encéfalo com relação às áreas ligadas às emoções.
Conteúdos Sistema nervoso central; neurotransmissores; sistema límbico; biologia das emoções.
Tempo estimado
Duas aulas
Material necessário Computador com acesso à internet
Introdução
VEJA traz uma reportagem sobre a biologia das emoções, explicando a teoria por trás dos sentimentos humanos. Aproveite o texto e este plano para discutir o tema com os alunos. Na primeira aula, explique à turma a base neuroquímica das emoções e proponha pesquisas. Na segunda, aborde a neuroanatomia ligada às emoções e comente a reportagem, fazendo uma discussão sobre o valor adaptativo delas.
Desenvolvimento
1ª. aula
Inicie a aula incitando os alunos a comentar sobre as baladas do último final de semana. O que aconteceu? Fortes emoções. Peça algumas descrições. Adolescentes não são reservados para certos assuntos e as descrições podem surpreender em detalhes. Colha algumas palavras chave associadas às emoções da turma - medo, prazer, recompensa, ciúme, raiva, taquicardia, desconfiança, tremores, excitação sexual. Anote, também, os órgãos citados: cabeça, coração, pernas, braços etc. Organize as informações no quadro, em uma lista de palavras. Tente compor uma lógica funcional entre elas, traçando linhas para uni-las (associe os diferentes órgãos às funções deles). Circule as funções simples e faça grandes círculos mostrando funções complexas.
Em seguida, apresente aos alunos o tema da aula: integração e coordenação do sistema nervoso central. Explique que a turma irá debater o assunto com base na questão das emoções. Outras funções do cérebro - como coordenação neuro sensorial e cognição - também serão mencionadas.
Comece a explicação contando que as palavras anotadas no quadro se referem a mecanismos mais ou menos complexos do funcionamento humano, órgãos e células. Para entendê-los, é preciso prestar atenção a dois fatores: o local em que cada evento fisiológico ocorre e os órgãos envolvidos. A comunicação entre os órgãos ou células está relacionada diretamente aos grandes eventos da nossa fisiologia: um encontro amoroso, uma discussão ríspida, o desencontro, um sobressalto de medo, um ataque de pânico.
Para ajudar no entendimento da turma, use o exemplo dos hormônios ou neurossecreções ligados às relações amorosas entre as pessoas. Conte que, de acordo com os neurobiologistas, existem três mecanismos que controlam os vínculos e processos amorosos. No caso do desejo sexual, a luxúria está ligada à quantidade do hormônio testosterona - tanto em homens quanto em mulheres. Já o impulso da paixão e do romance é alimentado pela dopamina. E o terceiro sistema, da ligação e do companheirismo, é alimentado pela ocitocina (na mulher) e pela vasopressina (no homem).
Complemente pontuando que os três sistemas são independentes. Ou seja: uma mulher pode amar o marido, estar apaixonada pelo vizinho e sentir atração pelo Brad Pitt, tudo ao mesmo tempo. Uma confusão só. Esses três sistemas convivem e interferem uns nos outros. O sexo pode aumentar os níveis de dopamina - que provoca paixão e romance. E o orgasmo provoca a descarga de ocitocina e vasopressina - hormônios associados à ligação do casal. É por isso que, biologicamente, não existe sexo 100% sem compromisso. Você sempre corre o risco de acabar se apaixonando por alguém com quem "ficou".
Conteúdos Sistema nervoso central; neurotransmissores; sistema límbico; biologia das emoções.
Tempo estimado
Duas aulas
Material necessário Computador com acesso à internet
Introdução
VEJA traz uma reportagem sobre a biologia das emoções, explicando a teoria por trás dos sentimentos humanos. Aproveite o texto e este plano para discutir o tema com os alunos. Na primeira aula, explique à turma a base neuroquímica das emoções e proponha pesquisas. Na segunda, aborde a neuroanatomia ligada às emoções e comente a reportagem, fazendo uma discussão sobre o valor adaptativo delas.
Desenvolvimento
1ª. aula
Inicie a aula incitando os alunos a comentar sobre as baladas do último final de semana. O que aconteceu? Fortes emoções. Peça algumas descrições. Adolescentes não são reservados para certos assuntos e as descrições podem surpreender em detalhes. Colha algumas palavras chave associadas às emoções da turma - medo, prazer, recompensa, ciúme, raiva, taquicardia, desconfiança, tremores, excitação sexual. Anote, também, os órgãos citados: cabeça, coração, pernas, braços etc. Organize as informações no quadro, em uma lista de palavras. Tente compor uma lógica funcional entre elas, traçando linhas para uni-las (associe os diferentes órgãos às funções deles). Circule as funções simples e faça grandes círculos mostrando funções complexas.
Em seguida, apresente aos alunos o tema da aula: integração e coordenação do sistema nervoso central. Explique que a turma irá debater o assunto com base na questão das emoções. Outras funções do cérebro - como coordenação neuro sensorial e cognição - também serão mencionadas.
Comece a explicação contando que as palavras anotadas no quadro se referem a mecanismos mais ou menos complexos do funcionamento humano, órgãos e células. Para entendê-los, é preciso prestar atenção a dois fatores: o local em que cada evento fisiológico ocorre e os órgãos envolvidos. A comunicação entre os órgãos ou células está relacionada diretamente aos grandes eventos da nossa fisiologia: um encontro amoroso, uma discussão ríspida, o desencontro, um sobressalto de medo, um ataque de pânico.
Para ajudar no entendimento da turma, use o exemplo dos hormônios ou neurossecreções ligados às relações amorosas entre as pessoas. Conte que, de acordo com os neurobiologistas, existem três mecanismos que controlam os vínculos e processos amorosos. No caso do desejo sexual, a luxúria está ligada à quantidade do hormônio testosterona - tanto em homens quanto em mulheres. Já o impulso da paixão e do romance é alimentado pela dopamina. E o terceiro sistema, da ligação e do companheirismo, é alimentado pela ocitocina (na mulher) e pela vasopressina (no homem).
Complemente pontuando que os três sistemas são independentes. Ou seja: uma mulher pode amar o marido, estar apaixonada pelo vizinho e sentir atração pelo Brad Pitt, tudo ao mesmo tempo. Uma confusão só. Esses três sistemas convivem e interferem uns nos outros. O sexo pode aumentar os níveis de dopamina - que provoca paixão e romance. E o orgasmo provoca a descarga de ocitocina e vasopressina - hormônios associados à ligação do casal. É por isso que, biologicamente, não existe sexo 100% sem compromisso. Você sempre corre o risco de acabar se apaixonando por alguém com quem "ficou".
Para a aula seguinte, divida a turma em dois grupos e encomende a um deles uma pesquisa sobre os hormônios e neurossecreções citados. Explique que a pesquisa deve abordar as funções dessas substâncias, as áreas de atuação e as patologias associadas ao desequilíbrio delas no organismo.
Continue a explicação mostrando que tais substâncias são mensageiros químicos. Eles levam mensagens entre células ativando, inibindo ou modificando a atividade delas e de seus respectivos tecidos e órgãos. O caminho percorrido por esses mensageiros pode ser o sangue - no caso dos hormônios - ou tecido nervoso - no caso das neurossecreções. Existem ainda mensageiros que circulam no líquido extracelular. No caso das neurossecreções, seu papel fundamental é ajudar na condução de outro tipo de comunicação entre células: o impulso nervoso.
Lembre aos alunos que receber um estímulo, conduzi-lo e retransmiti-lo são funções dos neurônios, organizados em cadeias nervosas de maior ou menor complexidade. As zonas de retransmissão denominam-se sinapses. Nelas deve ocorrer um processamento químico para que os impulsos nervosos possam passar adiante. O excesso de neurotransmissores deve, em parte, retornar para o interior do neurônio que os liberou (processo de receptação), sofrer uma ação enzimática e ser destruído.
Explique que os neurotransmissores liberados por um neurônio interagem com receptores específicos do outro neurônio, dando uma resposta fisiológica. Alguns deles vão produzir um fenômeno de excitação no neurônio seguinte. Outros, um fenômeno de inibição. E outros, ainda, um processo de modulação, uma verdadeira sintonia fina para o ajuste do estado fisiológico do neurônio, concorrendo para uma adaptação do sistema nervoso às condições que se apresentam no momento.
Finalize a aula pedindo que o segundo grupo traga, na aula seguinte, a descrição de uma sinapse com imagens e animações computadorizadas encontradas na internet.
2ª. aula Comece a aula pedindo que a turma apresente os resultados das pesquisas realizadas em casa. Discuta-os coletivamente e pergunte aos alunos qual é o lugar das emoções no corpo humano. Lembre-os de que o senso comum ou poético que coloca as emoções no coração faz sentido, pois este órgão reage e modifica seu padrão conforme determinadas emoções do indivíduo. Mas há outras áreas responsáveis por elas. Os alunos sabem dizer quais são?
Dê um tempo para que a turma responda e, em seguida, mostre a eles imagens do cérebro humano. Lembre que o encéfalo pode ser dividido de acordo com áreas anatômicas e de desenvolvimento: telencéfalo, diencéfalo cerebelo e tronco cerebral. Essas subdivisões anatômicas apresentam uma relativa correlação funcional - por exemplo, no telencéfalo e em parte do diencéfalo está a chamada região do sistema límbico. (modelo tridimensional do encéfalo com enfatizando a região anatomo-funcional chamada sistema límbico).
Conte aos estudantes que o sistema límbico é fundamental para o controle da atração sexual e da paixão. Informações de todos os órgãos dos sentidos convergem para a amígdala, que atribui sentido às emoções e fornece as reações adequadas, como, por exemplo, medo e fuga, ativadas de modo involuntário. Isso explicaria o mecanismo quase instintivo da paixão, quando as pessoas sequer reconhecem algumas das suas atitudes.
Em seguida, entram em cena o hipocampo, ligado à amígdala, e o córtex, responsáveis pelo aprendizado e memorização dos detalhes das emoções experimentadas. Essas memórias, antigas ou novas, prazerosas ou não, traumáticas ou alegres, vão balizar as futuras reações emocionais.
Finalize enfatizando que uma das principais áreas ligadas às emoções é o lobo límbico, constituído pelo giro do cíngulo e áreas ligadas, entre elas a amígdala, o hipocampo, as áreas olfativas, o córtex órbito-frontal, a área do septo e outras. Esse sistema tornou-se mais evoluído com o advento do neocórtex, típico do Homo sapiens e proporciona comportamentos mais elaborados e flexíveis, tais como programar estratégias, experimentar matizes diversas de emoções associadas à consciência e fazer previsões em longo prazo.
Neste ponto da exposição, pergunte à turma sobre as demais emoções humanas. Quais as explicações biológicas para cada uma delas? Para ajudar na resposta, peça que os alunos leiam a reportagem O ABC das Emoções, publicada em VEJA.
Após a leitura, promova uma discussão sobre as bases evolutivas das emoções. Comece analisando o quadro "A evolução das emoções". Levante a questão sobre quais são as regiões do cérebro associadas às emoções em cada grupo animal. As mudanças e as sofisticações do substrato anatômico e funcional do aparato ligado às emoções sugere que nos mamíferos - particularmente nos primatas - os mecanismos ligados às emoções parecem ser mais plásticos embora os fundamentos estejam presentes da mesma forma que nos animais mais primitivos.
Finalize a aula discutindo com os alunos os mecanismos e o valor adaptativo dessa plasticidade considerando o comportamento dos mamíferos e particularmente dos humanos.
Avaliação
São objetos da avaliação os resultados das pesquisas produzidas pelos alunos e a participação objetiva deles na discussão proposta.
Quer saber mais?
Bibliografia
Damasio, Antonio R. O erro de Descartes. São Paulo, Cia. Das Letras, 1996.
Sacks, Oliver. Um antropólogo em Marte. São Paulo, Cia. Das letras, 2006.
Herculano-Houzel, Suzana. O Cérebro nosso de cada dia, Rio de Janeiro, Vieira & Lent, 2008.
Internet
Revista eletrônica de divulgação científica da neurociência: http://www.cerebromente.org.br/home.htm
Damasio, Antonio R. O erro de Descartes. São Paulo, Cia. Das Letras, 1996.
Sacks, Oliver. Um antropólogo em Marte. São Paulo, Cia. Das letras, 2006.
Herculano-Houzel, Suzana. O Cérebro nosso de cada dia, Rio de Janeiro, Vieira & Lent, 2008.
Internet
Revista eletrônica de divulgação científica da neurociência: http://www.cerebromente.org.br/home.htm
Tutoriais animados sobre o sistema nervoso:
Sumanas animações: http://www.sumanasinc.com/webcontent/animations/neurobiology.html
BBC Science & Nature http://www.bbc.co.uk/science/humanbody/mind/
Karolinska Institute. Perspectivas visuais do Sistema nervoso http://3d-brain.ki.se/index.html
Penn Medicine. Medical animation library http://www.pennmedicine.org/health_info/animationplayer/
Sumanas animações: http://www.sumanasinc.com/webcontent/animations/neurobiology.html
BBC Science & Nature http://www.bbc.co.uk/science/humanbody/mind/
Karolinska Institute. Perspectivas visuais do Sistema nervoso http://3d-brain.ki.se/index.html
Penn Medicine. Medical animation library http://www.pennmedicine.org/health_info/animationplayer/
Fonte: Nova Escola
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