Flor-da-lua, pintada em momento único por Margaret Mee
Bem inglesa, é mais fácil imaginá-la tomando uma xícara de chá em seu estúdio, cortinas esvoaçantes, enquanto faz correr lépidas suas mãozinhas engenhosas e divinamente dotadas sobre o papel aquarela.
Cheios de detalhes e preciosos ao extremo, seus desenhos de natureza supracientífica rivalizam em pé de igualdade com o bom gosto e o apuro técnico que o resultado final evoca.
No entanto, essa fragilidade toda esconde uma força da natureza, uma vontade maior que o físico, uma curiosidade ferrenha e uma determinação desconcertantes, quase missionária.
Margaret Mee percorreu o mundo atrás de seus modelos. Sua vida foi viajar atrás de espécies da flora e também fauna e registrá-los em desenhos acadêmicos que parecem de um tempo suspenso, eterno por seu classicismo.
Por exatos 32 anos, Margaret visitou a selva amazônica para registrar sua exuberância e variedade. Corajosa, enfrentou rios sinistros, índios, insetos, cobras e por aí vai.
Tinha obsessão pelo único, a ponto de planejar uma viajem específica para registrar a Selenicereus wittii ou flor-da-lua, raríssima que brinda os olhos e a natureza com uma floração noturna, de apenas algumas horas. Conseguiu!
Fonte: Elisa Stecca
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