Que tal conhecer um pouco do pensamento contemporâneo? Tente começar por estes cinco autores! Explore-os!
Quer conhecer um pouco de cinco grandes autores contemporâneos? Com certeza esta será uma boa sugestão para suas futuras leituras, já que são monstros do pensamento que ajudarão a interpretar o mundo e compreender a própria vida de uma maneira diferente.
Michel Foucault
Foucault foi um pensador francês, filósofo e psicopatologista da segunda metade do século XX. É famoso por pensar o mundo em termos de saber-poder. Os discursos não são somente palavras ditas ao ar, mas expressam uma materialidade que rege a vida, posiciona os indivíduos em espaços sociais e os classifica como dependentes ou comandantes, privilegiados ou desprivilegiados. Ao mesmo tempo, o poder é visto como um exercício. Poder é o ato de conduzir condutas e ordenar as probabilidades, desta forma, ele não é concentrado, mas sempre ramificado, ele se expressa como uma configuração que pode ter matrizes eficientes nos dispositivos de poder, como a escola, a fábrica, o sanatório e etc.
A importância de Foucault está na possibilidade aberta que ele deixou para as lutas sociais, para a insurreição dos saberes dominados e para a afirmação de si como elemento político.
Obras indicadas
Vigiar e Punir
Arqueologia do Saber
Pierre Bourdieu
Apesar de ter uma interpretação da sociedade parecida com Foucault, seu foco no sistema educacional construiu sua fama como sociólogo "reprodutivista". A interpretação social de Bourdieu leva em conta a própria reprodutibilidade das desigualdades que a escola promove. Não há salvação na escola, pois ela é parte da manutenção da sociedade como está. É na escola que os adequados continuarão adequados e os inadequados serão, da mesma forma, postos como inadequados (e por isso ocuparão cargos menores, subempregos, serão marginalizados e excluídos). A educação não é libertadora exatamente por ser universal - a tentativa da universalização é a prática da dominação.
Bourdieu é o perfeito anti-herói da sociologia contemporânea. Seu mérito está em destruir velhas esperanças e nos fazer focar em novas soluções para estes recém-descobertos problemas.
Obras indicadas
A Reprodução (resenha crítica)
O Poder Simbólico
Zygmunt Bauman
O velho Zygmunt Bauman tem a sensibilidade de se aprofundar em uma outra oposição da sociedade contemporânea que está além da exploração (apesar de manter relações íntimas com ela). Bauman entende que em um mundo onde o consumo é uma categoria elementar, não poder consumir é estar longe da vida em sociedade, é não participar da realidade, é ser periférico, estranho. O estranho é aquele que merece 1) morrer e 2) servir os normais.
Para além da "liquidez do mundo pós-moderno", Zygmunt Bauman com frases destemidas é o autor que retira o fardo dos campos de concentração da Alemanha nazista e o recoloca sobre as costas de todo o Ocidente e sua lógica racional instrumental.
Obras indicadas
Modernidade e Holocausto
O Mal Estar da Pós-Modernidade
Guy Debord
O conceito de espetáculo - a ideologia por excelência - foi inovador na teoria revolucionária. Ele consegue unir a nova condição da ideologia nos tepos modernos, como algo que alcança todas as esferas da vida. É a relação entre imagens que faz a intermediação de uma relação entre homens. O Francês Debord, ativo em Maio de 68, soube entender este ponto com extrema maestreza.
Obras indicadas
Sociedade do Espetáculo
O Declínio e a Queda da Economia Espetacular-Mercantil
Jean-François Lyotard
Na pós-modernidade, as grandes narrativas perderam seu lugar para os jogos de linguagem. O micro tomou o lugar do macro e a eficiência passou a ser o fim último das instituições e dos indivíduos. O resultado é a descrença geral nas referências morais ou políticas outrora fontes inesgotáveis de condutas e regimentos. A pós-modernidade, portanto, é o local da incerteza e ao mesmo tempo, da administração justa, racional e correta.
A crise das grandes narrativas (como as grandes teleologias ou as grandes ciências de tudo - psicanálise inclusa) é o sinal da pós-modernidade, uma época sempre fragmentária.
Obra indicada
A Condição Pós-Moderna
© obvious
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