Mostra no RS engloba experiências e pesquisas
Frame do vídeo feito pela dupla Gilda Mantilla e Raimond Chaves que mostra a atmosfera turva de Lima
1952. A revista Time publica a imagem de um gaúcho laçando um avião. Na época, Porto Alegre foi “vendida” como o lugar onde tudo era possível e os homens podiam dominar a máquina. A partir dessa imagem, a curadora mexicana Sofía Hernández Chong Cuy começou sua pesquisa para a 9ª Bienal do Mercosul, que começa nesta sexta-feira, o que a levou a convidar 66 artistas “inventores” que investigassem os fenômenos naturais e as possibilidades de reinvenção.
“A maioria das obras serão colaborações de artistas com cientistas no desenvolvimento de projetos que nos permitem ver coisas que supostamente são invisíveis”, explica a curadora. Desta forma, obras nasceram de experimentos como o de Allan McCollum, que construiu uma máquina de fazer raios, ou o de Trevor Paglen, que enviou um disco ao espaço com imagens e sons característicos do mundo contemporâneo.
Releitura do brinquedo feito por Charles Eames assinada pelo mexicano Edgar Orlaineta
Se a matéria da Time começava falando que o céu claro favorecia uma melhor visão e perspectiva do futuro, o clima é um assunto que permeia algumas obras dessa Bienal. Em Observaciones sobre la ciudad de polvo, a dupla formada pela argentina Gilda Mantilla e o colombiano Raimond Chaves aborda Lima a partir de sua peculiaridade meteorológica. “É uma cidade com atmosfera opaca, turva e pouco renovada”, diz a artista.
“No pós-guerra muitas indústrias convidaram artistas e arquitetos para dar um novo olhar ao produto”, explica a curadora. Foi o caso da empresa de alumínio Alcoa, que convidou Charles Eames para desenvolver, em 1958, um brinquedo movido a energia solar. Nos pampas, o mexicano Edgar Orlaineta vai apresentar a versão latina da peça de Eames. Quem visitar a mostra poderá ver, ainda, uma caverna de papelão criada pelo americano Tony Smith junto a uma fábrica de celulose, mas que nunca havia saído da prancheta por falta de tecnologia.
A ideia é revolucionar também no uso de materiais. Jessica Warboys iria trazer a série Sea Painting – na qual submerge no mar a tela desenhada, a fim de absorver traços dos movimentos das ondas e areia –, mas quando descobriu que a maioria da madeira da região é destinada à fabricação de instrumentos, resolveu fazer uma instalação com imagens e vídeos para tentar entender como a música nos toca e qual é o papel da madeira nesse processo.
Para fechar com chave de ouro – quase literalmente –, a curadora selecionou três obras em que Mira Schendel propôs novo uso e linguagem para esse nobre metal: luxuosas telas abstratas!
9ª Bienal do Mercosul – De 13 de setembro a 10 de novembro, em vários espaços de Porto Alegre
Escultura da série Cauda, de Tatiana Blass, que esteve na Bienal de 2010
Abertura da Bienal de São Paulo, em 1961
Fotografia de Jessica Warboys que pretende discutir o uso da madeira para a feitura de instrumentos musicais
Tela de Mira Schendel da década de 1980
Fonte: Casa Vogue
Um comentário:
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algumas frases foram eu q fiz
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