Apartamento com pitadas retrô é a cara dos donos
A visão torna-se o sentido supremo neste apartamento paulistano, que se destaca pelo uso da cor de forma extraordinária. Violetas tingem o hall de entrada e as divisórias entre living e home theater. O cinza cobre a sala de jantar. Verdes dominam a cozinha. O berinjela marca um dos banheiros, com o azul-marinho. Roxo, turquesa e vermelho vibram nas portas laqueadas, cada qual com um desenho em relevo diferente.
Assinada pelo estúdio Superlimão, comandado por Sergio Cabral, Thiago Rodrigues, Lula Gouveia e Antonio Carlos Figueira de Mello, a reforma do imóvel de 225 m² durou cinco meses. Em paralelo, o jovem casal de proprietários pesquisou tonalidades de tintas, tecidos, revestimentos. “Queríamos personalizar uma paleta equilibrada”, explica a dona da casa. A miríade de cores resultou de intuição, preferências particulares, sugestões do escritório e de uma amiga especialista em tendências cromáticas, além de influências fashion.
Matizes à parte, os moradores anotaram propostas para revolucionar o layout do imóvel de três quartos em uma caderneta com capa amarela. O principal apontamento? “Todo lugar será de convívio.” Hoje com duas suítes, o apartamento tem ambientes amplos e abertos o bastante para favorecer a interação do casal e de eventuais convidados.
À esquerda do hall de entrada, a cozinha superequipada é o xodó da casa, e a lavanderia, quase amarelo flúor, com plantas, transforma-se em sua extensão. Até mesmo dali avista-se o conjunto integrado de salas de estar e jantar, escritório e home theater, que pode se reverter em quarto.
O setor social emprega poucas peças do endereço anterior e outras tantas arrematadas recentemente. É esse o caso do sofá reto e cinza do living, assinado por Marcus Ferreira, e da mesa de jantar, criação do mesmo designer. O móvel explora a beleza dos tons de madeira e das cadeiras atuais, mas com desenho dos anos 1950. Tecidos da estilista Adriana Barra, craque em combinar estampado e colorido, revestem os assentos. “Seu trabalho foi inspirador”, comenta a proprietária. O espaço conta ainda com prateleiras para livros e objetos e um aparador azul-claro executado sob medida.
As novas aquisições para o living vêm sendo feitas sem pressa, assim como as dos quartos, voltados a um terraço interno envidraçado. Ali, o piso de ladrilhos hidráulicos em preto e branco interage com as paredes pintadas pelo artista João Paulo Cobra, o Nove. “A obra sintetiza nossas cores”, considera o morador. Seu closet, no segundo dormitório, tem porta amarela com escotilha evocando o filme de animação Yellow Submarine (1968), estrelado pelos Beatles, de que o casal é fã.
Brincadeiras como essa lidam com a memória dos dois tanto quanto o imóvel manteve suas próprias lembranças depois da reforma. É que se manteve, por exemplo, a variação dos pisos de madeira, entre os quais um raro, de jacarandá. “Optamos pelo não desperdício”, explica Sergio.
“A participação efetiva dos proprietários, em simbiose com o escritório, foi uma experiência única”, opina o profissional. Diferente do que pode ocorrer com outros clientes, segundo o designer, ambos cuidaram de cada detalhe porque tiveram a consciência de que os moradores seriam eles mesmos, e mais ninguém. Tanto melhor.
Fonte: Casa Vogue
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