O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou nesta quinta-feira, Dia Mundial da Água, que só com um bom aproveitamento da água será possível vencer a luta do combate à fome.
Para alertar a população sobre essa previsão, Ban enviou uma declaração que foi lida no começo da cerimônia do Dia Mundial de Água 2012, realizada na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), em Roma.
"Se não aumentarmos nossa capacidade de utilizar a água sabiamente na agricultura, não conseguiremos acabar com a fome e, por consequência, teremos que enfrentar uma série de problemas, incluindo a seca, a fome e a instabilidade política", advertiu Ban.
Ban Ki-moon também fez questão de assegurar que, para produzir alimentos suficientes para uma população em rápido crescimento, a comunidade internacional precisa garantir o uso sustentável "do recurso limitado mais importante" do mundo: a água.
O secretário-geral da ONU ainda advertiu que "a escassez da água está aumentando, enquanto a taxa de crescimento da produção agrícola se desacelerou", dois fatores que afetam diretamente "os camponeses nos países de baixa renda, os mais vulneráveis e menos capazes de se adaptar".
"Garantir a segurança alimentar e hídrica sustentável para todos requer a transferência das tecnologias adequadas, a promoção dos pequenos produtores alimentícios e a conservação dos ecossistemas essenciais", apontou Ban, que cobrou "políticas que promovam o direito à água para todos".
"A água terá um papel-chave na construção do futuro que queremos", concluiu Ban, que indicou que a comunidade internacional precisará reunir dados de segurança hídrica, alimentar e nutricional no contexto de uma economia verde na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que será realizada em junho, no Rio de Janeiro.
O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, indicou que para um melhor aproveitamento da água é preciso intensificar a agricultura sustentável, usar a água de forma mais inteligente e também mudar a forma de como comemos, reduzindo o desperdício e promovendo dietas mais saudáveis.
"Para alcançar essas metas temos que investir em pessoas, infraestruturas, educação e conscientização, assim como encontrar incentivos para que os pequenos camponeses adotem boas práticas e fortaleça sua capacidade de produtividade", acrescentou Graziano da Silva.
Segundo a FAO, a cada ano cerca de 1,3 bilhões de toneladas de alimentos são desperdiçados. Uma redução de 50% dessas perdas poderia resultar em uma economia de aproximadamente 1.350 kilômetros cúbicos de água a cada ano.
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