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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Baseado no poema de Thiago de Mello – “Estatutos do homem”




Artigo I
Aqui vale a verdade. Vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Aqui todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
A partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Aqui o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. O homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único: O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.
Artigo V
 Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras.
Artigo VI
O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
Artigo VII
Decisão irrevogável, fica estabelecido o reinado peranente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma de todos.
Artigo VIII
Nossa maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
E que o resultado de seu trabalho seja suficiente para que tenha uma vida justa, digna e feliz.
Artigo XI
E que todos se lembrem que o dinheiro nunca poderá comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
Artigo XII
Fica acordado: o homem é um animal que ama, e que por isso é belo.
Artigo XIII
Decreta-se que aqui nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.


Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.


Artigo Final
Aqui a palavra liberdade será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

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