Suas coreografias mesclam críticas à sociedade e a complexidade de entendimento do ser humano em relação a sua existência.
Na NDT ele pôde trabalhar com coreógrafos renomados como Jiri Kylian, Ohad Nahrin, Mats Ek e outros. Foi introduzido a arte de ensinar aos 22 anos, o que o ajudou a ver o poder do treinamento e da pesquisa. Após ganhar vários prêmios, Iván foi convidado por Alicia Alonso, fundadora do método cubano de ensino, para criar uma peça para o Ballet Nacional de Cuba, pelos 60 anos da companhia. Também foi convidado para criar para o programa Upcoming Choreographers da Nederlands Dans Theater, onde fez “Washing Machine” (2008) e, mais tarde, “Momento”(2010). O espanhol fez parte da organização do Switch, evento organizado anualmente pelos bailarinos da NDT, onde montou “A Day Minute” e “A Transition”, coreografias que seriam apresentadas mais tarde internacionalmente. Em “Flesh”(2011), para a NDT II, ficou reconhecido como coreógrafo completo.
Atualmente, Iván ajuda Gerald Tibbs na Nederlands Dans Theater II e dá aulas em diferentes festivais e companhias como a Korzo Theater, Nederlands Dans Theater´s Summer Intensive, Holland Dance, Open Look Festival, Kunstlerhaus Mousonturm, Kunstmaniora Dans, Gerard Collins Foundation, entre outros.
"Para mim, o ato da criação envolve constante descoberta de mim mesmo e os significados de nossa existência. Criar e a procura de passar mensagens universais, de forma poética, são a essência de meu trabalho".
Trabalhos
2008 - Washing Machine
“Sempre ali, esperando por nós, a máquina de lavar. Nós todos temos a nossa, com nosso sabão e roupas, com nosso passado e futuro. Às vezes seu ritmo lento se torna turbulento e caótico apenas para encontrar paz no fim do ciclo. Você já se sentou na frente dela e, através da janela, observou o real significado de seu procedimento?”
Estreou dia 21 de maio de 2008, em Haia, com música de Jan Schouten e a participação dos bailarinos Miguel Olivera, Ema Yuasa, Sarah Reynolds, Georgi Milev, Jiri Pokorny, Virginie Martinat. Criado para o programa Upcoming Choreographers.
“O fim do dia chega, a escuridão toma conta. A luz volta só para completar o ciclo mais uma vez. O tempo se torna nossa jornada e depois de tudo, uma caminhada no parque, uma história ou uma vida se parecem um minuto”.
Criado para o Switch 2009. Com música de Adrian Klumpes e participação de Sandra Marín, Riley Watts e o próprio Iván Pérez.
2010 – A Transition
“Sempre há o momento onde o contato ocorre, também há o momento onde perdemos oportunidades. Há vários outros onde pensamos em todo o resto, mas o exato momento”.
Estreou no Regente’s Theater, em Haia no programa Upcoming Choreographers da Nederlands Dans Theater I.
Música de Adrian Klumpes e participação de Sandra Marín, Celia Amade, Heather Mayers, Dominic Santia, Bastien Zorzeto.
2011 – Flesh
Uma das que mais gosto. É dedicada aos pais de Iván, Pepa e Jaime.
“Suas vidas, amor e morte tem sido minha maior inspiração”.
Estreou pela Nederlands Dans Theater II, em fevereiro de 2011 no Lucent Dans Theater.
Em “Flesh”, há o momento do beijo. Os bailarinos não se diferenciam por gênero, tornando-se um só ser. Além da coreografia, a igualdade se dá pelo figurino que é o mesmo tanto para o homem quanto para a mulher.
2011 – Kick the Bucket
“O homem é consciente de sua própria existência? Somos fortes e sensíveis o bastante para aproveitar ao máximo da vida?”
“Kick the Bucket”, segundo Iván é um dueto cheio de emoções extremas com uma interpretação mais otimista e positiva que expressão “chute o balde”/”kick the bucket” sugere. Com participação de Marina Mascarell e Christopher Tandy.
2012 - Demodé
“Você nunca viu o seu próprio reflexo em uma vitrine, olhou ao redor e perguntou a si mesmo: o que está na moda, é fashion ou demodé? Parece que a moda não é emocional. Parece que a moda está constantemente evitando os demônios e as paixões de si mesma.
Me pergunto: o que estou fazendo? É tão grande a necessidade de saber o que estou fazendo e por quê? Nunca poderia criar a partir do nada, inevitavelmente estou carregado de memórias, de essências passadas que às vezes me ensinam e me inspiram. E me pergunto: e quem não tem?
As modas, as ideologias, os estilos e as tendências artísticas são passageiros, voltam e se transformam. O que é inevitável é que o resultado final, a obra em si mesma e com a indiferença dos elementos que a compõem, é algo novo”.
Estreou com a Companhia Nacional de Dança em Madri, com participação de Tamako Akiyama, Elisabet Biosca, Allie Papazian, Mar Aguiló, Allan Falieri, Javier Monzón e Daan Vervoort
2012 - Pinapple
Nessa coreografia Iván Pérez e Benjamin Scheuer refletem sobre a relação entre a dança e a música no processo coreográfico. Questões como o poder e a hierarquização do diálogo entre música e coreografia aparecem, onde a atmosfera musical será respeitada e confrontada em determinados momentos.
2013 - Hide and Seek
Em “Hide and Seek” cinco pessoas se encontram no espaço, não se conhecem mas dependem umas das outras. Aqui, Pérez se torna mais macabro, onde os bailarinos estão presos em um jogo psicológico. O que escondem uns dos outros?
“O público é atraído para uma viagem atmosférica onde os desejos, frustrações, loucura e humor são lentamente revelados. ‘Hide and Seek’ é um jogo que nem todo mundo vai querer jogar.”
Participação de Inés Belda Nácher, Eneko Borao, Ester Garijo Cortés, Joaquín Collado Parreño, Heather Myers e Christopher Tandy.
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