Dá-me tempo. Eu descubro.
(conversas que, ouvidas pela metade, dão letras para outras histórias)
Dá-me antes seis. Dez minutos. Ou doze, o número perfeito que de perfeição só tem o nome. Doze, a sério? Porquê? Porque são doze as horas de meio dia, doze os meses do ano? Dizes-me, então, que o perfeito é sinónimo de pedaço? De parte de algo maior?
Odeio-te por isto. Por todas as vezes que me chamas e me explicas, e me prendes nessa ilógica racional que é só tua, e que não entendo porque - dizes - não me esforço.
Esforço.
Tá.
Então o que me pedes é isso: esforço. Força. Persistência. Ou resiliência, como gostas de dizer desde que leste esta palavra num anúncio a colchões ou sofás e que, como a aspirina, usas a torto e a direito só porque te dói que eu não te entenda ou não te queira entender.
Estou farta, percebes? Farta.
De ti.
E de mim.
Acho que me fartei de ser, que me cansei de andar. Estou fatigada do que sou.
Mas não do que conseguimos ser.
Estranho. Irrito-me porque me irritas, enervo-me porque me enervas, canso-me porque me cansas, mas - no fundo - gosto desta maneira que me fazes ser: nervo, cansaço, grito.
E penso que, se calhar - será? - perdes tempo a tentar-me fazer entender porque queres que TE entenda.
Porque queres que te perceba. Porque esperas que, contigo, seja capaz de nos construir.
Afinal, acho que te amo. Sei-o.
E não precisei de mais do que cinco minutos para perceber isso.
Fonte: Obvious
2 comentários:
Ah! esta ambiguidade que acompanha muitas vezes nossos sentimentos.Lindo texto.Adorei.felicidades sempre.Bjs Eloah
Saudades amiga! Feliz 2013! Beijos.
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