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sábado, 23 de janeiro de 2016

Centenários 2016 - personagens e obras pesquisados por Elfi Kürten Fenske



CENTENÁRIOS DE NASCIMENTO
28 de janeiro - Vergílio Ferreira - escritor português
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22 de abril - Yehudi Menuhin - violinista e maestro norte-americano
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16 de julho - Emeric Marcier - pintor e muralista romeno, naturalizado brasileiro
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4 de outubro - Silas de Oliveira - compositor e sambista brasileiro
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8 de dezembro - Cláudio Vilas-Boas - sertanista e indigenista brasileiro
15 de dezembro - Miguel Arraes - advogado, economista e político brasileiro
19 de dezembro - Manoel de Barros - poeta brasileiro
25 de dezembro - Luís Cristóvão dos Santos - folclorista, jornalista e escritor brasileiro
28 de dezembro - Vera Amaral - pintora, gravadora, desenhista e professora brasileira

100 ANOS DE SAUDADES (MORTE)
28 de janeiro - Ramiro Barcelos - político, escritor, jornalista e médico brasileiro
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2 de fevereiro? - José Veríssimo - escritor, educador e jornalista brasileiro
19 de Fevereiro - Afonso Arinos - advogado, contista, romancista brasileiro
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24 de março - Enrique Granados - compositor e pianista espanhol
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6 de outubro - Garcia Redondo - engenheiro, jornalista, professor, contista e teatrólogo brasileiro

OUTRAS DATAS COMEMORATIVAS EM 2016
:: indicações no final da página.



100 ANOS DE NASCIMENTO

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO ESCRITOR VERGÍLIO FERREIRA


Vergílio Ferreira - Foto: Arquivo


Nasceu em Melo, no concelho de Gouveia, em 28 de Janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira. A ausência dos pais, emigrados nos Estados Unidos, marcou toda a sua infância e juventude. Após uma peregrinação a Lourdes, e por sugestão dos familiares, frequenta o Seminário do Fundão durante seis anos. Daí sai para completar o Curso Liceal na cidade da Guarda. Ingressa em 1935 na Faculdade de Letras a Universidade de Coimbra, onde concluirá o Curso de Filologia Clássica em 1940. Dois anos depois, terminado o estágio no liceu D. João III, nesta mesma cidade, parte para Faro onde iniciará uma prolongada carreira como docente, que o levará a pontos tão distantes como Bragança, Évora ou Lisboa.
Este homem reuniu em si diversas facetas, a de filósofo e a de escritor, a de ensaísta, a de romancista e a de professor. Contudo, foi na escrita que mais se destacou, sendo dos intelectuais contemporâneos mais representativos. Toda a sua obra está impregnada de uma profunda preocupação ensaística.
Vergílio foi também um existencialista por natureza. A sua produção literária reflecte uma séria preocupação com a vida e a cultura. Este escritor confessou a Invocação ao meu Corpo (1969) trazer em si “ a força monstruosa de interrogar”, mais forte que a força de uma pergunta. ”Porque a pergunta é uma interrogação segunda ou acidental e a resposta a espera para que a vida continue. Mas o que eu trago em mim é o anúncio do fim do mundo, ou mais longe, e decerto, o da sua recriação”. Este pensador tecia reflexões constantes acerca do sentido da vida, sobre o mistério da existência, acerca do nascimento e da morte, enfim, acerca dos problemas da condição humana.
Ainda nos restou o imenso homem, que ficou dentro da obra, pois, como o próprio declarou, o autor nunca pode ser dissociado da sua obra porque nela vive, respira e dela fica impregnado. Vergílio entregava-se à escrita de corpo e alma, tinha essa obsessão; após a qual se sentia vazio, mas depois de um livro voltava a renovar-se para dar corpo a outro. “Escrever, escrever, escrever. Toma-me um desvairamento como o de ébrio, que tem mais sede com o beber para o beber, ou do impossível erotismo que vai até ao limite de sangrar. Escrever. Sentir-me devorado por essa bulimia, a avidez sôfrega que se alimenta do impossível”.(Pensar, 1992).
A obra de Vergílio Ferreira recebeu influências do existencialismo de Satre, de Marco Aurélio, Santo Agostinho, Pascal, Dostoievski, Jaspers, Kant e Heidegger. Os clássicos gregos e latinos como Ésquilo, Sófocles e Lucrécio, também assumiram uma importância vital nos pensamentos deste escritor. No livro Mito e Obsessão na Obra de Vergílio Ferreira, Eduardo Lourenço afirma que “faz parte que se considere Vergílio Ferreira numa perspectiva ideológica, como autor de ruptura e tentativa de superação e reformulação do ideário neo-realista; numa perspectiva metafísica, como romancista do existencial no sentido que ao termo foi dado pela temática chamada existencialista; e, finalmente, numa perspectiva simbólica, como romancista de uma espécie de niilismo criador ou, talvez melhor, do humanismo trágico ou tragédia humanista”.

Vergílio Ferreira - Foto: Arquivo 


Os romances Uma Esplanada sobre o Mar (1987), pelo qual recebeu o prémio da Associação Portuguesa de Escritores, e Em Nome da Terra (1990) retomam o tema da transitoriedade da vida, sujeita ao passar do tempo. Em 1993 edita em Na Tua Face, uma das suas obras mais exemplares, em que desenvolve uma reflexão aprofundada acerca da beleza e da sua transitoriedade. Este escritor, que aos 80 anos declarou “ vou entrar a escrever no paraíso”, veio falecer a 1-3-1996. Deixou um livro entregue ao editor, publicado posteriormente intitulado Cartas a Sandra (1996), em que se pode reencontrar a personagem Xana, filha do narrador do romance Para Sempre, apresentando ao leitor cartas escritas pelo pai à sua mãe. Após a morte do escritor a Câmara Municipal de Gouveia e a Universidade de Évora criaram prémios literários em memória de Vergílio Ferreira. O espólio do escritor composto por prémios, livros e alguns objectos pessoais foi doado a Gouveia, concelho de onde Vergílio Ferreira era natural e estão em exposição na Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira. O seu espólio de originais manuscritos de quase todos os seus romances foi doado à Biblioteca Nacional.
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:: Fonte: Rede de Bibliotecas Municipais de Gouveia / Portugal (acessado em 2015/12/17)
:: Mais sobre o escritor português Vergílio Ferreira, acesse AQUI!


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO VIOLINISTA YEHUDI MENUHIN


Yehudi Menuhin


Nascido em 22 de abril de 1916 em Nova Iorque, Yehudi Menuhin foi não só um dos mais virtuosos violinistas, mas também um dos mais célebres intérpretes da música no século passado. Ao longo de sua vida, o músico realizou centenas de atuações ao vivo e dedicou-se também à direção de orquestras desde 1960 (a partir dos anos de 1990, esta tem sido a sua atividade quase exclusiva). Aos 7 anos, surpreendeu como "menino prodígio", atuando com a San Francisco Symphony Orchestra. Apareceu, depois, aos 11 anos, no Carnegie Hall de Nova York e, aos 13, em Berlim, interpretando concertos para violino de Bach, Beethoven e Brahms. Durante a Segunda Guerra Mundial, tocou para as tropas aliadas em centenas de concertos, fazendo por vezes duo com o compositor britânico Benjamin Britten. Bela Bartok compôs uma sonata para ele, que foi estreada em 1944.
De origem judia, em 1945 voltou à Alemanha, oferecendo um concerto no campo de concentração de Bergen-Belsen e manifestando-se contra a censura que recaía sobre Wilhelm Furtwängler. A partir de 1957, passaram a ocorrer todos os anos os festivais Yehudin Menuhin na cidade turística suíça de Gastaad. O músico fundou em 1963 a Yehudin Menuhin School, em Londres, dirigindo também os festivais de Bath (1959-1968) e Windsor (1969-1972). Aberto a novas influências, realizou concertos com o virtuoso indiano da cítara, Ravi Shankar, e com músicos de jazz. Comprometido com a necessidade de um entendimento entre as nações, fez parte do Conselho Musical da Unesco entre 1969 e 1975. Em 1970, adquiriu a nacionalidade suíça e, em 1985, a britânica. Suas memórias foram publicadas no livro Uma Viagem Inacabada, editado em 1976.

Yehudi Menuhin


Entre os diversos prêmios recebidos ao longos dos anos, ganhou em 1977 o Prêmio da Paz dos libreters alemães, recebeu o título de sir em 1985 e em 1990 foi galardoado com o Prêmio Glenn Gould, e em 1997 o Pulse-o Príncipe de Astúrias da Concòrdia juntamente com Mstislav Rostropovich pelo seu compromisso pessoal com o qual realizaram as melhores contribuições à liberdade, a defesa dos direitos dos débis e das causas mais nobres, e que com a universalidade da sua música contribuíram demais para a harmonia e a união dos povos. Ao longo da sua carreira musical Yehudi Menuhin recebeu 2 Prêmios Grammy: 1967 - Melhor interpretação de música de estância por West Meets East (com Ravi Shankar) e em 1977 - Melhor Álbum Clássico por Concerto Of The Century.
Publicou livros, lições para violino e deixou arquivados diversos trabalhos em áudio e vídeo, hoje apreciados por músicos e admiradores do mundo inteiro.
Menuhin morreu em 12 de março de 1999 na cidade de Berlim - Alemanha, por complicações de uma bronquite. Hoje seu nome é lembrado como uma lenda do século XX, por ter contribuído tanto para o mundo da música, e em particular, para o mundo do violino.

“Se reconciliar o mundo é demasiado ambicioso, pelo menos podemos educar as crianças a respeitarem as diferenças, que são o que nos permite aprender: Se todos fossemos iguais, não teríamos nada para oferecer aos outros.”

- Yehudi Menuhin (violinista e maestro)
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Fonte: Jaime Lourenço / blog (acessado em 17/12/2015).




Johann Sebastian Bach - Concerto para Violino BWV1042 II.
Adagio | Yehudi Menuhin



“A música é um encontro humano, é a expressão da vida”
- Yehudi Menuhin (violinista e maestro), em "Viagem inacabada" [autobiografia]. Seuil, 1976.




Yehudi Menuhin - o violino do Século - Documentário (1996)
[Legendas em Espanhol]
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Site Oficial: Yehudi Menuhin


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO PINTOR E MURALISTA EMERIC MARCIER


Emeric Marcier


Emeric Marcier Racz (Cluj, Romênia, 16 de julho de 1916 - Paris, França, 1 de setembro de 1990). Pintor, muralista. Estuda na Accademia di Belli Arti de Brera [Academia de Belas Artes de Brera], em Milão, Itália, de 1935 a 1938. Em 1939, freqüenta o curso de escultura da École Nationale Superieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas-Artes], em Paris. Em 1940, por causa da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), viaja para Lisboa, onde permanece por um breve período e convive com os pintores Arpad Szenes (1897-1985) e Vieira da Silva (1908-1992). Colabora na revista Presença e mantém contato com escritores portugueses. Vem para o Brasil nesse ano, a convite dos escritores Jorge de Lima (1893-1953) e Mário de Andrade (1893-1945). Reside na Pensão Mauá, no Rio de Janeiro, local de reunião de artistas e intelectuais. Passa a dar aulas particulares de pintura e tem entre seus alunos Djanira (1914-1979). Na década de 1940, mantém um ateliê em Barbacena, Minas Gerais. A paisagem das cidades históricas mineiras marca definitivamente sua produção. Depois, torna-se conhecido principalmente pelas pinturas de temas religiosos, realizadas em sua maior parte com a técnica de afresco. Nessas obras, revela admiração pela pintura italiana dos séculos XIII e XIV. Reside definitivamente no Rio de Janeiro a partir de 1971. Em 1983, é publicado o livro Estória dos Sofrimentos, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus Cristo na Pintura de Emeric Marcier, de Affonso Romano de Sant'Anna, pela editora Pinakotheke.
Comentário crítico


"Motivos do Rio de Janeiro", de Emeric Marcier [Coleção Banerj].


Na década de 1940, Emeric Marcier cria um ateliê em Barbacena, Minas Gerais, e percorre as cidades históricas mineiras, que marcam definitivamente a sua produção. Em seus quadros, as várias paisagens de Ouro Preto, Tiradentes e São João Del Rei apresentam um caráter sombrio, como em Museu da Inconfidência, ca.1945 e Antiga Casa dos Contos (1946). Produz também retratos e naturezas-mortas. Em sua produção, mantém diálogo com o expressionismo e também com a obra de Pablo Picasso (1881-1973).
Marcier torna-se conhecido principalmente pelas pinturas de temática religiosa, realizadas em grande parte com a técnica de afresco. Nessas obras, revela admiração pela produção dos artistas italianos dos séculos XIII e XIV, como Giotto (1266-1338). Utiliza uma paleta de tons rebaixados e grande simplificação formal, criando obras que apresentam um caráter dramático.
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Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural (2015/12/17).
BAPTISTA, Anna Paola Pacheco. Arte no Exílio -. Pintor Nascido na Romênia, Emeric Marcier elegeu o Brasil Como pátria e fonte de Inspiração.. em 'Revista de História ", 23/04/2008 Disponível nolink. (acessado em 17/12/2015).
CERQUEIRA FILHO, Ilton José de. Interconexão entre pintura, vida e RELIGIÃO: a obra mural sacra moderna de Emeric Marcier. (Dissertação Mestrado em História). Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2012. Disponível no link. (acessado em 17/12/2015).


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO COMPOSITOR SILAS DE OLIVEIRA


Silas de Oliveira Ensina o menino a tocar Caixa de fósforo


Silas de Oliveira, Compositor (04 de outubro de 1916-20 de maio de 1972). Nasceu no subúrbio de Madureira. Filho do professor e pastor protestante José Mário de Assumpção e de Jordalina de Oliveira de Assumpção, moradores da Rua Guaxima, em Vaz Lobo. Foi professor e trabalhou na escola fundada por seu pai, "Colégio Assumpção", na Avenida Marechal Rangel, número 553, hoje Avenida Edgard Romero. O nome da escola foi dado em homenagem a um político muito popular na época, benfeitor daquela área. Faleceu enquanto apresentava dois de seus mais famosos sambas-enredo no Clube ASA, em Botafogo, bairro do Rio de Janeiro, em roda de samba promovida pelo também compositor Mauro Duarte. Foi velado na Associação de Escolas de Samba. Na ocasião do enterro, o presidente da Portela, Natal da Portela (Natalino José do Nascimento), sugeriu que fosse cantado seu samba "Heróis da Liberdade", que passou a ser executado em funerais de sambistas. Seu nome foi dado a principal rua da comunidade do Morro da Serrinha: "Rua Compositor Silas de Oliveira", no morro que divide os subúrbios de Vaz Lobo e Madureira. No ano de 2014, o viaduto que faz a ligação entre os dois lados da linha do trem de Madureira, no qual transita o BRT (ônibus especial articulado), foi nomeado de Viaduto Silas de Oliveira.
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Fonte: Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira (acessado em 17/12/2015).


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE CLÁUDIO VILLAS-BÔAS

Cláudio Villas Boas (Acervo Edilson Martins)


Cláudio Villas-Bôas (Botucatu, 8 de dezembro de 1916 – São Paulo, 1 de março de 1998), junto com seus irmãos Orlando e Leonardo, projetou-se na política indigenista brasileira.
Cláudio e Orlando Villas Bôas dedicaram suas vidas aos índios brasileiros. Em 1943 abandonaram a vida na cidade para participar, como trabalhadores braçais, da Expedição Roncador-Xingu, que tinha como objetivo desbravar parte da Amazônia, então considerada desabitada. Nessa viagem conheceram grupos que nunca tinham tido contato com não índios, e desde então lutaram para demarcar suas terras, prestar assistência à saúde e preservar sua cultura. Criaram laços de amizade com mais de vinte povos e, em 1961, ajudaram a fundar o Parque Nacional do Xingu.
Cláudio e Orlando conheceram mais do que ninguém a cultura dos xinguanos, e narram aqui nove histórias assim como as ouviram. São contos que falam do imaginário desses grupos, de seus costumes, crenças e cosmologia.
REFERÊNCIAS DE PESQUISA
SOUZA, Sergio de. (edição de texto). A marcha para o oeste - A epopeia da Expedição Roncador-Xingu: Orlando Villas Bôas e Cláudio Villas Bôas. [Capa Fabio Uehara]. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
MINDLIN, Betty. Histórias do Xingu: Orlando Villas Bôas e Cláudio Villas Bôas. [ilustrações Rosinha].. (infanto-juvenil). São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2013.
RESK, Sucena Shkrada. História dos índios - Xingu - Um paraíso sob ameaça. in: Portal da Ciência & Vida/Revista Literaturas da História. Disponível no link. (acessado em 30.12.2015).

Documentário
Irmãos Villas Bôas - A Marcha Para o Oeste - Primeiros Contatos Com Os Índios do Xingú.
:: Documentário disponível aqui. (acessado em 30.12.2015).


Xingu - O filme




Os três irmãos Villas Bôas reunidos (foto da década de 1950).

da esquerda para a direita:- Leonardo, Orlando e Cláudio


Sinopse: Três irmãos decidem viver uma grande aventura. Orlando (Felipe Camargo), 27 anos, Cláudio (João Miguel), 25, e Leonardo (Caio Blat), 23, Villas-Bôas alistam-se na expedição Roncador-Xingu e partem numa missão desbravadora pelo Brasil Central. A saga começa com a travessia do Rio das Mortes e logo os irmãos se tornam chefes da expedição e se envolvem na defesa dos índios e de sua cultura, registrando tudo num diário batizado de “Marcha para o Oeste”. Numa viagem sem paralelo na história, com batalhas, 1.500 quilômetros de picadas abertas, 1.000 quilômetros de rios percorridos, 19 campos de pouso abertos, 43 vilas e cidades desbravadas e 14 tribos contatadas, além das mais de 200 crises de malária, os irmãos Villas-Bôas conseguem fundar o Parque Nacional do Xingu, um parque ecológico e reserva indígena que, na época, era o maior do mundo, do tamanho de um país como a Bélgica. Na aventura, os irmãos Villas-Bôas conseguem passar pelo território Xavante, de índios corajosos e guerreiros sem nenhuma baixa de ambos os lados. Ao recontar a saga dos irmãos, o longa acompanha essa grande luta pela criação do parque e pela salvação de tribos inteiras que transformaram os Villas-Bôas em heróis brasileiros.
Ficha técnica
Ano/país: 2012, Brasil
Duração: 116 min.
Direção: Cao Hamburger
Produção executiva: Bel Berlinck
Coordenador de produção: Cris Abi
Produção de elenco: Patricia Faria, Chico Accioly, Diana Galantini
Direção de produção: Marcelo Torres
Direção de fotografia: Adriano Goldman


Xingu - o filme


Roteiro: Elena Soarez, Cao Hamburger
Produtor: Fernando Meirelles, Andrea Barata Ribeiro
Direção de arte: Cássio Amarante
Cenografia: Tiago Marques
Figurino: Verônica Julian
Maquiagem: Anna Van Steen
Trilha sonora: Beto Villares
Som: Paulo Ricardo Nunes
Efeitos: Especiais Martão
Elenco:
João Miguel como Cláudio Villas-Bôas
Felipe Camargo como Orlando Villas-Bôas
Caio Blat como Leonardo Villas-Bôas
Maiarim Kaiabi como Prepori
Awakari Tumã Kaiabi como Pionim
Adana Kambeba como Kaiulu
Tapaié Waurá como Izaquiri
Totomai como Guerreiro Kalapalo
Maria Flor como Marina Villas Bôas
Augusto Madeira como Noel Nutels
Fábio Lago como Bamburra
Coprodução: Globo Filmes, O2 FIlmes
Distribuição: Downtown
:: Filme: Xingu Disponível no Youtube. [Parte I - Parte II]..(acessado em 30.12.2015).
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:: Visite o blog do filme Xingu. Acesse aqui!




Cláudio e Orlando Villas Bôas com um índio do alto Xingu, na década de 1960
(Acervo da família Villas Bôas)




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MIGUEL ARRAES


Miguel Arraes


Miguel Arraes de Alencar era cearense de nascimento, mas construiu sua carreira política em Pernambuco e se tornou um dos maiores expoentes da esquerda brasileira.
Foi deputado estadual, federal e governador de Pernambuco por três vezes. Arraes nasceu no dia 15 de dezembro de 1916, em Araripe, Ceará, onde frequentou os primeiros anos de escola. Em 1932, concluiu o curso secundário no Colégio Diocesano, no Crato, também
no Ceará, e em seguida mudou-se para a capital pernambucana. No Recife, foi aprovado num concurso público para o hoje extinto IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool).
Foi no IAA que Arraes conheceu Barbosa Lima Sobrinho, seu ex-presidente, e que o levou para a vida pública.
Em 1948, Miguel Arraes aceitou convite do então governador de Pernambuco, Barbosa Lima Sobrinho, para ocupar o cargo de secretário estadual da Fazenda. Dois anos depois, disputou sua primeira eleição para deputado estadual e ficou na suplência, vindo depois a ocupar a cadeira. Em 1958, conquistou uma vaga de titular na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
No governo de Cid Sampaio, em 1959, voltou à Secretaria da Fazenda como titular. Nesse mesmo ano, foi convocado pelas forças progressistas para ser candidato a prefeito do Recife e se elegeu para seu primeiro mandato executivo.
Em 1962, depois de uma administração aprovada pela população da capital, Miguel Arraes foi eleito pela primeira vez para governar Pernambuco.
No seu governo (que não chegou a concluir), Miguel Arraes implantou programas de destaque na área de educação e no setor rural. O Acordo do Campo, assinado em seu gabinete, teve como princípio a implantação da justiça na relação trabalhista dos canavieiros com os donos de usinas.
No dia primeiro de abril de 1964, Arraes foi deposto pelo Golpe que instituiu a ditadura militar no Brasil. Depois de ficar preso em quartéis do Recife e da Ilha de Fernando de Noronha, seguiu em 1965 para o Rio de Janeiro onde pediu asilo na Embaixada da Argélia. Ao lado da família, passou 14 anos exilado na capital argelina. Retornou ao Brasil em 1979, quando foi decretada a anistia pelos militares golpistas que estavam sendo pressionados por vários setores da população brasileira.
De volta ao Recife, Arraes retomou sua trajetória política, se filiando ao PMDB ( Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Foi eleito deputado federal em 1982.
Em 1986, ainda pelo PMDB, Miguel Arraes foi eleito pela segunda vez para governar Pernambuco. Em 1990, já filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), do qual presidente nacional, Arraes foi eleito, novamente, deputado federal, com a maior votação proporcional do país.
Em 1994, foi eleito pela terceira vez governador de Pernambuco. Quatro anos depois de perder a reeleição para o quarto mandato de governador, Arraes elegeu-se mais uma vez elege-se deputado federal.
Morreu aos 88 anos, no dia 13 de agosto de 2005, no exercício do mandato, depois de passar quase dois meses internado no Hospital Esperança, no bairro da Ilha do leite, na área central do Recife.
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Fonte: Instituto Miguel Arraes (acessado em 30.12.2015).


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO POETA MANOEL DE BARROS


Manoel de Barros, em SUA Residência em Campo Grande / MS
- fevereiro de 2008 - foto: Jonne Roriz / Estadão Conteúdo


Manoel Wenceslau Leite de Barros, entortador de palavras, poeta que tem um abridor de amanhecer, nasceu em Cuiabá-MT, em 19 de dezembro de 1916 e mudou-se para Corumbá-MS, onde se fixou de tal forma que chegou a ser considerado corumbaense.
Nequinho, como era chamado carinhosamente pelos familiares, cresceu livremente, em uma fazenda no Pantanal. No derradeiro texto do “Livro das Ignorãças”, 1993, “Retrato falado”, Manoel confessa:
“Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão, Aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar entre pedras e lagartos.”
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:: Fonte: Travessia Poética (acessado em 17/12/2015)
:: Mais sobre o poeta Manoel de Barros - acesseAQUI!


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE LUÍS CRISTÓVÃO DOS SANTOS


Luis Cristóvão dos Santos


Luís Cristóvão dos Santos (Pesqueira, 25 de dezembro de 1916 - Recife, 30 de junho de 1997) foi um sociólogo, antropólogo, folclorista, cronista, escritor, promotor público e jornalista brasileiro. Também era conhecido pelos pseudônimos Ziul e Pajeú.
Estudou em Pesqueira e no Recife e concluiu o curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, em 1944. Funcionário Público Federal e Estadual, foi promotor de Justiça em diversas comarcas do sertão pernambucano. Diretor do jornal Gazeta do Pajeú durante a década de 1950, foi candidato a Deputado Estadual pela UDN - União Democrática Nacional em 1947 e após obter 1339 votos ficou como suplente, também saiu candidato a vice-prefeito da cidade de Arcoverde em 1955 na chapa de Antônio Napoleão, participou ativamente na história cultural e política de Pernambuco, lutando por seus direitos e defendendo o Estado. Foi Chefe do Departamento Criminal do Estado de Pernambuco de 1976 a 1986. Devido a morte prematura de um filho, aposentou-se como advogado de ofício segundo a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil. Escritor desde adolescente, Luís Cristóvão dos Santos também foi jornalista (A Voz do Sertão, Gazeta do Pajeú, Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio), colaborador do Suplemento Cultural do Diário Oficial do estado de Pernambuco e em vários outros jornais do país, dentre muitos outros trabalhos publicados, contribuiu com muitos trabalhos na imprensa nacional e italiana.
Obras
:: Hino Ao Sertão. 1937.
:: Adolescência. 1950.
:: Bilhetes do Sertão. 1950.
:: Padre Cottart - Um Vigário do Pajeú. 1953.
:: Carlos Frederico Xavier de Brito - O Bandeirante da Goiaba. 1953.
:: Frei Damião - O Missionário dos Sertões. 1953.
:: Caminhos do Pajeú. 1955.
:: Brasil de Chapéu de Couro. 0,1956.
:: Caminhos do Sertão. (1970.
:: Chão de Infância. [sonetos]. 1983.
:: Paisagem Humana do Pajeú (Inacabada)
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Fonte: Wikipédia (acessado em 17/12/2015).


CENTENÀRIO DE NASCIMENTO DA PINTORA VERA AMARAL


A chegada, Vera Amaral


Vera Helena Rossmann Carvalhaes do Amaral (Santos SP, 28 de dezembro de 1916 - São Paulo SP, 19 de março de 2008). Pintora, desenhista, gravadora, professora. Inicia estudos em artes com o professor Theodoro Braga (1872 - 1953) ao mudar-se para São Paulo, em 1928. Nesse ano, obtém o primeiro lugar no curso de arte do Colégio Mackenzie. Na década de 1930, aperfeiçoa-se em desenho e em diversas técnicas de pintura com Antonio Rocco (1880 - 1944). Entre 1949 e 1950, realiza estágio com Yoshiya Takaoka (1909 - 1978), e, nos dois anos seguintes, estuda pintura em mural com Candido Portinari (1903 - 1962). De 1949 a 1961, leciona desenho artístico e composição decorativa na Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo - FAU/USP. Entre os anos de 1962 e 1965, viaja para Londres, onde estuda psicologia e psicanálise. Retorna ao Brasil e se dedica exclusivamente a pintura. Transfere-se em 1972 para a Ilha de Itacuruçá, Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, onde pinta para exposições. Em 1974, aperfeiçoa-se em gravura com Flávio Pereira e Motta. Em 1983 é convidada a integrar o Sodalício do Instituto Histórico e Cultural Pero Vaz de Caminha. É agraciada com o Diploma e Colar Padre José Anchieta.
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Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural. (acessado em 17/12/2015).


100 ANOS DE SAUDADES

100 ANOS DE SAUDADES DE RAMIRO BARCELLOS


Auto-retrato de Ramiro Barcellos


Ramiro Fortes de Barcellos (Cachoeira do Sul RS, 23 de agosto de 1851 — Porto Alegre, 28 de janeiro de 1916) foi um político, escritor, jornalista e médico brasileiro.
Era filho de Vicente Loreto de Barcellos e Idalina Pereira Fortes. Médico formado pela Escola de Medicina do Rio de Janeiro; foi Ministro Plenipotenciário do Brasil na República do Uruguai; Secretário da Fazenda e Deputado Provincial do Rio Grande do Sul ; Senador da República pelo Estado do Rio Grande do Sul.
Segundo pesquisas de Guilhermino Cesar nas coleções da Biblioteca Rio-Grandense, da cidade de Rio Grande, "já em 1882, quando fundou com Graciano Alves de Azambuja o jornal O Novo Mundo, de vida efêmera, adotava Ramiro Barcellos o pseudônimo de Amaro Juvenal. Em 6 de janeiro de 1883, no quinto número da mesma folha, publicou o folhetim Único, onde satiriza a incontinência do Imperador na concessão de títulos nobiliárquicos. E no primeiro número de A Federação , que é de 1º de janeiro de 1884, publicou com o mesmo pseudônimo a famosa Carta a D. Isabel. (V. Guilhermino Cesar, O outro Amaro Juvenal, in Suplemento Literário do Diário de Notícias, de 29 de junho de 1958).
Mais tarde, quando do seu rompimento com o chefe do partido a propósito da candidatura de Hermes da Fonseca, ele mesmo se refere ao Amaro Juvenal que assinava artigos de aguda mordacidade, mas desta vez para comunicar que o adversário terá sua biografia traçada pelo mesmo satirista. Observa então em artigo publicado no Correio do Povo de agosto de 1915, sob o título Comentários políticos: “Na campanha a que me atirei, na nobre tentativa de salvar por um protesto solene a honorabilidade de nossa terra natal, opus-me à vontade do Sr. Borges de Medeiros, mas não o insultei, não o injuriei, não o enxovalhei, não ataquei a sua honra pessoal. S. Exc.ª, incapaz de defender com argumentos o atentado político a que ligou a sua responsabilidade , vem agredir-me pessoalmente pelas colunas da Federação. Pois terá o troco que merece, na altura de sua agressão. E vai lucrar muito com isso, porque terá a sua biografia política escrita por um contemporâneo desde o tempo da propaganda e que lhe ficou bem conhecido o valor, desde a passagem de um certo telegrama a Julio de Castilhos, logo após o golpe de Estado do Sr. Lucena. Essa biografia, porém será escrita por Amaro Juvenal, porque o assunto dá para tirar conclusões alegres de episódios tristes.” (Amaro Juvenal – Antonio Chimango, poemeto campestre. Porto Alegre:Editora Globo, 1961, p.117).




Ramiro Fortes de Barcellos (Museu
Municipal de Cachoeira do Sul)


OBRA DE RAMIRO BARCELLOS (SOB PSEUDÔNIMO DE AMARO JUVENAL)
:: Antonio Chimango, poemeto campestre. [sob pseudônimo Amaro Juvenal] 1ª ed., Pelotas: editora do autor, 1915;
:: Antonio Chimango, poemeto campestre. [sob pseudônimo Amaro Juvenal; prefácio de Augusto Meyer]. Coleção Província, vol. 5. Porto Alegre: Editora Globo, 1952; 1957; 1961.
:: Antônio Chimango e outros textos. [edição comentada e anotada por Luís Augusto Fischer]. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2000.
- Outras edições ver Aqui!

FORTUNA CRÍTICA
BRASIL, Luiz Assis Brasil; MOREIRA, Maria Moreira; ZILBERMAN, Regina (org.). Pequeno Dicionário da Literatura do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Novo Século, 1999.
FISCHER, Luís Augusto. Amaro Juvenal. [estudo sobre o autor do Antônio Chimango]. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, 1989.
FISCHER, Luís Augusto. Literatura gaúcha – história, formação e atualidade. Porto Alegre: Leitura XXI, 2004.
MARTINS, Ari. Escritores do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS/IEL, 1978.
VILLAS-BOAS, Pedro Leite. Dicionário Bibliográfico Gaúcho. Porto Alegre: ESTdigital, 1991.
MARTINS, Maria Helena. Agonia do Heroísmo, contexto e trajetória de Antonio Chimango. Porto Alegre: Editora da UFRGS; L&PM, 1980.
MAYER, Augusto.Prosa dos pagos. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1960.
MEDEIROS, Pedro Paulo. Para meus netos compreenderem Antonio Chimango. Santa Maria: UFSM, 1985.
O POVO DO SUL. Antônio Chimango, poemeto campestre. [pesquisa Dari José Simi]. Série: poetas do passado rio-grandense. Disponível no link. (acessado em 30.12.2015).
PIRES, Ary Simões. Um gaúcho sepeense: tio Lautério. Santa Maria: Palotti, 1957.
PORTO ALEGRE, Aquiles. Homens ilustres do Rio Grande do Sul. 2ª ed., Porto Alegre: Livraria Selbach, 1917.
RABUSKE, Arthur. O gaúcho Martin Fierro e Antônio Chimango. [Separata da revista "Estudos Leopoldenses"]. nº 39, São Leopoldo:Instituto Anchietano, 1976.

ALGUNS VERSOS DO 'ANTÔNIO CHIMANGO - POEMETO CAMPESTRE'


Capa da 1ª edição, 1915 - Poemeto campestre


65

Do meio-dia pra tarde
Se foi o tempo arruinando.
Soprava de quando em quando
Um vento quente do norte.
Assim é que muda a sorte
De um pobre que anda tropeando.

66

Dia quente, de mormaço.
A gente vinha abombada: [exausta]
Custou-se a achar uma aguada
Onde o boi bebesse a gosto,
E era já quase sol posto,
Não se tinha andado nada.

67

Lá pras bandas do poente
Formou-se uma barra escura;
A felicidade não dura
E é china que não se roga; [mestiça]
Não há maneia nem soga
Que a possa manter segura.

68

Se ouvia ao longe um ruído
Como de couro arrastando,
Ou de uma roda passando
No tablado de uma ponte;
E se aproximava um monte
De nuvens negras rolando.

69

O temporal era certo.
Quem isto sabe não erra.
Um cheirinho assim de terra,
Que vem de lá não sei donde
Avisa que não se ronde,
Mas que se busque uma encerra. [curral grande]

*

125

À sombra de uma figueira,
Sentados num cabeçalho
O Aureliano, sem atalho,
Disse: agora, meu menino,
Eu te vou dar o ensino
Do que aprendi no trabalho.

126

Pra pegar um pescoceiro, [cavalo resistente]
Que há sempre algum na tropilha
Desses que pouco se encilha,
Não precisas ter cansaço;
Que os bobos puxem o laço,
Fica-te tu na presilha.

127

Quando um erro cometeres,
(O que bem se pode dar)
Não deves ignorar
Como se sai da rascada:
A culpa é da peonada,
O patrão não pode errar.

128

Quando vires um peão,
Mesmo o melhor no serviço
Ir pretendendo por isso
Adquirir importância,
Bota pra fora da Estância
Mas, sem fazer rebuliço.

129

A regra é — cabresto curto —
Pra ter tudo nos seus eixos;
Sofrenaço pelos queixos, [puxão de rédeas]
De vez em quando, convém...
Mesmo aos que procedem bem
Queixa-te dos seus desleixos.

130

Cada qual tem o seu fraco
E também sua pereva, [pústula]
É por ai que se os leva,
Mas sem dar a perceber;
Está tudo em se meter
Com jeito o porco na ceva.

131

Predominar sobre todos
E mandar com muito arrojo;
Da adulação não ter nojo,
E tirar dela partido.
Fica disto convencido:
Quem ordenha bebe o apojo. [leite gordo]

132

Não percas isto de vista:
C'os cotubas ter paciência,
C'os fracos muita insolência,
Com milicos muito jeito;
Não ter amigos — do peito,
Nisto está toda a ciência.

*

141

O povo é como o boi manso,
Quando novilho atropela,
Bufa, pula, se arrepela,
Escrapeteia e se zanga; [resiste ao pinotes]
Depois. . . vem lamber a canga
E torna-se amigo dela.

142

Home é bicho que se doma
Como qualquer outro bicho;
l em às vezes seu capricho,
Mas logo larga de mão;
Vendo no cocho a ração,

Faz que não sente o rabicho.
---
:: Fonte: O povo do sul e Antônio Miranda (acessado em 30.12.2015).






100 ANOS DE SAUDADES DE JOSÉ VERÍSSIMO


José Veríssimo


José Veríssimo (José Veríssimo Dias de Matos), jornalista, professor, educador, crítico e historiador literário, nasceu em Óbidos, PA, em 8 de abril de 1857, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 2 de fevereiro? de 1916. Compareceu a todas as reuniões preparatórias da instalação da Academia Brasileira de Letras. Escolheu por patrono João Francisco Lisboa, e é o fundador da cadeira nº 18.
Filho de José Veríssimo de Matos e de Ana Flora Dias de Matos. Fez os primeiros estudos em Manaus (AM) e Belém (PA). Em 1869, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Matriculou-se na Escola Central, hoje Escola Politécnica, mas interrompeu o curso por motivo de saúde, em 1876, e regressou ao Pará, onde se dedicou ao magistério e ao jornalismo, a princípio como colaborador do Liberal do Pará e, posteriormente, como fundador e dirigente da Revista Amazônica (1883-84) e do Colégio Americano.
Em 1880, viajou pela Europa. Em Lisboa, tomando parte de um Congresso Literário Internacional, defendeu brilhantemente os escritores brasileiros, que vinham sendo severamente censurados, vítimas de injúrias feitas pelos interessados na permanência do livro brasileiro na retaguarda da literatura no Brasil. Voltou à Europa em 1889, indo tomar parte, em Paris, no X Congresso de Antropologia e Arqueologia Pré-Histórica, quando fez uma comunicação sobre o homem de Marajó e a antiga história da civilização amazônica. Sobre a rica Amazônia são também os ensaios sociológicos que escreveu nessa época, Cenas da vida amazônica (1886) e A Amazônia (1892).
De volta ao Pará, foi nomeado diretor da Instrução Pública (1880-91). Em 1891, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde retornou ao magistério, tendo sido professor na Escola Normal (atual Instituto da Educação) e no Ginásio Nacional (atual Colégio Pedro II), dos quais foi também diretor. Interrompera os seus trabalhos de sociologia e de história, ainda no Pará, para fixar-se na crítica e na história literária, atividade a que ele se dedicou mais intensamente no Rio de Janeiro.
Criada a pasta da educação pública, logo após a proclamação da República, o seu primeiro ministro, Benjamin Constant, procedeu a reforma do sistema geral de ensino público. José Veríssimo discutiu, no Jornal do Brasil do primeiro semestre de 1892, as reformas introduzidas, delas fazendo uma crítica magistral, que depois ele acresceu como Introdução da 2ª edição (1906) de seu livro A educação nacional. Não se deteve apenas nas enormes insuficiências da educação escolar como ele a conheceu e sentiu no seu Estado; repassou, com límpida visão de sociólogo, muito da realidade de uma vida doméstica e social do Brasil daquele tempo, com os vícios que a corrompiam, e que o secular regime da escravidão havia arraigado profundamente nos nossos costumes.
Referido sempre como o fundador da Revista Brasileira, José Veríssimo, na verdade, dirigiu a sua terceira fase (a primeira foi de Cândido Batista de Oliveira, de 1857 a 1860; a segunda, de Nicolau Midosi, durou de 1879 a 1881). A terceira Revista Brasileira começa em 1895 e vai até 1899, completando vinte volumes em cinco anos. Veríssimo teve o dom de agremiar toda a literatura nacional na Revista. Na sala da redação, na Travessa do Ouvidor, nº 31, congregavam-se os grandes valores brasileiros da época, e é de lá que saiu a Academia Brasileira, prestigiada pelos mais eminentes amigos de José Veríssimo: Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Visconde de Taunay, Lúcio de Mendonça, entre outros.
Em 1912, tendo a Academia aceitado a candidatura de Lauro Müller, ministro das Relações Exteriores, político e não homem de letras, e que foi eleito por 22 votos para a vaga do Barão do Rio Branco, derrotando o Conde de Ramiz Galvão, Veríssimo sentiu desfazer-se a ilusão com que sonhara ao fundar-se uma instituição em que se recebessem exclusivamente expoentes da literatura e, desgostoso, afastou-se da Academia. Nunca mais manteve qualquer relação com a casa que ajudara a fundar.
Como escritor, a sua obra é das mais notáveis, destacando-se os vários estudos sociológicos, históricos e econômicos sobre a Amazônia e as suas séries de história e crítica literárias. Na Introdução à sua História da literatura brasileira tem-se uma primeira revelação de todas as vicissitudes por que havia de passar uma literatura que se nutriu por muito tempo da tradição, do espírito e de fórmulas de outras literaturas, principalmente do que lhe vinha de Portugal e da França.
José Veríssimo constitui com Araripe Júnior e Sílvio Romero a trindade crítica da era naturalista, influenciada pelo evolucionismo e pela doutrina determinista de Taine; mas seus pontos de vista e processos eram diferentes. Araripe Júnior, mais independente intelectualmente, com mais sensibilidade artística e mais estilo, mostrou até onde ia sua ligação com Taine, de cuja doutrina aceitava mais o fator meio, diferentemente de Sílvio Romero, que enfatizou a raça e foi um metodizador e um inovador, ao aplicar as suas doutrinas científicas a muitos dos fatos da nossa literatura, coordenando-os sobre uma base de doutrina social e demonstrando o que existia de mais ou menos organicamente ativo no desenvolvimento da nossa história literária. A crítica de José Veríssimo, por sua vez, é penetrada de um constante espírito de equilíbrio e de ordem, a que ele juntava, não raro, um pensamento filosófico e moral para enriquecê-la de uma autoridade maior, reforçando o crítico no educador.
Fazia do racionalismo lógico a sua força capital, achando que “criticar é compreender”, e não se enredar no cientificismo que tanto empolgou os outros críticos do seu tempo. Para ele, na crítica literária vê-se um pouco como na história: o livro, o “fato literário” em si, não é tudo para o crítico, e não basta realçar dele apenas o mais visível dos seus meios de expressão; é preciso alcançá-lo nas suas implicações menos aparentes de ordem filosófica, estética ou social, para bem situá-lo como razão de ser da literatura.
Acima de tudo ressalta da sua obra o cunho nacionalista, que ele procurou rastrear desde o início da literatura brasileira, na obra de poetas e ficcionistas nos quais soube detectar o sentimento de brasilidade. Foi ele que, ao seu tempo, chegou à mais íntima comunicação com o espírito e a obra de Machado de Assis, notando o quanto ele trazia, pelo romance, pelo conto, pela própria poesia, de original e único para a literatura brasileira.

OBRA DE JOSÉ VERÍSSIMO
:: Cenas da vida amazônica. 1886.
:: Questão de limites. 1889.
:: Estudos brasileiros. 2 séries, 1889-1904.
:: Educação nacional. 1890.
:: A Amazônia. 1892.
:: A pesca na Amazônia. 1895.
:: A instrução pública e a imprensa. 1900.
:: Estudos de literatura. 6 séries, 1901-1907.
:: Homens e coisas estrangeiras. 3 séries, 1902-1908.
:: Que é literatura e outros escritos. 1907.
:: História da literatura brasileira. 1916.
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Fonte: Academia Brasileira de Letras (30/12/2015).


100 ANOS DE SAUDADES DE ENRIQUE GRANADOS



Enrique Granados (1914)


Enrique Granados Campiña (Lérida, 27 de julho de 1867 — Canal da Mancha, 24 de março de 1916) compositor e pianista espanhol.
Estudou piano com Joan Baptista Pujol e composição com Felipe Pedrell. Em 1883, com 16 anos, apresenta-se como pianista virtuoso, tocando a Sonata nº2 de Schumann.
Em 1887, viaja para a França e, em Paris, conhece Debussy, Ravel e Saint-Saëns. Seu primeiro sucesso como compositor foi a ópera "Maria del Carmen" (1898).
Sua maior obra é a suíte para piano "Goyescas" (1911), que faz referência a alguns quadros de Goya. Nesta obra, muito influenciada por Liszt, Granados parece atingir sua mais elevada inspiração.
Em 1916, é apresentada em Nova Iorque sua Ópera Goyescas, que é uma adaptação da versão original para piano da suíte Goyescas.
É autor também de canções para voz e piano, além de várias obras para piano, incluindo as conhecidas Danças Espanholas.
Sua morte ocorreu em condições trágicas.Devido ao torpedeamento do navio em que viajava, ele e sua esposa pereceram afogados nas águas do Canal da Mancha.
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Fonte: wikipédia (acessado em 30.12.2015).
:: Biblioteca da Catalunya / fondo Enrique Granados. Disponível no link. (acessado em 30.12.2015).
:: ENRIC GRANADOS/ GaudiallGaudi (acessado em 30.12.2015).




Enrique Granados /// 12 Spanish Dances Op 37



100 ANOS DE SAUDADES DE AFONSO ARINOS


Afonso Arinos, acervo Arquivo Público de Minas Gerais


Afonso Arinos (Afonso Arinos de Melo Franco), advogado, contista, romancista, nasceu em Paracatu, MG, a 1º de maio de 1868, e faleceu em Barcelona, Espanha, a 19 de fevereiro de 1916.
Era filho de Virgílio de Melo Franco e de D. Ana Leopoldina de Melo Franco. Fez seus primeiros estudos em Goiás, para onde fora transferido seu pai, como juiz. Os preparatórios tiveram lugar em São João del Rei no estabelecimento de ensino dirigido pelo Cônego Antônio José da Costa Machado, e no Ateneu Fluminense, do Rio de Janeiro.
Em 1885 iniciou o curso de Direito em São Paulo, concluído quatro anos mais tarde. Desde o tempo de estudante manifestou Afonso Arinos forte inclinação para as letras, escrevendo alguns contos.
Depois de formado foi com a família para Ouro Preto, então capital da Província de Minas Gerais. Concorreu a uma vaga de professor de História do Brasil, em cuja disputa por concurso obteve o 1º lugar.
Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Minas Gerais onde lecionou Direito Criminal.
Durante a Revolta da Armada (1893-1894), abrigou em sua casa em Ouro Preto alguns escritores radicados no Rio de Janeiro que, suspeitos de participação naquele movimento, haviam buscado refúgio no interior de Minas Gerais, entre outros, Olavo Bilac e Carlos Laet.
Afonso Arinos teve vários trabalhos publicados, na década de 1890, na Revista Brasileira e na Revista do Brasil. Convidado por Eduardo Prado assumiu, em 1897, a direção do Comércio de São Paulo.
Em fevereiro de 1901 foi eleito sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras na vaga de Eduardo Prado e recebido por Olavo Bilac.
Em viagem à Europa, adoeceu no navio e veio a falecer em Barcelona em 19 de fevereiro de 1916.
Distinguiu-se Afonso Arinos em nossa literatura como um contista de feição regionalista, fato comprovado pelos seus livros Pelo sertão e o romance, baseado na Guerra de Canudos e assinado com o pseudônimo de Olívio de Barros, Os jagunços. Escreveu, também, os dramas O contratador de diamantes e O mestre de campo. Depois de sua morte foram publicados Lendas e tradições brasileiras e Histórias e paisagens.
Da obra de Afonso Arinos e de seu estilo escreveu Lúcia Miguel Pereira:
“Possuía a qualidade mestra dos regionalistas: o dom de captar a um tempo, repercutindo nas outras, prolongando-se mutuamente, as figuras humanas e as forças da natureza.”
Segundo ocupante da cadeira 40, foi eleito em 31 de dezembro de 1901, na sucessão de Eduardo Prado, e recebido em 18 de setembro de 1903 pelo acadêmico Olavo Bilac. Recebeu o acadêmico Artur Jaceguai.
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Fonte: Academia Brasileira de Letras (17/12/2015).



100 ANOS DE SAUDADES DE GARCIA REDONDO


Garcia Redondo


Garcia Redondo (Manuel Ferreira Garcia Redondo), engenheiro, jornalista, professor, contista e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 7 de janeiro de 1854, e faleceu em São Paulo, SP, em 6 de outubro de 1916. Convidado a comparecer à última sessão preparatória para a criação da Academia Brasileira de Letras, fundou a cadeira nº 24, que tem como patrono Júlio Ribeiro.
Filho de Manuel Ferreira de Sousa Redondo e de Francisca Carolina Garcia Redondo. Frequentou a Universidade de Coimbra por algum tempo, cursando humanidades. Foi companheiro de poetas e escritores portugueses e brasileiros, entre os quais Gonçalves Crespo, Guerra Junqueiro e Cândido de Figueiredo. Em 1872, ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, pela qual obteve o grau de engenheiro e bacharel em ciências físicas e matemáticas.
Em fins de 1878, nomeado engenheiro fiscal de obras de Alfândega de Santos, transferiu-se para aquela cidade, onde residiu até 1884, transferindo-se daí para a capital de São Paulo.
Em Portugal, colaborou no Novo Almanaque Luso-brasileiro de Lembranças e fundou O Peregrino, periódico literário, onde teve por companheiros de redação Augusto Bittencourt e Sergio de Castro. No Rio de Janeiro, colaborou n’A República em sua primeira fase, quando redigida por Salvador de Mendonça, e na segunda fase em 1878; na Ideia, periódico literário; no Mosquito, semanário humorístico; no Jornal do Comércio; no Repórter, onde publicou folhetins semanais, e na Revista de Engenharia. Pseudônimos: Um contemporâneo, Um plebeu, Cabrion, Pepelet, Gavarni, Nemo, Childe Harold.
OBRA
:: Arminhos (contos). 1882.
:: Mário (drama/teatro). 1882.
:: O dedo de Deus (comédia/teatro). 1883.
:: O urso branco (comédia/teatro). 1884.
:: O atentado da rua São Leopoldo (romance). 18?
:: Cais de Santos. [crônicas]. Santos/SP: Diário do Comércio de Santos, 1884.
:: Carícia, botânica amorosa (contos e crônicas). 1895; Rio de Janeiro: Casa Vanorden, 1911; Rio de Janeiro: José Olýmpio, 1936.
:: A choupana das rosas (contos). Rio de Janeiro: Carlos Gerke, 1897.
:: Moléstias e bichos (comédia/teatro). Rio de Janeiro: Typ. Eclectica. 1899.
:: Viagens pelo país da ternura (viagem). 1907.
:: Salada de frutas. Rio de Janeiro: Chardron, 1907.
:: Através da Europa (história). Rio de Janeiro: Chardron, 1908.
:: Novos contos (contos). 1910.
:: O descobrimento do Brasil (conferência). 1911. Disponível no link. (acessado em 28.12.2015).
:: Cara alegre (Páginas humorísticas, crônicas). Rio de Janeiro: Chardron, 1912.
:: Na pele do outro (novela). 19?

em parceria
:: Botânica elementar. [Garcia Redondo e Rodolpho Theóphilo]. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1907; (fac-simile). Rio de Janeiro: Fundação Waldemar Alcântara, 1997.

Fortuna crítica
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de (José Galante de). Enciclopédia de literatura brasileira.Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Letras, 2001: 2v.
BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1883, 7 v.
----
Fonte: Academia Brasileira de Letras (28/12/2015).




OUTRAS DATAS COMEMORATIVAS EM 2016
- 2016: 4º centenário da morte de Cervantes e Shakespeare. Acesse AQUI!
- 2016: 80 anos na literatura. Acesse AQUI!
- 2016: 130 anos do nascimento da artista Tarsila do Amaral (1886). Acesse AQUI!
- 2016: 130 anos do nascimento do poeta Manuel Bandeira (1886). Acesse AQUI!
- 2016: 90 anos do nascimento do geógrafo e escritor Milton Santos (1926). Acesse AQUI!
- 2016: 90 anos de nascimento do poeta Thiago de Mello (1926). Acesse AQUI!
- 2016: 90 anos do nascimento do poeta Max Martins (1926). Acesse AQUI!
- 2016: 80 anos de nascimento da poeta Astrid Cabral (1936). Acesse AQUI!
- 2016: 80 anos de nascimento da poeta e ensaísta Darcy França Denófrio (1936). Acesse AQUI!
- 2016: 80 anos de nascimento do escritor Luis Fernando Verissimo (1936). Acesse AQUI!

© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske

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