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terça-feira, 28 de junho de 2016

"Como Amamos?" por Sylvio Schreiner


A famosa frase e recomendação bíblica “Ame o próximo como a si mesmo” é repetida incontáveis vezes por variadas pessoas. Parece se tratar de algo muito simples e fácil e que só requer uma pequena dose de força de vontade. Que engano! Viver verdadeiramente isso requer um nível de sutileza elaborado e todo um refinamento interno. Amar o outro como nos amamos demanda uma boa autoestima e infelizmente são poucos que possuem uma verdadeira autoestima.

Talvez possamos pensar que, de forma geral, existem três maneiras que se é possível amar e cada maneira tem a ver com o desenvolvimento psíquico do indivíduo. O primeiro tipo de amor é o amor infantil que é por natureza extremamente carente e egoísta. Tal como visto em bebês e crianças pequenas, esse amor se caracteriza por exigir atenção desmedida de quem está ao seu redor. Psiquicamente uma criança pequena só pode existir chamando toda atenção para si mesma e de fato ela precisa de enormes cuidados senão corre risco de não sobreviver e nem aprender a se amar.

O segundo modo de amar é o amor de troca. Para a mente do adolescente esse tipo de amor já é possível. Nele amamos quem nos ama, quem nos faz algo de bom e nos oferece alguma coisa de valor. Quando essa condição acontece o adolescente é capaz de amar de volta, em retribuição. É menos egoísta que o primeiro tipo de amor, mas mesmo assim é um amor limitado. Já a terceira forma de amar é a do amor desinteressado que não espera receber nada e ele não existe apenas porque uma dada condição foi atingida, existe por si só e se alimenta do próprio amor que é capaz de gerar. Só que desenvolver esse tipo de amor exige uma autoestima bem estabelecida, pois é um fato que quem não é capaz de se amar não tem como oferecer esse tipo de amor para fora de si mesmo, ou seja, fica incapacitado de amar verdadeiramente os outros.

Quando a recompensa de se amar vem do próprio ato de amar estamos falando de um amor maduro e de uma pessoa que é capaz de “transbordar” para fora de si o amor que sente por si mesma. A capacidade e a maneira de amar é tão importante porque revela como anda o desenvolvimento psíquico de cada um. É egoísta, é de troca ou é desinteressado? Muitos param num dos dois primeiros tipos de amor e não conseguem seguir adiante em seu desenvolvimento. Compreensível já que real autoestima é difícil de conquistar, mas é uma pena já que sem ela ninguém vai poder de fato amar o próximo como a si mesmo. Vai ser sempre um amor parcial. 


Obs.:Sou fã dos escritos de Sylvio, e compartilho aqui para nossa reflexão, se quiser saber mais sobre o autor é só clicar em seu nome.

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