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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
A LÍRICA VISUAL DE SANTIAGO POZZI
O dia que a memória fotográfica se tornar universal, nossas melhores lembranças serão vistas como pôsteres de show, sempre com data, horário de abertura da casa e line up de acontecimentos.
Quando uma folha está em branco creio que existam três opções: Você pode amassar o papel e tentar fazer uma cesta de três no lixo do quarto, escrever ou desenhar. Meus talentos como Kobe Bryant de mentira são pífios, sempre me concentrei nas duas últimas tarefas citadas, mas claro que a taxa de sucesso também depende de interpretação.
Quando vejo uma folha em branco sinto que preciso adicionar algo, logo, escrevo. Antes dessa página ficar preenchida como os senhores estão vendo nesse momento, ela era uma espécie de folha em branco e, quando a vi, senti a necessidade de colocar alguma coisa em meio a toda essa falta de perspectiva.
Os desenhistas sentem essa mesma necessidade, só que para eles acredito que seja ainda mais difícil, pois com palavras existe a possibilidade de fazer o leitor inferir coisas que por vezes nem estavam no texto, são sinais multilaterais que são emitidos de forma altamente interpretativa e que podem fazer as pessoas perderem horas de sono.
Na arte é possível fazer o admirador ficar praticamente chapado com certas pinceladas, veja o reverendo Dali por exemplo, sua cabeça derrete, tal qual seus quadros, se você ficar olhando muito tempo. Podemos compreender várias coisas, só que para conseguir transmitir algo com tinta, creio que seja necessário um algo a mais, uma dose de luz própria que não se ensina no curso de artes, você simplesmente nasce e consegue agregar qualidades móveis a algo que teoricamente é estático, um efeito ''Santiago Pozzi'' eu diria.
O Satiago é um mestre dentro de uma arte que para muitos acabou, a arte de ilustrar pôsteres de shows, minha forma artística predileta: Demonstrar o que uma nota abstrata significa para nós, caso esta pudesse ser eternizada em algo que nunca vimos, mas que em seus traços surgem com um pertencimento impressionante, sem dizer psicodélico, de pura memória cristalizada em necessidade de adquirir sua obra e, ao primeiro olhar 43, se lembrar de uma noite épica com Queens Of The Stone Age, Tame Impala, Primus, Pearl Jam ou Soundgarden. Apenas algumas das bandas que tiveram a chance de virar grafite em sua mente.
Seu gene LSD é made in Argentina, mais precisamente da capital Buenos Aires, só que o mais interessante é que pelos desenhos poderia jurar que a mente criativa era de São Francisco, tamanha a influência que o artísta possui da cena da Bay Area dos anos 60 e 70 (época do apogeu da arte que pratica), detalhe que pode ser justificado pelo fato de ter ficado três meses na Califórnia durante seu estágio na ''The Firehouse Custom Rockart Co.'', que pela proximidade com a terra do ácido explica suas inclinações de alquimia Hoffman.
Hoje notamos que quando algumas tours são lançadas os desenhos para flyers e materiais de divulgação de maneira geral geralmente são tão broxantes como um strip tease da Palmirinha, normalmente são fotos da banda editadas com as datas, logos... Nada muito diferente, só que vendo nomes como o do já citado Santigo ou do brasileiríssimo Cristiano Suarez por exemplo, notamos que essa vertente está retornando com força total.
E o trabalho é tão bom que por vezes você gosta até de artes relacionados com sons que você detesta! Hoje o Argentino segue brilhando ao redor de nosso globo terrestre, suas telas já abrilhantaram exposições com seus dotes coloridos na terra da ''Paella'', passando pelo bairro de Pablo Escobar, chegando na terra do Doritos e, claro, em seu CEP natal, a ilustre Argentina, terra de pessoas com ótimo gosto musical e que assim como suas pérolas artísticas, possuem muitos valores setentiscos, musicalmente falando é claro.
E o grande legado de sua arte é isso, a mistura de seu sangue com a arte psicodélica de outro lugar completamente diferente, que juntos criam algo novo, o fator que todo artísta deveria fazer questão de buscar, algo que para esse cidadão é absolutamente natural. Fora que além de ilustrar grandes franquias da música, seu estilo deu a cara para o cenário underground de toda Argentina, ou seja, ele também compreende que suas ilustrações fazem parte da história de uma cena!
E quando vocês achavam que seria impossível criar uma cena sem fazer parte do ramo sonoro, Santiago resolveu trazer tudo que lhe foi agregado para a Argentina e abriu o seu estúdio, o ''Imprenta Chimango'', que assim como as bandas do cenário underground também estão inseridos dentro de um contexto. Esse sujeito é a definição correta do bom mainstream, talento que mesmo se estabelecendo com a nata de seu meio, ainda assim compreende que é importante pregar a renovação em conexão com o pioneirismo de uma nova cena em pura efervescência.
E a prova disso é que o cidadão segue em plena movimentação para espalhar a palavra, só que sem aquele clichê de: ''Moço, você pode parar para ouvir a palavra do senhor?'' Não, Santiago segue em tour pelo mundo sempre a procura de lugares onde sua arte possa ficar exposta, sendo que este ano chegou a vez do Brasil. Enquanto escrevo o Argentino está arquitetando uma estadia no Rio de Janeiro para mostrar seu trabalho aos residentes locais no fim de fevereiro, aproveitando que já estará na cidade para a conferência de Convescote no dia 25 do mesmo mês.
Abaixo deixo alguns links para que os senhores sigam as ideias criativas do já citado gafanhoto Pozzi, como também passo para fechar esse ciclo ideológico me lembrando que no começo do texto não conclui uma ideia de primordial importância. Sou um esforçado digitador escritor, um bom arremessador de bolas de papel e um desenhista que para provar sua falta de talento é mestre na arte do stick man. Viva a música, um salve pela arte e muito psicodelia!
Flickr:https://www.flickr.com/photos/santipozzi
Facebook do estúdio: https://www.facebook.com/imprentachimango
© obvious: http://lounge.obviousmag.org/insight_sonoro/2015/02/a-lirica-visual-de-santiago-pozzi.html#ixzz3Qu0uaOMF
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