A OMA Galeria inicia o ano com duas exposições individuais dividas no mesmo espaço, com os artistas Quim Alcantara e Henrique Belotti.
Quim Alcantara: Florescência
Partindo da reprodução de elementos geométricos que marcam sua obra, Quim explora propositadamente as sobreposições, usa das transparências e abusa de cores vibrantes em seu trabalho dando vida a novos tons.
Extrapolando o círculo e seus amigos, as formas orgânicas resultantes desses encontros geométricos são justapostas inúmeras vezes na mesma obra. Como se desenvolvessem ou migrassem em momentos diferentes ao mesmo tempo: é o tempo que não pode ser alterado, é a vida que se desenrola de forma transparente, é a vibração da florescência.
Ao proporcionar sua visão otimista de nosso mundo atormentado, utilizando um discurso de linguagem simples e objetivo, Quim refaz pontos quase perdidos na arte contemporânea: a alegria, a energia, o amor, enfim... a vida!
Como uma longa conversa que ecoa há décadas, Quim encontrou um ponto em comum entre sua positividade e uma introdução que Louis Armstrong fez em 1970 para ‘What a Wonderful World’. Um texto que continua atual – ou, por assim dizer, contemporâneo:
Some of you young folks has been saying to me, "Hey Pops, what you mean 'What a wonderful world'? How about all the wars all over the place? You call them wonderful? And how about hunger and pollution? That ain't so wonderful either."
Well how about listening to old Pops for a minute.
Seems to me, it ain't the world that's so bad but what we're doing to it. And all I'm saying is, see, what a wonderful world it would be if only we'd give it a chance.
Love baby, love. That's the secret... yeah!
If lots more of us loved each other, we'd solve lots more problems. And then this world would be better.
That's what old Pops keeps saying.
É com essa mesma apresentação que convido-os a visitarem essa exposição.
Thomaz Pacheco
Henrique Belotti: Alegria Alegria
Transgressão! Não no sentido de subverter a ordem, mas no sentido de superação, transpor barreiras, superar limites; transgredir: assim que proponho a leitura desta exposição.
Para essa mostra o artista inspirou-se na letra da música de Caetano Veloso, “Alegria Alegria”, do final da década de 60, período marcado principalmente pela repressão da ditadura militar; os versos da música, assim como o movimento tropicalista surgido no mesmo período são carregados dos anseios que tinham os jovens daquela época: exageros nas cores, nos cabelos, nas roupas coloridas, rompimento com os limites que os cercavam... é esse rompimento que busca em sua obra o jovem artista Henrique Belotti.
Henrique observa atentamente toda a movimentação ao seu redor: absorve para si grande parcela das expressões aqui retratadas. Os sorrisos são as gargalhadas presas no seu subconsciente, seu texto carregado de provocação é a explosão contida no seu perfil pacato, as cores, os excessos, estão todos tatuados no corpo do artista, como se estivesse assumindo essa memória coletiva e fazendo dela a sua memória.
Ao reproduzir em suas obras aos anseios que o tomam junto com essa ausência da memória individual, o artista atua na contramão da sua própria personalidade, preenchendo-a, é como dizer que o Henrique se completa na obra do artista plástico Henrique Belotti.
Thomaz Pacheco
2 comentários:
Oi, Aline, tudo bem?
Adorei ver minha expo mais uma vez por aqui. Muito obrigado por ajudar a divulgá-la!
Espero você lá. OK?
Abs, artista plástico Quim Alcantara
http://quim.com.br/
É honra para o TRIBARTE divulgar tão nobre trabalho meu amigo. Sou sua fã e espero estar lá amanhã. Imenso abraço!
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