Paulatinamente, essa miríade de expressões passou a ser reconhecida como sendo “arte”. Para muitos, este conceito abraça toda e qualquer manifestação que pretenda ou permita nos revelar a forma do homem encarar o mundo que o cerca. Contudo, o lugar ocupado pela arte pode ser bastante difuso e nem sempre cumpre as mesmas funções para diferentes culturas. Não por acaso, sabemos que, entre alguns povos, o campo da expressão artística esteve atrelado a questões políticas ou religiosas.
Na opinião de alguns estudiosos desse assunto, o campo artístico nos revela os valores, costumes, crenças e modos de agir de um povo. Ao detectar um conjunto de evidências perceptíveis na obra, o intérprete da arte se esforça na tarefa de relacionar estes vestígios com algum traço do período em que foi concebida. A partir dessa ação, a arte passa a ser interpretada com um olhar histórico, que se empenha em decifrar aquilo que o artista disse através da obra.
Com isso, podemos concluir que a arte é um mero reflexo do tempo em que o artista vive? Esse tipo de conclusão é possível, mas não podemos acabar vendo a arte como uma manifestação presa aos valores de um tempo. Em outras palavras, é complicado simplesmente acreditar que a arte do século XVI tem somente a função de exprimir aquilo que a sociedade desse mesmo século pensava. Sem dúvida, o estudo histórico do campo artístico é bem mais amplo e complexo do que essa mera relação.
Atualmente, o olhar histórico sobre a arte vem sendo acrescido de outras questões bastante interessantes. A apropriação da obra pelo público, os meios de difusão do conteúdo artístico e o intercâmbio entre diferentes manifestações integram os novos caminhos que hoje englobam esse significativo campo de conhecimento. Sem dúvida, ao perceber tantas perspectivas, temos a garantia de que as possibilidades de se enxergar a arte ou uma única obra pode conceber variados sentidos.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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