A ceromônia do Oscar 2018 aconteceu ontem, no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia. A aclamada premiação, por mais que tenha caído em polêmicas nos últimos anos, segue importante para a sétima arte e propõe, recentemente, narrativas mais abertas, inclusivas e nada convencionais. O apresentador da noite dos 90 anos do prêmio da academia de artes cênicas norte-americana será Jimmy Kimmel e traz uma disputa acirrada entre os concorrentes, sendo o Melhor Filme o grande enigma do ano. Abaixo, A Arte do Cinema compilou o especial pré-Oscar com todos os detalhes dos filmes que concorrem nas categorias visuais, além de Melhor Roteiro Original (clique no título de cada item e descubra mais), e as nossas apostas para a noite:
Cena de Blade Runner 2049, com fotografia assinada por Roger Deakins (Foto: Divulgação)
Indicados: Rachel Morrison (Mudbound), Roger Deakins (Blade Runner 2049), Bruno Delbonnel (Destino de uma Nação), Hoyte van Hoytema (Dunkirk) e Dan Laustsen (A Forma da Água)
Aposta: Roger Deakins, com Blade Runner 2049 - contando este ano, o diretor de fotografia já foi nomeado 14 vezes ao prêmio, tendo batido o recorde de nomeações sem prêmio. A qualidade do trabalho de Deakins é evidente em tudo o que ele faz, porém conseguiu atingir seu ápice ao lado de Denis Villeneuve com a estética minimalista para a sequência do clássico de Ridley Scott (um dos produtores do longa). Gravado em um estúdio em Budapeste, Deakins trouxe referências distintas para a construção visual dos dois universos que tomam conta do filme - o primeiro remonta a nostalgia do primeiro filme, com chuva, neve, fumaça e a falta de esperança de um futuro consumido pela tecnologia; o segundo, por sua vez, define o ambiente radioativo onde Deckard está escondido (amarelo e laranja aparecem também na Niander Wallace), com inspiração no árido do México, da Espanha e de Las Vegas.
Destaque: Importante ressaltar que Rachel Morrison é a primeira mulher a concorrer na categoria em 90 anos de cerimônia. Em Mudbound (Netflix), ela propõe uma estética crua para retratar os problemas sociais da sociedade rural norte-americana durante a Segunda Guerra Mundial.
Indicados: Rachel Morrison (Mudbound), Roger Deakins (Blade Runner 2049), Bruno Delbonnel (Destino de uma Nação), Hoyte van Hoytema (Dunkirk) e Dan Laustsen (A Forma da Água)
Aposta: Roger Deakins, com Blade Runner 2049 - contando este ano, o diretor de fotografia já foi nomeado 14 vezes ao prêmio, tendo batido o recorde de nomeações sem prêmio. A qualidade do trabalho de Deakins é evidente em tudo o que ele faz, porém conseguiu atingir seu ápice ao lado de Denis Villeneuve com a estética minimalista para a sequência do clássico de Ridley Scott (um dos produtores do longa). Gravado em um estúdio em Budapeste, Deakins trouxe referências distintas para a construção visual dos dois universos que tomam conta do filme - o primeiro remonta a nostalgia do primeiro filme, com chuva, neve, fumaça e a falta de esperança de um futuro consumido pela tecnologia; o segundo, por sua vez, define o ambiente radioativo onde Deckard está escondido (amarelo e laranja aparecem também na Niander Wallace), com inspiração no árido do México, da Espanha e de Las Vegas.
Destaque: Importante ressaltar que Rachel Morrison é a primeira mulher a concorrer na categoria em 90 anos de cerimônia. Em Mudbound (Netflix), ela propõe uma estética crua para retratar os problemas sociais da sociedade rural norte-americana durante a Segunda Guerra Mundial.
Cena de "A Forma da Água", com produção de design de Paul D. Austerberry, Jeffrey A. Melvin e Shane Vieau (Foto: Divulgação)
Indicados: Paul D. Austerberry, Jeffrey A. Melvin e Shane Vieau (A Forma da Água), Sarah Greenwood e Katie Spencer (A Bela e a Fera), Dennis Gassner e Alessandra Querzola (Blade Runner 2049), Sarah Greenwood e Katie Spencer (Destino de uma Nação), Nathan Crowley, Gary Fettis (Dunkirk)
Aposta: Paul D. Austerberry, Jeffrey A. Melvin e Shane Vieau, A Forma da Água - Minucioso que só ele - talvez por isso leve a estatueta por melhor direção -, Guilhermo del Toro conseguiu misturar tantas histórias em uma só narrativa. E a equipe de arte foi excelente por conseguir acompanhar esse mood do filme, e criar algo certamente único. Foram quatro semanas de pesquisa em arquivos da Guerra Fria para alinhar o tom dos sets, montados dentro de Universidades e laboratórios em Toronto. O espaço onde o homem-anfíbio fica e se envolve com Eliza é mais romântico, com cores mais alegres e o azul mais marcante, por exemplo. A água, como é de se esperar, é o elemento chave que une todos os ambientes que aparecem no filme, seja ela física, com chuvas, por exemplo, ou metafórica. Na casa de Eliza, por exemplo, os produtores encomendaram à um artista as pinceladas inspiradas na arte japonesa que remontam ondas do mar, para decorar todas as paredes.
Destaque: Do contrário dos filmes concorrentes, Blade Runner 2049 é o único filme da categoria que olha para o futuro, mesmo que ele não seja dos melhores. Assim como a fotografia, Dennis Gassner e Alessandra Querzola trazem poucos elementos para cenários grandiosos que consomem os personagens em questão, reforçando a estética existencialista proposta pela narrativa de Villeneuve na continuação do clássico dos anos 1980.
Melhor Figurino
Indicados: Paul D. Austerberry, Jeffrey A. Melvin e Shane Vieau (A Forma da Água), Sarah Greenwood e Katie Spencer (A Bela e a Fera), Dennis Gassner e Alessandra Querzola (Blade Runner 2049), Sarah Greenwood e Katie Spencer (Destino de uma Nação), Nathan Crowley, Gary Fettis (Dunkirk)
Aposta: Paul D. Austerberry, Jeffrey A. Melvin e Shane Vieau, A Forma da Água - Minucioso que só ele - talvez por isso leve a estatueta por melhor direção -, Guilhermo del Toro conseguiu misturar tantas histórias em uma só narrativa. E a equipe de arte foi excelente por conseguir acompanhar esse mood do filme, e criar algo certamente único. Foram quatro semanas de pesquisa em arquivos da Guerra Fria para alinhar o tom dos sets, montados dentro de Universidades e laboratórios em Toronto. O espaço onde o homem-anfíbio fica e se envolve com Eliza é mais romântico, com cores mais alegres e o azul mais marcante, por exemplo. A água, como é de se esperar, é o elemento chave que une todos os ambientes que aparecem no filme, seja ela física, com chuvas, por exemplo, ou metafórica. Na casa de Eliza, por exemplo, os produtores encomendaram à um artista as pinceladas inspiradas na arte japonesa que remontam ondas do mar, para decorar todas as paredes.
Destaque: Do contrário dos filmes concorrentes, Blade Runner 2049 é o único filme da categoria que olha para o futuro, mesmo que ele não seja dos melhores. Assim como a fotografia, Dennis Gassner e Alessandra Querzola trazem poucos elementos para cenários grandiosos que consomem os personagens em questão, reforçando a estética existencialista proposta pela narrativa de Villeneuve na continuação do clássico dos anos 1980.
Melhor Figurino
Cena de "Trama Fantasma", último filme de Daniel Day-Lewis, com figurino assinado por Mark Bridges (Foto: Universal Pictures)
Indicados: Jacqueline Durran (A Bela e a Fera), Jacqueline Durran (Destino de uma Nação), Mark Bridges (Trama Fantasma), Luis Sequeira (A Forma da Água) e Consolata Boyle (Victoria & Abdul)
Aposta: Mark Bridges, Trama Fantasma - O novo filme de Paul Thomas Anderson, com Daniel Day-Lewis se despedindo das telonas, é uma contemplação pura - da atuação de Lewis até as cenas impecavelmente construídas. Como o filme fala sobre um alfaiate que tem como cliente a realeza e as socialites européias dos anos 1950, fica claro a importância que o figurino ganha no enredo. Vestidos, desenhos, costuras, desfiles e todo o processo criativo de uma marca de alta-costura revela-se em cenas estonteantes. Lewis, inclusive, aprendeu a costurar e desenhar para interpretar o Mr. Woodcock, apesar de a moda nunca ter sido um atrativo em sua vida pessoal. O mergulho dele nesse universo também convence e fica difícil não querer sair do cinema vestindo todos os modelos vistos durante o longa. O figurino deste filme é capaz de fazer você sentir uma eterna satisfação visual, encarando o belo para além da estética, mas como forma de caracterizar uma marca, uma personalidade e/ou um momento.
Destaque: Não tem como não enaltecer Jacqueline Durran, com duas nomeações este ano por trabalhos impecáveis em A Bela e a Fera e Destino de uma Nação. Uma das figurinistas mais concorridas do cinemae vencedora do Oscar por seu trabalho em Anna Karenina (2012), ela traz mais uma vez a sua expertise em vestimentas de época, coisa que não é fácil de se fazer. Os anos de pesquisa e estudos aprofundados na área a faz estrela carimbada nas produções sobre o passado, incluindo Maria Madalena (que estreia ainda este ano), Macbeth (2015) e Orgulho & Preconceito (2005). Um nome para sempre ficar de olho!
Indicados: Jacqueline Durran (A Bela e a Fera), Jacqueline Durran (Destino de uma Nação), Mark Bridges (Trama Fantasma), Luis Sequeira (A Forma da Água) e Consolata Boyle (Victoria & Abdul)
Aposta: Mark Bridges, Trama Fantasma - O novo filme de Paul Thomas Anderson, com Daniel Day-Lewis se despedindo das telonas, é uma contemplação pura - da atuação de Lewis até as cenas impecavelmente construídas. Como o filme fala sobre um alfaiate que tem como cliente a realeza e as socialites européias dos anos 1950, fica claro a importância que o figurino ganha no enredo. Vestidos, desenhos, costuras, desfiles e todo o processo criativo de uma marca de alta-costura revela-se em cenas estonteantes. Lewis, inclusive, aprendeu a costurar e desenhar para interpretar o Mr. Woodcock, apesar de a moda nunca ter sido um atrativo em sua vida pessoal. O mergulho dele nesse universo também convence e fica difícil não querer sair do cinema vestindo todos os modelos vistos durante o longa. O figurino deste filme é capaz de fazer você sentir uma eterna satisfação visual, encarando o belo para além da estética, mas como forma de caracterizar uma marca, uma personalidade e/ou um momento.
Destaque: Não tem como não enaltecer Jacqueline Durran, com duas nomeações este ano por trabalhos impecáveis em A Bela e a Fera e Destino de uma Nação. Uma das figurinistas mais concorridas do cinemae vencedora do Oscar por seu trabalho em Anna Karenina (2012), ela traz mais uma vez a sua expertise em vestimentas de época, coisa que não é fácil de se fazer. Os anos de pesquisa e estudos aprofundados na área a faz estrela carimbada nas produções sobre o passado, incluindo Maria Madalena (que estreia ainda este ano), Macbeth (2015) e Orgulho & Preconceito (2005). Um nome para sempre ficar de olho!
Cena de "Corra", um dos favoritos do Oscar 2018, com roteiro original de Jordan Peele, que também dirige o longa (Foto: Divulgação)
Indicados: Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani (The Big Sick), Jordan Peele (Corra!), Greta Gerwig (Lady Bird), Guillermo del Toro e Vanessa Taylor (A Forma da Água), Martin McDonagh (Três Anúncios para um Crime)
Aposta: Jordan Peele, Corra! - Talvez o roteiro mais original de todos, Corra! conseguiu conquistar todo mundo (literalmente) e, mesmo tendo sido lançado no começo de 2017, resistiu a todas as premiações e aparece como um dos mais fortes para esse ano. Jordan Peele mistura elementos de ironia com filme de terror para contar a história de uma menino negro que vai conhecer a família tradicional da namorada branca em um final de semana com toda aquela programação padrão - almoços, jantares, passeios com amigos, e por aí vai. Contudo, elementos de falta de representatividade negra nas entrelinhas, daqueles filmes inteligentes que, por vezes, sentimos falta de ver em maior quantidade. “Os negros são sempre os primeiros a morrer em filmes de terror, são os que aparecem menos, são os que têm menos falas nos filmes”, declarou no Twitter. Metáforas não faltam nas palavras de Peele.
Destaque: Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani, The Big Sick - fazia tempo que uma comédia não era indicada para o Oscar de melhor roteiro, o que faz sentido, já que ultimamente elas tinham caído na mesmice. O interessante de The Big Sick é que, além dele ter sido baseado no relacionamento dos autores do roteiro, ele foge totalmente dos clichês hollywoodianos, e apresenta um verdadeiro panorama sobre um relacionamento, no qual nenhuma das partes se sente completa por ter encontrado um ao outro, mas sim, terem suas vidas completas e se encontrado eventualmente. É uma comédia madura, e não por isso ruim.
Melhor Maquiagem
Indicados: Kazuhiro Tsuji, David Malinowski, Lucy Sibbick (Destino de uma Nação), Daniel Phillips e Lou Sheppard (Victoria & Abdul) e Arjen Tuiten (Extraordinário)
Aposta: Kazuhiro Tsuji e equipe, Destino de uma Nação - Gary Oldman deixou claro para os produtores do filme que não iria engordar para fazer o papel, já que a idade não o permite brincar com a saúde. Portanto, o mestre das maquiagens mirabolantes, Kazuhiro Tsuji, ficou encarregado da transformação - ele é responsável por Jim Carrey virar O Grinch, desenvolveu o icônico visual de Hellboy e as transformações do personagem de Adam Sandler em Click. Apesar de estar fora do mercado cinematográfico para focar na carreira de escultor, o japonês topou o desafio. “Eu nunca tive a oportunidade de trabalhar em um grande filme com um grande ator em um papel sério e histórico. Foi uma espécie de ‘dream job’, não tinha como não aceitar”, revela.
Destaque: Arjen Tuiten criou todo um sistema mecânico escondido dentro da peruca usada pelo ator Jacob Tremblay, em Extraordinário, para criar a aparência do personagem. O resultado ficou tão real, que médicos acharam que o menino tinha a doença.
Indicados: Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani (The Big Sick), Jordan Peele (Corra!), Greta Gerwig (Lady Bird), Guillermo del Toro e Vanessa Taylor (A Forma da Água), Martin McDonagh (Três Anúncios para um Crime)
Aposta: Jordan Peele, Corra! - Talvez o roteiro mais original de todos, Corra! conseguiu conquistar todo mundo (literalmente) e, mesmo tendo sido lançado no começo de 2017, resistiu a todas as premiações e aparece como um dos mais fortes para esse ano. Jordan Peele mistura elementos de ironia com filme de terror para contar a história de uma menino negro que vai conhecer a família tradicional da namorada branca em um final de semana com toda aquela programação padrão - almoços, jantares, passeios com amigos, e por aí vai. Contudo, elementos de falta de representatividade negra nas entrelinhas, daqueles filmes inteligentes que, por vezes, sentimos falta de ver em maior quantidade. “Os negros são sempre os primeiros a morrer em filmes de terror, são os que aparecem menos, são os que têm menos falas nos filmes”, declarou no Twitter. Metáforas não faltam nas palavras de Peele.
Destaque: Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani, The Big Sick - fazia tempo que uma comédia não era indicada para o Oscar de melhor roteiro, o que faz sentido, já que ultimamente elas tinham caído na mesmice. O interessante de The Big Sick é que, além dele ter sido baseado no relacionamento dos autores do roteiro, ele foge totalmente dos clichês hollywoodianos, e apresenta um verdadeiro panorama sobre um relacionamento, no qual nenhuma das partes se sente completa por ter encontrado um ao outro, mas sim, terem suas vidas completas e se encontrado eventualmente. É uma comédia madura, e não por isso ruim.
Melhor Maquiagem
Indicados: Kazuhiro Tsuji, David Malinowski, Lucy Sibbick (Destino de uma Nação), Daniel Phillips e Lou Sheppard (Victoria & Abdul) e Arjen Tuiten (Extraordinário)
Aposta: Kazuhiro Tsuji e equipe, Destino de uma Nação - Gary Oldman deixou claro para os produtores do filme que não iria engordar para fazer o papel, já que a idade não o permite brincar com a saúde. Portanto, o mestre das maquiagens mirabolantes, Kazuhiro Tsuji, ficou encarregado da transformação - ele é responsável por Jim Carrey virar O Grinch, desenvolveu o icônico visual de Hellboy e as transformações do personagem de Adam Sandler em Click. Apesar de estar fora do mercado cinematográfico para focar na carreira de escultor, o japonês topou o desafio. “Eu nunca tive a oportunidade de trabalhar em um grande filme com um grande ator em um papel sério e histórico. Foi uma espécie de ‘dream job’, não tinha como não aceitar”, revela.
Destaque: Arjen Tuiten criou todo um sistema mecânico escondido dentro da peruca usada pelo ator Jacob Tremblay, em Extraordinário, para criar a aparência do personagem. O resultado ficou tão real, que médicos acharam que o menino tinha a doença.
Fonte: Casa Vogue
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