segunda-feira, 5 de março de 2018

8 figurinos impecáveis dos filmes e séries de destaque em 2018




Como A Arte do Cinema já apontou por aqui, a moda e o cinema tem um relacionamento sério há tempos, que não se restringe apenas aos figurinos das produções. Com o start das premiações de 2018, fica impossível não destacar alguns dos filmes e séries que concorrem, não necessariamente na categoria de costume design (até porque, infelizmente, nem todas as cerimônias enaltecem esta parte da equipe, inclusive o Globo de Ouro), nos tapetes vermelhos. Confira abaixo oito, entre filmes e séries, que saltam os olhos só de pensar.

Trama Fantasma, Mark Bridges



Existem inúmeros motivos para assistir ao novo filme do Paul Thomas Anderson. Um deles, claro, é o fato de ser o último com Daniel Day-Lewis no casting (isso mesmo, ele vai se aposentar). O outro é o figurino, comandado por Mark Bridges, que já trabalhou com o diretor em Boogie Nights e Sangue Negro. Ele é tão importante para a trama quanto o protagonista, já que o mesmo é um alfaiate na Londres de 1950 conhecido por seu trabalho com tecidos nobres e clientes de alto escalão no caderno. Pense então em todos os filmes de época que você já viu e os una com os filmes de princesa (da Disney ou não), e terás o que o figurino deste filme é capaz de fazer você sentir: uma eterna satisfação visual, encarando o belo para além da estética, mas como forma de caracterizar uma marca, uma personalidade e/ou um momento. Trama Fantasma é contemplativo do início ao fim, e não existe uma única peça de roupa que você não desejaria que o alfaiate Reynolds Woodcock fizesse especialmente para você. Além das vestimentas femininas, vale lembrar que o personagem de Daniel Day-Lewis carrega um charme incrustado em sua rotina que o leva a estar 100% bem vestido a qualquer momento do dia.

The Marvelous Mrs. Maisel, Donna Zakowska



Vencedora do Globo de Ouro 2018 como Melhor Série de Comédia ou Musical e a protagonista, Rachel Brosnahan que interpreta Miriam "Midge" Maisel, o de Melhor Atriz de Comédia ou Musical, esta série da Amazon Studios se passa em Nova York, 1958. Para o desenvolver o figurino de The Marvelous Mrs. Maisel, Donna Zakowska trouxe as principais características das mulheres da época: a capacidade de combinar acessórios - sapatos são das mesmas cores que as bolsas que por sua vez combinam com os brincos arredondados e com as luvas. Como a mãe de Mrs. Maisel mesmo define, “tudo com Midge começa com um bom acessório”. O jogo de cores invade o guarda-roupa de todas as figuras femininas da série, mas vale ressaltar que o papel das peças na protagonista é essencial para o seu auto-conhecimento, após o marido a ter abandonado e, então, ela buscar uma vida na comédia stand-up. “Cada elemento é assertivo para a construção da personagem. De certa forma, Midge é uma mulher que não desiste nunca, mesmo que algo horrível esteja acontecendo com ela, ela sempre colocará o melhor sapato para seguir em frente com seu otimismo”, comentou Donna em entrevista ao Entertainment Weekly.

GLOW, Beth Morgan



Se você ainda não se apaixonou pelas mulheres fantásticas de GLOW, série original da Netflix, acho melhor investir pelo menos meia hora do seu dia (duração de cada episódio) para se divertir com as personagens. A força feminina ganha destaque com a luta-livre teatral (wrestling) e ambientação de 1980. Beth Morgan, responsável pelo figurino, apresenta em cada participante as cores e combinações frenéticas da época, mas com muito pé no chão. Afinal, estamos falando de uma classe que está lutando para ter fama em Hollywood. A identificação com as personagens vai do “minha mãe tinha essa camiseta” até “quero me vestir assim amanhã”. As inspirações para quem ama andar no estilo vintage não faltam.

I, Tonya, Jennifer Johnson



Baseado na vida da patinadora norte-americana Tonya Harding, o filme traz Margot Robbie como a protagonista controversa. Para Jennifer Johnson recriar as vestimentas da trama ela precisou vasculhar em arquivos, complicados de achar uma vez que Tonya não era um assunto agradável de falar no meio da patinação no gelo. Jennifer recorreu às gravações de media em VHS e a uma coleção de notícias e fotos que encontrou no eBay. Como o filme é divido em dois tempos, a Tonya criança e a Tonya adulta, existe uma transição interessante de figurino que revela a libertação da personagem e sua descoberta de estilo pessoal. Sendo assim, as cenas da infância, a patinadora aparece com elementos mais glamorosos, com um quê de princesa - desde saias tutu até colares. Com o passar do tempo, ela passa a se vestir mais parecida com seu companheiro, Jeff Gillooly (Sebastian Stan), com golas altas, jaquetas oversized e calça de cintura alta, elementos típicos dos anos 1990. Mas o que torna o figurino de I,Tonya tão legítimo é a falta de obviedade e a falta de apego com o espelhamento de algo que aconteceu. Jennifer constrói Tonya como se ela não fosse uma pessoa real, ou seja, ela não replica algo que aconteceu simplesmente sem explorar a beleza do cinema e as camadas da personagem.

The Handmaid’s Tale, Ane Crabtree



Sucesso absoluto das produções de 2017, The Handmaid’s Tale ganhou o Emmy e o Globo de Ouro, seguindo como uma das favoritas para a prateleira dos que apreciam séries excelentes. O drama baseado no livro de Margaret Atwood tem uma relação íntima com o figurino, já que o mesmo dita as posições sociais de cada personagem. Elaborado por Ane Crabtree, todas as vestimentas trazem um quê antigo, com cintura marcada, bastante volume de tecido, mas ao mesmo tempo com caimento slim. O vermelho, como você já deve ter visto, é o grande poderoso da série, porque veste as Aias, mulheres férteis que se tornaram propriedade do governo. Os tons azulados e esverdeados pertencem às mulheres dos comandantes, responsáveis por cuidar das crianças e da casa. Qualquer pessoa que preste um serviço (empregada, caixa, etc) vestem tons terrosos e os membros da polícia usam preto. A única parte da série que existe quase que um orgasmo de opções de vestimenta é fora dos limites da cidade, onde os homens vão para fechar negócio meio à prostituição local. As peças, portanto, têm um papel muito além da mera estética.

Guerra dos Sexos, Mary Zophres



Indicada ao Globo de Ouro, Emma Stone é Billie Jean King no novo filme de Jonathan Dayton e Valerie Faris, sobre a histórica tenista que revolucionou o esporte para as mulheres - ela que criou o torneio WTA e lutou publicamente pela igualdade salarial na prática. Como o filme se passa na década de 1970, as cores são o grande forte do figurino, assinado por Mary Zophres. A figurinista teve um relacionamento especial com Guerra dos Sexos, já que presenciou, quando pequena, o feito de Billie Jean. Em entrevista ao Hollywood Reporter, ela comenta que enquanto estava selecionando as peças para Emma e os outros personagens tinha lembranças vívidas da época em que seus pais tinham uma loja de roupas. Além de se basear nos registros deste momento histórico para o tênis, Mary mergulhou (acredite) no Flickr, pois defende a ferramenta como uma excelente enciclopédia do que as pessoas vestiam nas determinadas épocas. A única dificuldade foi encontrar os vestidos icônicos de Billie Jean King - alguns modelos estavam intactos nas mãos de colecionadores -, o que fez a equipe de Mary desenvolver a maioria exclusivamente para Emma usar no filme.

The Crown, Jane Petrie



Não existe outra forma de se apaixonar por uma série (ou filme) de época a não ser que seja pelo figurino. A série original da Netflix teve um budget adicional de 100 mil de dólares para a elaboração exclusiva de cada peça usada pela realeza. Jane Petrie é daquelas minuciosas em cada detalhe de cada roupa e, para realizar com tal maestria seu trabalho na segunda temporada de The Crown, ela buscou em livros, filmes, jornais antigos, quadros e qualquer registro que conseguisse encontrar as referências ideias para a reconstrução de uma época tão icônica na história da Inglaterra. O mergulho na personalidade de cada personagem, muitos deles ganham maior destaque nesta temporada, auxilia na reconstrução de um backstage histórico que divide opiniões no mundo até hoje. Vale ressaltar o protagonismo feminino na trama que, para além da Rainha Elizabeth, apresenta mulheres com imagens firmes e identidades bem distintas.

Feud: Bette and Joan, Lou Eyrich



Para contar a história dos bastidores de What Ever Happened to Baby Jane (1962), ambientada entre 1963 e 1978, e a relação entre as atrizes Bette Davis e Joan Crawford, Lou Eyrich enalteceu o luxo da época com tudo o que tinha direito. Vestidos volumosos, joias, casacos exuberantes, sapatos desejáveis e até óculos irresistíveis. Para a construção (ou reconstrução) de tudo isso, Lou teve o auxílio da fama de ambas e do filme, com inúmeros arquivos e imagens da época. Mas ainda assim podemos enxergar a diferença entre as protagonistas. Bette, por exemplo, é mais pé no chão e se veste com um quê sulista dos EUA. Cores terrosas predominam em seu guarda-roupa. Já Joan é aquela clássica estrela de Hollywood, com todo o glamour que você conseguir imaginar (e muita extravagância).

Fonte: Casa Vogue

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