Não é tão difícil dominar a arte de perder; tanta coisa parece preenchida pela intenção de ser perdida que sua perda não é nenhum desastre.
Perca alguma coisa todo dia. Aceite a novela das chaves perdidas, a hora desperdiçada, aprender a arte de perder não é nada.
Exercite-se perdendo mais, mais rápido: lugares, e nomes e... para onde mesmo você ia viajar? Nenhum desastre...
Perdi o relógio de minha mãe. E olha, minha última e minha penúltima casas ficaram para trás. Não é difícil dominar a arte de perder.
Perdi duas cidades, adoráveis. E, mais ainda, alguns domínios, propriedades, dois rios, um continente. Sinto sua falta, mas não foi um desastre.
- Até mesmo perder você (a voz gozada, o gesto que eu amava) eu não posso mentir. É claro que não é tão difícil dominar a arte de perder apesar de parecer (pode Escrever!) desastre.
Professores universitários de formação e intelectuais com respeitável currículo, Clóvis de Barros Filho, Leandro Karnal e Mário Sérgio Cortella se tornaram os maiores pensadores contemporâneos do Brasil, com uma legião de seguidores nas redes sociais e milhões de livros vendidos. Fonte: Isto é
* Confira vídeos com os três pensadores no final da matéria
Eles têm um desafio complexo: transformar as ideias de Sócrates, Friedrich Nietzsche e William Shakespeare em pílulas de conhecimento para milhões. Essa é a missão que o professor Clóvis de Barros Filho, o historiador Leandro Karnal e o filósofo Mario Sergio Cortella têm cumprido com bom humor e ironia, despertando o interesse de pessoas em todo o País. Em projetos conjuntos, ou separados, eles lançam livros e lotam auditórios com palestras sobre ética, religiosidade, felicidade e morte. Atualmente, são os mais requisitados pensadores para democratizar o conhecimento filosófico, antes restrito a uma parcela da população e agora abordado com graça e ousadia até mesmo nas redes sociais. Cortella publicou mais de 30 livros e vendeu mais de um milhão de exemplares. Karnal é conhecido como “o pensador pop” e se reveza entre as aulas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entrevistas a programas de televisão e conversas com seus mais de 500 mil seguidores na internet. Barros Filho decidiu levar o conteúdo de ética que ministrava na Universidade de São Paulo a diferentes públicos em empresas de todo o País e do exterior. “Queremos abalar um pouco nossas certezas cristalizadas, balançar nossas estruturas para pensar sobre a vida”, diz Cortella. “As pessoas estão desejosas de compreenderem as coisas sem necessariamente serem adestradas em uma só direção.”
Mas o que os três pensadores têm em comum? Clóvis, Karnal e Cortella saíram das salas de aula das universidades para falar para públicos cada vez maiores sem a ajuda de grandes aparatos tecnológicos. A habilidade com a palavra e com os gestos os ajuda a traduzir a filosofia clássica para milhões de brasileiros e ainda passear por temas atuais como intolerância, corrupção, gestão do conhecimento e preconceito. Para se ter ideia do alcance desses escritores, Barros Filho e Karnal lançaram, em junho, o livro “Felicidade ou Morte” e três meses depois já ocupam o terceiro lugar entre os mais vendidos, com 6,8 mil exemplares. No Youtube, trechos em que os autores comentam a obra já alcançaram quase 300 mil visualizações. Há algumas semanas, Cortella, Karnal e outros filósofos lançaram o “Verdades e Mentiras: Ética e democracia no Brasil”, com o objetivo de debater a política e o papel do cidadão na sociedade. Com temas diversificados, os três filósofos percorrem o Brasil – e, às vezes, até em outros países – para dar conta de uma agenda de em média 20 a 30 palestras ao mês, centenas de entrevistas e participações em programas de televisão e a divulgação de lançamentos editoriais. Na esteira de tantas produções, o objetivo desses pensadores é estimular o público a pensar sobre questões da atualidade com independência.
“A iniciativa privada e o setor público também descobriram o poder de comunicação do trio”
As palestras, os vídeos e as obras de Clóvis, Karnal e Cortella vêm encontrando cada vez mais eco na sociedade. O público não se restringe somente aos universitários. Hoje, os três são convidados para falar a empresários de diversos setores. Clóvis, por exemplo, passou 11 anos se dividindo entre salas de aulas e conferências. Agora, há mais de seis meses, começou a se dedicar somente às palestras, que chama de inspiracionais. “Talvez esteja faltando a busca pela compreensão da vida como ela é, no trabalho, no cotidiano e na esfera familiar”, diz ele que rejeita a alcunha de pensador e prefere se definir como alguém que faz e incita reflexões sobre o mundo do trabalho. Não raro, Clóvis, Karnal e Cortella veem alguns de seus livros serem chamados de literatura de autoajuda. Isso ocorre porque, entre os temas que abordam, estão assuntos relacionados ao indivíduo, como felicidade, medos, morte, religião, trabalho e liderança. Os três autores concordam que o nicho de autoajuda no Brasil pode ser renovado e é a isso que se propõem. Para os filósofos, as pessoas precisam ser incentivadas a pensar sobre o mundo em que vivem. E é nesse gargalo editorial que o trio ganha força.
“Cada um faz, em média, mais de 300 palestras por ano”
ROTINAS ESPARTANAS
Leandro Karnal, 53 anos, é o mais pop entre os três. Mas está longe de manter uma rotina de celebridade. Ele tem por hábito acordar às 4h30 para ir à academia. Na sequência, já começa a se dedicar às aulas de história na Unicamp. Gaúcho nascido em 1963, na cidade de São Leopoldo, ele se mudou para a capital paulista aos 24 anos e concluiu o curso de doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Apesar de ter se tornado um especialista em religiões, ele transita bem por diferentes áreas do conhecimento e se define apenas como um professor que ganhou mais alunos. “Não quero discípulos, quero ter gente que se inquiete comigo e pessoas pensem, formulem seus próprios conceitos e busquem embasamento para eles.” São pensamentos como este que transformaram a admiração pelo pensador em uma espécie de “Karnalmania” e fazem mais de 500 mil pessoas pararem alguns instantes para lerem seus textos nas redes sociais.
Nascido em Ribeirão Preto, em São Paulo, o professor Clóvis de Barros Filho, 50 anos, vem falando sobre felicidade, confiança, motivação, ética e amor pelo trabalho a milhões de brasileiros. Em apenas alguns meses de dedicação exclusiva às palestras, o professor e jornalista já é ouvido em países da América Latina e da Europa. Em um de seus livros mais vendidos, “A vida que vale a pena ser vivida”, que alcançou a marca de 200 mil exemplares e mais de 300 mil visualizações no YouTube, Barros Filho reúne pensamentos sobre o sentido da existência. “A vida acontece de segunda a sexta, com angústias e alegrias. É preciso ocupar espaços em que nos alegremos”, afirma. Cada palestra de Barros Filho reúne, em média, 500 pessoas, mas quando ocorrem em espaços abertos ao público esse número já chegou a três mil.
Paranaense de Londrina, Mario Sergio Cortella, 62 anos, divide seu tempo de um jeito metódico. Acorda todos os dias às 4h30 para escrever. Professor e educador há mais de 30 anos, ele leva no bolso do paletó a agenda de compromissos do dia e da semana. Além das mais de 300 palestras anuais, gosta de fazer churrasco para a família nas horas livres. Quem conversa com ele por alguns instantes, logo percebe o prazer que sente em ajudar a formar opiniões. “Preciso fazer uma reflexão sobre a filosofia, sem banalizá-la. Isso exige de mim um esforço que muito me agrada.” Com 19 anos, Cortella viveu a experiência de viver em um convento. Na Ordem dos Carmelitas Descalços, desenvolveu a disciplina que o rege até os dias de hoje. Aos 22 anos se tornou professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Hoje, mais distante das salas de aula, revela que os dois temas mais procurados em suas palestras são referentes à ética, no âmbito privado e na política. “As pessoas têm a necessidade de estar sempre de prontidão para uma formação e, especialmente, descobrir como lidar com cenários turbulentos”, diz ele. Um de seus recordes de audiência em público ocorreu neste ano, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, quando uma palestra sobre felicidade reuniu cinco mil pessoas em um espaço para 1,5 mil participantes. Com esse talento único, Cortella, Clóvis e Karnal estão reinventando a filosofia e levando uma legião de brasileiros a outro patamar de conhecimento.
Mario Sergio Cortella à IstoÉ: “Ninguém em sã consciência seria feliz o tempo todo”
Leandro Karnal à IstoÉ: “Quando envelhecemos, criamos a sensação de que o passado era idealizado”
Clóvis de Barros Filho à IstoÉ: “A canalhice é uma tentação permanente”
Em A Ignorância, o autor conta a história de Josef e Irena, personagens que saíram da República Tcheca para morar na Dinamarca e na França, respectivamente. Ao saírem de seus países em uma época conturbada, tornaram-se expatriados. Depois da queda dos regimes comunistas do Leste Europeu, em 1989, eles retornam para um país que, para eles, não é mais um lar, mas sim uma lembrança do passado que há muito tempo está enterrado.
Solidão. Essa palavra ressurge com frequência. Ele tentava assustá-las descrevendo a terrível perspectiva da solidão. Para que o amasse, fazia-lhes sermões como um padre: sem os sentimentos, a sexualidade é como um deserto em que se morre de tristeza. (p.49)
Os livros de Kundera seguem um padrão: quase todas as obras do autor utilizam diferentes personagens que se cruzam no percurso da trama, mas que servem mais como objetos de discussão. Ao utilizar os sentimentos de Josef e Irena, ele consegue dissertar sobre assuntos sociológicos e filosóficos. Aqui, ele disseca o sentimento de nostalgia, de uma forma bem diferente daquela que conhecemos.
Ele não apenas relembra a etimologia da palavra, que em sua origem grega remete ao “sofrimento causado pelo desejo irrealizado de retornar”; mas também a compara com ignorância: só há nostalgia daquilo de que não temos mais notícia. Em um momento triste do livro, Irena desabafa sobre sua vida com uma amiga e conta que, praticamente, tudo em nossas vidas escolhemos “na fase da ignorância”.
O dia era iluminado pela beleza do país que havia sido abandonado, e a noite pelo horror de retornar a ele. O dia mostrava-lhe o paraíso que ela havia perdido, a noite, o inferno do qual havia fugido. (p.16)
Ou seja: carreira, casamento, amizades e planos para o futuro quase sempre são escolhas da juventude, quando não temos a menor ideia do que realmente queremos para nossas vidas. Decisões cruciais são feitas em momentos errados ou inoportunos, destruindo desejos e vontades que realmente poderiam fazer a diferença em nossas vidas.
Foto: Isabela Zamboni/Resenhas à La Carte
No decorrer das páginas, lemos os pensamentos mais íntimos de Josef e Irina: compreendemos suas angústias, sofrimentos, desejos, vontades e arrependimentos. Mais uma vez, o autor trabalha com afinco o psicológico dos personagens, que, em cada atitude, gesto ou lembrança, praticamente nos dão um soco no estômago, causando o efeito de uma crise de identidade (pelo menos comigo!).
Pois a nostalgia não intensifica a atividade da memória, não estimula as lembranças, ela basta a si mesma, à sua própria emoção, tão totalmente absorvida por seu próprio sofrimento. (p.26)
Pode parecer estranho gostar tanto de um livro que me fez “mal”, mas acredito que esse tipo de obra literária que nos tira da inércia e do lugar comum são os melhores. Milan Kundera é mestre em cutucar a ferida e, portanto, você não pode passar sua vida sem ler essa obra curtinha e grandiosa.
Título original: L’Ignorance Autor: Milan Kundera Editora: Companhia das Letras Número de páginas: 128 Ano: 2015 Gênero: Literatura Estrangeira Nota:
Fonte:http://resenhasalacarte.com.br/resenha/resenha-a-ignorancia-milan-kundera/
Não seja ou, pior ainda, não pareça ser ingênuo. As raposas políticas não dizem nada em público porque tiram proveito do fato, mas consideram que nesta área da atividade humana a ingenuidade é o único defeito pior do que a traição.
Estude ciência política. Os fatos e personagens de importância na história ocorrem duas vezes, de acordo com Friedrich Hegel; a primeira como tragédia e a segunda como farsa, completa Karl Marx. Na política, infelizmente, os personagens autoritários e vulgares ocorrem a primeira vez como tragédia e as outras também.
Não reclame da vida. Numa trincheira, quem faz discurso antibélico é o primeiro a ser eliminado. Ou chama a atenção do fogo inimigo ou é silenciado antes pelos próprios companheiros para que isto não aconteça.
Faça alianças. Um clichê clássico da política afirma que a melhor coisa a ser feita, quando não se consegue derrotar o maior inimigo, é aliar-se a ele. Perfeito, mas é recomendável observar os detalhes: 1) o inimigo autêntico, formado na escola do ódio e da intolerância, não perdoa; 2) no decorrer da aliança, se houver uma chance, o antigo desafeto reabrirá a ferida e lutará contra o novo aliado cujos insultos e desfeitas não foram esquecidas.
Procure ser racional. Lembre-se, no entanto, que algumas teorias funcionam apenas em conjuntos ou universos determinados. Millôr Fernandes sabiamente registrou que 1 + 1 só é igual a 2 no sistema decimal. No sistema binário, o resultado é bem diferente. Isto explica porque análises corretas erram infantilmente e estratégias brilhantes desmoronam pateticamente, com destaque para as que não preveem as reações emocionais dos envolvidos e as intervenções aleatórias e autoritárias do acaso.
Seja leal, mas saiba que a fidelidade permanente na atividade política é um perfeito non-sense, uma contradição em termos, algo assim como o Vaticano produzir um filme com a vida sexual de Santa Clara e São Francisco de Assis. Ou os xeiques da Arábia Saudita produzirem um filme com a vida sexual do profeta Maomé. O limite da lealdade quase sempre é a própria sobrevivência. Em determinados casos, a honra.
Preste atenção às fisionomias. Durante uma negociação, o olhar muitas vezes trai e desmente o discurso. O observador atento tira a média entre os dois e se aproxima das intenções do interlocutor. Suspeitar e desconfiar de alguém são as coisas mais fáceis do mundo; decifrar e compreender as pausas, olhares, tiques nervosos, parênteses e entrelinhas, isso dá trabalho.
Seja inteligente. Evite fazer acordos “secretos” se mais de duas pessoas estiverem presentes ao encontro. Os poderosos de verdade só tomam decisões cruciais sem a presença de testemunhas. A quebra desse princípio, das cavernas pré-históricas aos palácios do século 21, causou à humanidade mais dores e prejuízos do que a fome e as doenças.
Cuidado com o que fala. Na política, as palavras “sempre” e “nunca” costumam andar nas bocas de pessoas sem tempo para analisar direito o que fazem; por coincidência, são as primeiras a não entender direito o que acontece ao redor. Você pode não considerar isto um erro, mas todos estão vendo.
Seja objetivo. Numa mesa de negociação, o senso de justiça vale o dobro da generosidade sem base na realidade e o triplo da inocência de propósitos sem os pés no chão. Durante a negociação, o mínimo deve ser oferecido com firmeza e o máximo negociado ao extremo. Entre os gladiadores, a gentileza tinha péssima reputação.
Leia Maquiavel. O florentino adicionou um adjetivo aos dicionários e, desde a publicação de “O Príncipe”, em 1532, poupou tempo à humanidade ao revelar os mecanismos utilizados pelos poderosos para, via coerção e diversas formas de pressão e violência, impor com rapidez e eficiência suas políticas à sociedade. O livro não fez o mundo melhor, mas é inteligente e divertido, e mostra as armas e vestimentas do rei quando ele não está nu.
Fale o mínimo possível. Falar mais do que o necessário demonstra falta de sensibilidade ou de inteligência, e prejudica sobretudo os que mais precisam de acordos e resultados políticos. Sobre os acordos, pode-se chegar ou não a eles, mas de preferência sem torturar os números e as palavras, e sem exasperar a paciência dos participantes.
Saiba a hora de voltar atrás. Quem não aprendeu a recuar na hora certa, e desta forma recuperar as forças dispersas e feridas durante a batalha, será obrigado a desistir da vitória; avançam os que reconhecem os seus erros enquanto acontecem.
Estude história. Líderes políticos que, por motivos insondáveis da alma, não conhecem as biografias de Péricles, Napoleão, Trotsky e Churchill, devem exercer o seu direito constitucional por uma destas escolhas: 1) fazer teste vocacional, mesmo que tardio; 2) procurar um psiquiatra; 3) mudar-se para Fernando de Noronha, se gostar de praia, ou para Alto Paraíso de Goiás, se não gostar; 4) largar a profissão e cuidar da família.
Corra atrás da sorte. Na atividade política, sem uma boa dose de sorte você não vai até a esquina, quanto mais a Brasília.
Uma vez um homem disse a Buda: Eu quero felicidade! Buda, muito sabiamente, lhe respondeu: — Primeiro tire o “eu”, que é o seu ego. Depois tire o “quero”, que é o seu desejo. Pronto. Agora você é deixado com a felicidade.
Ah, se fosse simples assim… Hoje é mais fácil forjar felicidade do que ser feliz de verdade. A internet está aí para comprovar isso. Quantas pessoas “felizes” nas redes sociais, realizadas, satisfeitas, apaixonadas. Ao mesmo tempo, os casos de depressão aumentaram assustadoramente nos últimos anos. Inventar uma felicidade para esfregar na cara dos outros não traz nenhum benefício. Aliás, fingir alegria deixa as pessoas muito mais tristes. Felicidade demonstrada forçadamente é a maior prova do quanto se está infeliz. Veja bem: estar infeliz, porque a felicidade ou a falta dela são estados passageiros, e não permanentes. É humanamente impossível “ser” feliz o tempo todo, durante uma vida inteira.
Quando pensamos em felicidade, logo vem à cabeça o que é preciso ter e fazer para conseguir “ser” feliz. É normal achar que se fazer o que eu quero, realizar o meu desejo, me faz sentir prazer, logo, me faz feliz. Então, se eu quero comprar uma roupa, se eu quero ir a uma festa, se eu tenho a liberdade de ir e vir, eu “sou” feliz. Se eu quero viajar, se eu me mudo de casa, de cidade ou de país, eu “sou” feliz. Se eu quero ter um filho e a criança nasce saudável eu “sou” uma pessoa feliz. Nem sempre.
Enquanto associarmos a felicidade com a realização de um desejo, nós não nos sentiremos felizes. Porque assim que o desejo é realizado, nos sentimos vazios novamente. Esse movimento de saciar uma vontade nos torna mais infelizes do que antes. É aí que voltamos lá atrás naquele processo de mostrar-se feliz por puro orgulho e vaidade.
Às vezes não é possível fazer tudo o que queremos porque não temos saúde, porque não temos dinheiro, porque não temos tempo, porque somos jovens demais ou porque estamos velhos demais. Às vezes a nossa felicidade depende de uma situação, de uma melhoria financeira, de uma casa maior, de um emprego melhor. Às vezes a felicidade depende da felicidade do outro, ainda que a felicidade do outro nos incomode.
Mas e você, sabe o que te faz feliz? Eu vou dar cinco opções e certamente você vai escolher uma ou várias delas. Ter saúde, ter um grande amor, ter uma família, ter uma carreira de sucesso, e por último, não menos importante, ter muito dinheiro! Pois bem, o mais longo estudo sobre a felicidade foi feito por pesquisadores da Universidade de Harvard e durou 76 anos. Isso mesmo. Depois de avaliar todas as entrevistas realizadas com os voluntários e seus descendentes, chegaram à seguinte conclusão: a felicidade está na qualidade dos nossos relacionamentos. Ou seja, a maneira como convivemos, seja no amor, em família, no trabalho ou com os nossos amigos é um termômetro do quanto estamos bem conosco. Quando estamos insatisfeitos, certamente estamos passando por problemas em nossos relacionamentos.
Portanto, felicidade não se tem e não se compra. Felicidade se constrói e se mantém. Ok. Até aqui eu entendi. Mas será que é só isso que nós precisamos para estarmos felizes, completos e realizados? Bom, do meu ponto de vista, felicidade é também sentir-se útil. Uma pessoa produtiva, que trabalha para o bem comum, que cuida do outro, é um ser humano feliz.
Sabe por que eu penso dessa forma? Porque uma vez eu conheci um homem que tinha um bom emprego, uma vida estabilizada e estruturada. Ele tinha saúde, amigos verdadeiros, um lar acolhedor e muitas pessoas que o amavam. Tinha um plano de carreira, um carro, planejava comprar a casa própria. Não lhe faltava “nada”. Mas ele andava triste, insatisfeito, inconformado com o seu propósito tão previsível. O ambiente corporativo já não fazia sentido, não havia nada que o seu dinheiro pudesse comprar que o fizesse feliz. Por fim, ele descobriu que se sentia inútil. Então, esse homem cortou todos os vínculos de obrigatoriedade que o faziam se sentir sem uma função maior diante da vida. Deixou “tudo” para trás e partiu sem rumo, com apenas uma mochila e muita vontade de servir e fazer o bem.
Foi assim que eu passei a acreditar que a felicidade nasce quando fazemos alguém feliz. Confesso que nunca tinha visto esse meu amigo tão pleno. Ele admitiu que tinha passado uma vida sem conhecer esse sentimento, e que estava muito agradecido ao universo por ter encontrado a felicidade pelo caminho. Foi então que eu me lembrei do ensinamento do monge budista Thich Nhat Hanh, que diz: “não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”. É, eu tive que concordar…
“ CONSTRUIR CONHECIMENTO É MUITO MAIS DO QUE OFERECER CONTEÚDO. PODE-SE DAR TODO O CONTEÚDO DE UMA DISCIPLINA E NADA FICAR COMO CONHECIMENTO.
EM REALIDADE, CONHECIMENTO É AQUILO QUE PERMANECE. É AQUILO QUE PODEMOS UTILIZAR DURANTE NOSSAS VIDAS. É AQUILO QUE SERVE DE BASE PARA OUTROS CONHECIMENTOS E PARA NOSSO PROGRESSO ENQUANTO SERES HUMANOS. POR OUTRO LADO, O CONHECIMENTO SÓ PODE SER APROVEITADO PELA SOCIEDADE ENQUANTO ELE VEM ACOMPANHADO PELA COMPETÊNCIA E VALORES ÉTICOS E MORAIS. “
Literatura modernista nos anos 30. Nesse período as conquistas da geração modernista de 22 já se encontram consolidadas. É preciso, mais do que digeri-las, também ressignificá-las, sobretudo em um mundo de repentina maior complexidade, ditado por um contexto de apreensão e perplexidade mediante um contexto beligerante nunca antes visto, nas proporções que por fim tomou e que não refrearam no período entre guerras.
O mundo é ditado, agora, por uma atmosfera de pessimismo quanto aos rumos da humanidade, mas também pela necessidade de compreensão, de maior envolvimento social. Essas demandas também nortearão o olhar de toda uma safra de escritores a um cenário novo em nossa literatura: o Nordeste, suas agruras e suas sofridas personagens. Eis os balizadores que nortearão a visão modernista da segunda geração.Sua produção é bastante fecunda tanto em prosa quanto em poesia.
Costumeiramente, situam-se os marcos dessa geração entre 1930 e 1945.
Poesia Há na poesia, dessa fase, um grau de uniformidade e mesmo de coesão menor do que nos autores de 22. Lembremos, no entanto, que a maior parte dos autores de 22 são contemporâneos da safra de poetas de 30, com os quais partilham o gosto pelo verso livre, a liberdade temática, a postura antiacadêmica, a valorização do cotidiano. Esses traços aqui não são mais uma espécie de guia a se seguir, mas amplas conquistas já estabelecidas.
Os principais nomes da poesia dessa fase modernista são: Carlos Drummond de Andrade Vinícius de Moraes Cecília Meirelles Jorge de Lima Murilo Mendes
A produção desses autores abrange tanto as típicas experiências estéticas modernistas quanto a liberdade de, inclusive, retomar modelos tradicionais.
Cota zero (Carlos Drummond de Andrade) Stop. A vida parou ou foi o automóvel?
Nesse poema, vemos nitidamente a incorporação de valores estéticos de 22, acrescidos do questionamento à modernidade e seus valores culturais e à própria condição humana diante dela, numa expressão de síntese soberba.
Soneto do amor total (Vinícius de Moraes) Amo-te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante E te amo além, presente na saudade Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude.
Aqui é bastante visível a revisita a um dos mais clássicos modelos de versificação, num poema metrificado e com temática bastante afim à tradição lírica. E é também lirismo profundo o que permeia a poética de Cecília Meireles, entre a memória histórica e as reflexões sobre a fugacidade do tempo.
Em meio à riqueza de formas e conteúdos, os poetas de 30 convivem com a perplexidade de um mundo que se embruteceu e, até por isso, precisa de poesia, precisa de flores que ousem brotar no asfalto da cinzenta realidade.
Há ainda o espaço para uma poesia de religiosidade, de cunho católico, e apelo metafísico em Jorge de Lima e Murilo Mendes, competindo ao último ainda a experimentação surrealista em nossa literatura. Aos dois poetas, também coube a típica invencionice modernista e o registro de seu tempo.
PROSA
É na prosa que essa geração vai instituir a grande novidade em nossa literatura, ao nos apresentar um protagonismo a partir daí, permanentemente, presente na cultura brasileira: o da figura do nordestino sofrido, em meio às agruras da seca, aos desmandos sociais.
São romances caracterizados pela denúncia social. Houve grande interesse por temas nacionais, uma linguagem mais brasileira com um enfoque mais direto dos fatos, aproximando-se de procedimentos do Realismo-Naturalismo. Na prosa, atingiu-se elevado grau de tensão nas relações do "eu" com o mundo; é o encontro do escritor com seu povo. Havia uma busca do homem brasileiro nas várias regiões, por isso, o regionalismo ganhou importância, com destaque às relações da personagem com o meio natural e social (seca, migração, problemas do trabalhador rural, miséria, ignorância).
O menino morto, de Cândido Portinari (Foto: Reprodução)
Além do regionalismo, destacaram-se também outras temáticas como o romance urbano e psicológico, o romance poético-metafísico e a narrativa surrealista.
Refletindo as preocupações sociais e políticas que agitavam o Brasil na época, desenvolveu-se um tipo de ficção que encaminhou para o documentário social e romance político. A publicação, em 1928, de A bagaceira, de José Américo de Almeida, costuma ser indicada como marco inicial dessa série de obras cuja intenção básica foi a denúncia dos problemas sociais econômicos do nordeste, dos dramas dos retirantes das secas e da exploração do homem num sistema social injusto.
O grande marco dessa safra de romances, possivelmente, seja a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, publicada no ano de 1938. No livro, deparamos com a família de retirantes formada por Fabiano, Sinhá Vitória, seus dois filhos e a tão humana cadela Baleia. A linguagem objetiva do romance parece metaforizar a própria ressequidão daquele ambiente.
Jorge Amado, por sua vez, criou imortais personagens e tipos em sua amada Bahia literária, por meio de uma linguagem bastante acessível.
José Lins do Rego nos apresenta seus romances do ciclo da cana de açúcar. Escritos em primeira pessoa, estes romances retratam literalmente a crise de tradição e a necessidade de modernização, a transformação do Engenho em usina.
Rachel de Queiroz, primeira mulher a compor a Academia Brasileira de Letras, além da denúncia social, dá vez à análise psicológica em sua obra.
Muitas vezes, na linguagem falada, conseguimos expressar uma ideia através de uma simples pausa ou até mesmo pela entonação. Já na escrita, para conseguirmos expressar algo, fazemos uso dos sinais gráficos. Observem os exemplos a seguir:
I) O cidadão que é irresponsável prejudica o futuro da nação.
II) O cidadão, que é irresponsável, prejudica o futuro da nação.
Notem que, no segundo exemplo, a oração adjetiva - que é irresponsável - está entre vírgulas. Esse recurso de pontuação faz com que haja uma diferença semântica entre as duas sentenças. No primeiro caso, há uma restrição, ou seja, somente aquele cidadão irresponsável prejudica o futuro da nação e, no segundo, ocorre uma generalização, isto é, o cidadão como um todo é irresponsável e prejudica o futuro da nação.
Vejam, abaixo, outros exemplos. Reparem como uma simples vírgula é capaz de mudar completamente o sentido das frases.
Não, abra a porta! (ordem para abrir a porta)
Não abra a porta! (ordem para não abrir a porta)
Esse professor é malandro. (O adjetivo malandro se refere a “esse professor”)
Esse, professor, é malandro. (O vocábulo “professor”, entre vírgulas, transforma-se em um vocativo. O adjetivo “malandro”, nesse caso, refere-se a uma terceira pessoa)
O vídeo a seguir demonstra de uma maneira inteligente e dinâmica como uma vírgula pode alterar o sentido de uma mensagem. Ele fez parte de uma campanha publicitária da ABI – Associação Brasileira de Imprensa. A anunciante foi a agência África São Paulo Publicidade Ltda:
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
(FUVEST) Considere os períodos I, II e III, pontuados por duas maneiras diferentes.
I - Ouvi dizer de certa cantora que era um elefante que engolira um rouxinol.
Ouvi dizer de certa cantora, que era um elefante, que engolira um rouxinol.
II - A versão apresentada à imprensa é evidentemente falsa.
A versão apresentada à imprensa é, evidentemente, falsa.
III - Os freios do Buick guincham nas rodas e os pneumáticos deslizam rente à calçada.
Os freios do Buick guincham nas rodas, e os pneumáticos deslizam rente à calçada.
Com pontuação diferente ocorre alteração de sentido somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.Comentários:
Como podemos perceber, a única sentença na qual a vírgula não interfere na relação de sentido é a III. Nesse caso, a vírgula antes da conjunção “e” é facultativa por separar orações coordenadas com sujeitos diferentes. Nos exemplos descritos, o sujeito da primeira oração (“Os freios de Buick”) não é o mesmo da segunda (”os pneumáticos”). Dessa forma, a vírgula é opcional e a semântica permanece inalterável. Se o sujeito das orações fosse o mesmo, a vírgula seria dispensada. Já nas outras duas sentenças, há uma evidente alteração semântica.
“O C. E. Chequer Jorge traz até você o projeto Cultivando valores humanos para um cotidiano de paz.Numa proposta de espalhar amor, pois de dor e sofrimento , o mundo já está cheio.
Sábado letivo. Escola abraça Comunidade!Chega mais perto, sinta nosso caloroso abraço.
PLE – Sala de leitura.Não perca oportunidade de espalhar o seu carinho , dê um forte abraço, afinal dia 22 de maio é dia do abraço.
Quando mais nada couber no planeta, nem mais uma arma, nem mais um brinquedo, e nem mais um fio de cabelo couber no planeta e as pessoas tiverem que se abraçar para caber aqui, talvez a gente descubra o mundo de coisas que cabe no abraço.Cultivando valores humanos para um cotidiano de paz.
É o tema do PLE para 2017. As agentes de leitura Claudia Tinoco, Carmem Zanon e Graça Macedo, junto com a direção da escola, alunos e pais realizaram nesse sábado na Feira Municipal de Itaperuna um grande abraço a comunidade.
E, as agentes de leitura desenvolvem ações relacionadas aos valores para a vida. Trazendo muita alegria e encantamento por onde passam.”
Que bela ação proporcionada pelas Agentes de Leitura!
Salve Chequer Jorge!
Fonte dos vídeos: Adilson http://adilsonribeiro.net/2017/05/22/itaperuna-segunda-feira-1115
John Lopez é um artista incomum. Ao invés de usar bronze, mármore ou ferro, cria esculturas com metal descartado. Morador do interior dos Estados Unidos, o artista monta esculturas de búfalos, bisões, ursos, cervos e vaqueiros. Tem até um cowboy cavalgando um dinossauro tricerátopo. Alguns dos animais parecem estar em movimento, com o vento balançando seus pelos.
Para criar sua obra, Lopez solda correntes, partes de máquinas, pedaços de equipamentos agrícolas, objetos decorativos e até restos de carros. As peças são recebidas como doação ou obtidas em ferros-velhos. Às vezes, o americano mistura os reciclados a bronze derretido.
O artista tinha uma carreira de sucesso esculpindo com bronze até que uma tia morreu. Lopez decidiu construir um cemitério na propriedade do tio, a 50 km da cidade mais próxima. Quando faltou material, o artista decidiu usar as sobras de metal da fazenda. E nunca mais parou. Um cowboy montado em um dinossauro? Só no mundo da fantasia!
Esse cavalo de aço é indomável
O touro tem uma viola no lugar do coração
O encontro entre o cavalo de carne e osso com o de metal Detalhe do pescoço e cabeça criados com restos de ferramentas agrícolas Um bisão é majestoso e perigoso. Imagine de aço?
O cavalo de carga parece ter sido congelado no meio do movimento
O animal parece arar a terra Cowboy e cavalo de aço parecem estar em um embate sem fim Este búfalo ameaçador não assusta mais ninguém Quem passar pela estradinha próxima vai se espantar com essa vaca imóvel Lopez solda os restos de material para criar figuras que parecem se movimentar Sobrepor materiais gera texturas bonitas de se ver
A escultura é composta por uma infinidade de restos de metal das mais diversas origens As peças de metal são inspiradas na fauna do interior dos Estados Unidos.