A aparência é frágil, embora a estrutura seja bastante resistente. Eu acredito, sinceramente, na hipótese de que cada mulher tem um tipo de raiz profunda e robusta, por isso elas não se abatem com facilidade aos golpes duros da vida. Esqueça, não é qualquer vento que nos derruba. Aguentamos a carga pesada das multi funções, o choro estridente do filho, as necessidades urgentes que não esperaram a sua vez na fila, a saúde frágil dos pais, a cobrança insana do mercado de trabalho, o fim de um relacionamento promissor. O íntimo a todo instante chicoteado pela pressão para que tudo funcione perfeitamente e que nada saia dos trilhos.
Sustentamos e resistimos a tudo e mais um pouco. Mas de onde vem essa força? De que somos feitas então? De kryptonita, material radioativo, células transgênicas, uma mistura de ferro, pedra, aço e minerais? Não. Algo muito mais poderoso. Nós somos feitas de amor. Muito amor. Um amor raro e inigualável, diferente desses que se vê em qualquer quintal, que se vende pela esquinas, amor de meia boca, inerte e franzino.
Dentro de nós cabe um amor maior que o mundo, maior que nós mesmas. Por isso temos tanto para dar, e quanto mais distribuímos, mais nos recarregamos desse amor legítimo. A nossa capacidade de doação é absolutamente infinita. Não importa quantas pessoas nos solicitem, nós somos e seremos preparadas para cuidar de cada uma delas.
As mulheres já nascem com a capacidade de agarrar o mundo com as mãos e colocá-lo no colo. É que toda mulher é meio mãe; chegam com um dispositivo materno instalado, que desde cedo é habilitado automaticamente. Por essa razão somos protetoras, zelosas, acolhedoras. Podem até dizer que carregamos o mundo nas costas, mas a nossa geografia não é a mesma que a do homem. Levamos o mundo é no coração.
Contamos com cinco sentidos hiper aguçados e um sexto sentido infalível. Somos especialistas em disfarces e personagens, assumindo o papel de mãe, de filha, irmã, amiga, dona de casa, executiva, subordinada e, ainda por cima, o papel de mulher. Temos o poder da cura através das nossas mãos e dos nossos beijos, multiplicamos alimentos num piscar de olhos, possuímos o dom da retórica apaziguadora. Nossos braços abraçam gigantes, nossos corpos abrigam outros corpos. Geramos outras vidas. Somos o milagre em forma humana.
Coração de manteiga, choronas, sensíveis, escravas da tpm. Vá lá, todos os heróis têm as suas fragilidades. Conosco não poderia ser diferente.
Formadas em relações humanas e sentimentais de amplo espectro. Pós-graduadas em incansáveis, incontáveis e intermináveis tarefas domésticas. Com experiência em conselhos de amiga e relacionamentos falhos. Mestrado em equilíbrio familiar, competência em estrutura emocional, rotina funcional e multidisciplinar. Doutoras na arte de remendar feridas, com especialização em seguir adiante de cabeça erguida e alma lavada.
Sim, nós somos mulheres. Somos super-heroínas. Nós não desistimos nunca.
Maravilhoso! Deus abençoe a todas nós!
ResponderExcluirQue assim seja amiga Rosi!
ResponderExcluirMuito obrigada por sua participação!