domingo, 6 de março de 2016

15 PINTURAS QUE SÃO DIAMANTES PARA OS OLHOS



Provavelmente: “faltou o quadro tal”. Ouvi coisa semelhante, quando a Revista Bula publicou a relação das dez obras de arte mais importantes da história. Agora abre espaço para as 20 pinturas mais “bonitas”, verdadeiros “diamantes para os olhos” (trocadilho com um título usado pelo jornalista Euler de França Belém). A diferença é de critério, porque a presente escolha é puramente emocional e não intelectual. Trata-se de gosto. Mas relacionei apenas pinturas consagradas, excluindo pintores brasileiros e evitando ao máximo as obviedades (ninguém mais aguenta ouvir falar de Mona Lisa, por exemplo). Além disso, tive a intenção de abranger diferentes estilos para que o leitor tenha uma noção evolutiva da arte. Enfim, se eu fosse um desses sessenta bilionários esnobes que sozinhos detém 50% da riqueza mundial, gostaria de iniciar minha própria coleção a partir das obras listadas (se todas estivessem a venda, é claro). Pelo menos no mundo virtual eu posso fazer de conta que sou um sheik das arábias, com grana suficiente para investir nos leilões da Christie’s ou da Sotheby`s. Ou não somos livres para imaginar ser o que quisermos?

Meus Pais (1977), de David Hockney

Talvez o quadro mais bonito que existe, para mim. O segredo principal aqui é a composição, que denuncia a influência de outro mestre inglês: James Wistler. Diferença crucial: o colorido vivo. (Onde: Tate Gallery, Londres)


O Aniversário (1915), de Marc Chagall

Este quadro retratando o casal Chagal é o mais poético que se possa imaginar, feito pelo único surrealista que parece não ter tido pesadelos, mas apenas sonhos bons. (Onde: Museu de Arte Moderna de Nova York)


Ressurreição de Cristo (1499), de Rafael Sanzio

A “Ressurreição Kinnaird” é a única obra de Rafazel Sanzio no hemisfério Sul, comprada na Europa no pós-guerra pelo legendário Pietro Maria Bardi, em 1954. (Onde: Museu de Arte de São Paulo, MASP)


O Nascimento de Vênus (1483-6), de Sandro Botticelli

Uma daquelas raríssimas imagens da arte alçadas à condição de ícone cultural, obra-prima do Quattrocento. Indiscutivelmente a mais arrebatadora elegoria do amor, jamais pintada por alguém. (Onde: Galleria degli Uffizi, Florença)


Vênus ao Espelho (1647), de Diego Velázquez

O motivo anterior, Vênus, na percepção de um gênio barroco. Porém Velázquez destitui o mito de traços idealizados e concebe uma mulher de carne e osso. Eros vai sobrando numa pintura que desce gradativamente à terra e avança na direção do realismo. (Onde: National Gallery, Londres)


Crucificação de São Pedro (1601), de Michelangelo Caravaggio

O embate entre luz e sombra é uma característica universal do período barroco, oprimido pelas angústias religiosas. Apenas Rembrandt dominou tão bem quanto o mestre italiano esse jogo simbólico entre o claro e o escuro. (Onde: Basílica de Santa Maria del Popolo, Roma)


Wivenhoe Park (1816), de John Constable

Falar em pintura “bonita” sem considerar o gênero paisagístico é quase infame. Mas não confunda com pintura acadêmica, da feirinha de final de semana, porque a obra de Constable dialoga coerentemente com o seu tempo. (Onde: Universidade de Essex, Inglaterra)


Improvisação com Formas Frias (1914), de Wassily Kandinsky

Kandinsky abdicou da pintura figurativa e elevou sua arte ao patamar da música. O título sugere a sinestesia, que associou a determinadas formas e cores em seus textos teóricos. (Onde: The State Tretyakov Gallery, Moscou)


Composição em Vermelho, Azul e Amarelo (1930), de Piet Mondrian

Kandinsky criou a abstração informal e Modrian avançou rumo à abstração formal, rigorosamente geométrica. A feição cartesiana do abstracionismo apela à razão e não à emoção. É uma das pinturas mais emblemáticas do século 20. (Onde: coleção particular)


Cabaça, Frutas Cítricas e Cacto (data desconhecida), de Albert Eckhout

Ao lado de Frans Post, Eckhout integrou a expedição de Maurício de Nassau no Brasil durante o século 17. É um mestre na arte de pintar naturezas mortas, concebendo uma pintura digna de Vermeer, a partir dos trópicos. (Museu Nacional da Dinamarca)


Ninfeias (1903), de Claude Monet

Como William Turner em seus melhores momentos, Monet neste quadro da série “Ninfeias” cria uma ilusão de abstração a partir das formas naturais. Já é um virtuose do próprio estilo, recluso em seu jardim e distanciado do estilo inaugural do Impressionismo. (Onde: coleção particular)


A Noite Estrelada (1889), de Van Gogh

A neurose de Van Gogh é “tátil”, traindo-se em sua técnica personalíssima: uso de tinta empastada e pinceladas obsessivas, criando visões delirantes como se as cores e a própria natureza dançassem. (Onde: Museu de Arte Moderna de Nova York)


A Dança (1910), de Henri Matisse

Matisse é o pintor mais agradável da história da arte moderna. E nenhuma de suas obras se compara a esta celebração, com destaque para a notável harmonia entre as cores quente (laranja), fria (azul) e intermediária (verde). (Onde: Museu de Arte Moderna de Nova York)


O Voo da Libélula Sob o Sol (1968), de Joan Miró

Miró é o mais original dos criadores de signos pictóricos do século 20: nem é totalmente abstrato nem totalmente figurativo. Abriu para nós as portas de um cosmo povoado por “criaturas” emergidas do subconsciente. (Onde: Museu de Arte Moderna de Nova York)


Moonlight (2011), de Yan Pei Ming

Pintura expressionista e dramática de um dos mais fecundos artistas da atualidade. O quadro emula claramente “A jangada de Medusa”, de Géricault. Não lembra também o horror e a tragédia dos refugiados sírios? (Onde: coleção particular, Nova York)

Revista Bula

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