terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é." Vamos ajudar a professora Edilene com sua "Vakinha Social". Por favor leiam a sua história!

"Amigos, hoje vou usar desse meio, para contar um pouca da minha história e pedir a ajuda de vocês amigos, ainda que seja divulgando a minha Vakinha Social.

Não sei se já perceberam aqui ou pelo meu outro blog, que eu tenho Paralisia Facial. É tenho e desde o nascimento.













Nasci em Pindamonhangaba- SP, e por problemas no parto tive paralisia facial do lado esquerdo do meu rosto. Meus pais eram pessoas humildes e não tinham conhecimento suficiente para procurar tratamento. Nos meus primeiros anos de vida não fiz nenhum tratamento.
Quando iniciei minha vida escolar passei a sofrer preconceito por parte dos colegas de escola, foi um período muito difícil, alguns meninos corriam atrás de mim me chamando de “boca torta” e outros me evitavam, me discriminavam. Isso ocorreu durante toda minha vida. No começo sofria muito, com o tempo acabei aprendendo lidar com essas situações, mas sempre me fere muito.
Assim que entrei na escola e comecei ter problemas minha mãe procurou um médico que indicou fisioterapia. Fiz esse tratamento por muitos anos. Eram “choques” intermináveis e aterrorizantes para uma criança de 6/7 anos. Algumas sessões, os “choques” e /ou medo deles me davam terríveis dores de cabeça, além de uma série de exercícios intermináveis que tinha que fazer em frente ao espelho diariamente. Mesmo depois de muitos anos na fisioterapia não tive nenhum resultado. Lembro me uma vez que minha mãe começou a fazer massagens com compressas quentes no lado paralisado do meu rosto, na intenção de “despertar” o nervo que ela acreditava estar adormecido, o que apenas resultou numa queimadura.
Na adolescência tive problemas de autoestima. Quando se tem uma deficiência facial requer se muito mais esforço para se aproximar das pessoas. Elas tendem a evitar olhar, perguntar e acabam se afastando. Muitas vezes é preciso forçar uma proximidade para se tirar uma primeira impressão. Tive amigos que gostavam da minha companhia, das minhas ideias, que nos divertíamos juntos, mas que não tinham coragem de contar à turma que haviam ido ao cinema ou ao parque comigo. Isso me chateava, mas no fundo compreendia, pois não era fácil enfrentar a gozação e o preconceito da turma.
Aos 18 anos conheci uma enfermeira que me apresentou a um médico no HC/SP que decidiu me operar. Era a primeira vez que um médico me olhava e parecia saber do que estava falando. Passei por dois procedimentos cirúrgicos que demorou horas. Num deles o médico retirou um nervo da minha perna e colocou no meu rosto. (de orelha a orelha, passando por cima do nariz) em outra ele retirou um músculo da coxa e implantou no lado esquerdo da minha face, ligado ao nervo anteriormente implantado. Foram cirurgias longas de mais de 10 horas, com uma recuperação delicada e bem demorada, porém muito decepcionante, porque quando me olhei no espelho estava pior que antes, o músculo implantado deixou um lado mais alto que o outro, ou seja, mais um problema para me incomodar.
Em 2002 decidi morar em Aquidauana-MS, e cursei Pedagogia na UFMS. O curso foi tranquilo, sempre gostei de ler e não tive nenhuma dificuldade, mas quando se tratava de ou apresentações oral e/ou teatral, eu travava, tinha a impressão que as pessoas estavam me olhando, reparando em mim e assim não conseguia falar: titubeava, gaguejava e não falava nem 20% do que preparava. No último ano de faculdade foi ainda mais difícil, pois tinha medo de enfrentar uma sala de aula cheia de crianças. Tinha medo que os alunos me rejeitassem, ou fizessem algum tipo de gozação, mas felizmente isso aconteceu poucas vezes até hoje. Mas já senti preconceito por parte de alguns colegas e também de alguns pais. Já ouvi pessoas se referindo a mim, como aquela professora que tem a boca torta. O primeiro concurso que fiz no município passei em primeiro lugar e ouvi comentários sobre isso, pessoas dizendo que não davam nada por mim e, no entanto havia demonstrado o contrário.
Outro dia liguei numa pizzaria e quando passei meu endereço, ouvi a atendente explicando ao entregador, que era na casa da boca torta e isso já aconteceu outras vezes. Tem dias que choro e em outros sou mais forte e aceito essa condição, mas, o que mais me magoou nesses anos todos foi o dia em que meu filho aos seis anos pediu que eu não o buscasse mais na porta da sala porque ele tinha vergonha, pois os coleguinhas debochavam dele. Isso me feriu muito, tive medo que ele tivesse vergonha de mim, conversei bastante com ele, chorei muito também, mas compreendi sua dificuldade de lidar com esta situação com tão pouca idade.
Essa situação que vivi com meu filho me fez tomar coragem de pesquisar na internet se havia algum tratamento novo para esse caso, há tempos não procurava mais, a primeira cirurgia me deixou com medo, complexada. Não gostava nem de ouvir falar em tratamento. É um assunto que me faz reviver as dores, incômodos e a decepção do pós-cirúrgico. Porém, o preconceito que vivo e que agora o meu filho também vivencia me fez querer melhorar e fazer uma nova cirurgia. Encontrei um blog (http://eutiveparalisiafacial.bogspot.com) e a palavra “tive” me chamou atenção. Uma moça com a mesma idade que eu, que também nasceu com paralisia fez a cirurgia e conseguiu um sorriso perfeito. Li o blog dela inteiro na mesma hora e liguei para o consultório do médico que fez a cirurgia dela e marquei uma consulta (Dr. Fausto Viterbo/ Botucatu- SP) ele me examinou e me disse que posso melhorar muito, me mostrou o que exatamente terá que fazer. Vi fotos de pós-operatório que ele já realizou e senti segurança nas informações que me passou. Ficou mais caro que eu imaginava, pois ele terá que desfazer a cirurgia anterior e ai então, usando suas técnicas, fazer uma nova cirurgia. Tudo ficou em 35.000 reais e infelizmente não tenho como realizar esse sonho. É o sonho da minha vida e não posso realizar sozinha. Meu sonho é sorrir e isso me trará alegria, uma nova qualidade de vida que não tem preço. Viver a vida com medo de sorrir, deixa cicatrizes na alma."


Na lateral do meu blog tem o Link da Vaquinha Social
Fonte: http://rabiscosdadi.blogspot.com.br/2012/12/vakinha-social.html

VAMOS AJUDAR!!!


3 comentários:

  1. Obrigada Aline por compartilhar minha postagem e pela tua amizade que me faz tão bem! Sinto Deus em vc e isso é bom! Bjs!

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  2. Edilene vai conseguir, tem muita gente boa neste mundo!
    Vamos divulgar bastante.

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  3. Com certeza Edilene conseguirá, nós vamos estar unidas em prol desta campanha, e Deus realizará o sonho desta professora e pessoa tão digna e distinta que tanto nos ensina a viver.
    Beijos!

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Agradeço sua participação que é muito importante para mim.