Geralmente as grandes pesquisas, as grandes descobertas, os avanços tecnológicos, envolvem uma quantidade significativa de números. Pois os números já foram até mesmo a medida de todas as coisas. E o que seria a noção de tempo, se não um emaranhado de números que se seguem numa ordem constante? O Ser Humano gosta de quantificar as coisas, de determinar valores e medidas, gosta de saber que pode acordar mais tarde para pegar o ônibus que passa às oito.
Os números vieram para situar o homem no espaço e no tempo, para organizar o caos que existiria sem eles. E com os números veio também a decadência humana. Pois olhamos para o passado, para o presente e para o futuro e não sabemos bem em qual destes períodos estamos.
Tudo hoje é passado, tudo acontece de forma verdadeiramente rápida. E digo, mais rapidamente que antes. Pois a noção de tempo é mutável, enquanto os números continuam os mesmos. Parece mesmo que o presente perdeu espaço para o futuro, que já é passado, e aquele vem insistente, constante, ameaçador. É como se ele não nos esperasse, como se tivéssemos perdido o controle – o futuro nos impõe sua vontade, e nós mesmos desejamos veementemente pelo futuro. E quem antes analisava horas, passou a contar os minutos, os segundos, os centésimos de segundo, os milésimos...
E o sistema passou a gerir-se por si só, como uma máquina programada para suprir toda e qualquer necessidade humana, contendo dentro de si um núcleo indefinido, sem destino, sem nenhum propósito. Este futuro insistente, que tememos e reverenciamos, como um novo Deus, que pode ser ao mesmo tempo a cura e a perdição.
Cabe dizer que o pensamento também perdeu seu espaço central, foi desviado, suprimido, tornou-se desnecessário. E o homem, no seu lugar, ergueu a nova ferramenta de dominação: o dinheiro, o capital. No fim são apenas números, e aqui os números mostram como o sistema assumiu o papel do homem e o homem foi reduzido à coisa – não a uma coisa/objeto de outro homem, mas do tempo.
A moeda se tornou universal, os números estão realmente controlando a existência humana. Há quem diga que isso não passa de especulações, de uma teoria visionária. Antes de tudo especular também é trabalhar com números, com dados, com fatores e com sistemas. É inegável que o futuro vem mostrando sua face originária e que o homem perdeu há muito o controle sobre a sua própria existência. Mas isto não passa de um pequeno cálculo, de uma perspectiva relativista, de um conteúdo especulativo, por que muito tempo se passou desde a primeira linha. O futuro é insistente.
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