© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
Juan Gatti nasceu em Buenos Aires, em 1950, e tem trabalhado como designer gráfico e fotógrafo desde a sua licenciatura. Começou na sua cidade natal, em 1978 foi para Nova Iorque, e, desde então, passou por Madrid, onde estabeleceu o seu escritório em 1985, depois de cinco anos a trabalhar como diretor artístico da editora musical CBS.
O extenso, preenchido e muito bem-sucedido percurso profissional de Gatti nunca o levou a querer sair da sombra dos grandes nomes para quem trabalha. Tem projectos para a Vogue e a Zara e a criação do poster do New York Film Festival, mas é provavelmente o trabalho que faz para Almodovar que se torna mais conhecido em todo o mundo.
A sua relação profissional com o famoso realizador tem quase vinte anos de duração, o que permite uma grande permeabilidade de estilos entre ambos. Por norma, Gatti começa a desenvolver o seu trabalho gráfico para os filmes de Almodovar praticamente na fase do guião, criando elementos de ambiente para os filmes e adereços. Terminado o filme, desenvolve os créditos e o material promocional.
Porém, recentemente Gatti sentiu que chegava ao fim de um ciclo e ao inevitável início de outro. Permanecer na sombra deixava de ser uma opção. Sendo assim, preparou uma exposição retrospetiva do seu trabalho, que inaugurou no fim de Novembro e esteve até dia 1 de Abril no Canal Isabel II. Esta exposição dividia-se em duas partes: uma focada no seu trabalho para o cinema e moda, entres outras áreas, a que chamou “grandes êxitos”, e outra, onde se pode fruir de uma experiência audiovisual, constituída por quarenta fotografias a preto-e-branco dispostas numa instalação de 360º.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
A exposição “Las ciencias naturales”, na Fresh Gallery, em Madrid, serviu como uma espécie de abertura da exposição retrospetiva, para deixar o público curioso e com vontade de ver mais. Inaugurou a 16 de Setembro e durou quase um mês e meio, e era uma mostra de 25 colagens inspiradas no trabalho realizado para Almodovar para o filme “La piel que habito”.
Trata-se de um projeto pessoal onde o artista explora a fixação pela anatomia humana, à semelhança da obsessão do cirurgião de “La piel que habito”, interpretado por Antonio Banderas, que procura alcançar uma pele perfeita.
Com uma estética que lembra as ilustrações do século XIX, quase como uma mistura entre o célebre livro “Gray’s Anatomy” de Henry Gray e as ilustrações do naturalista John James Audubon, as colagens de Gatti colocam, ironicamente, o homem despido de pele e defesas perante a Natureza e os animais. Segundo declarações do próprio Gatti ao “El País”, nas suas colagens podemos testemunhar um diálogo entre seres vivos, onde a vida flui numa certa procura do paraíso perdido. O contraste entre o homem desprovido de pele e a rica fauna e flora, deslumbrantes nas suas asas, penas e pétalas, pretende evidenciar a perfeição da máquina extraordinária que é o ser humano. Estamos perante a forma incrível como músculos, artérias, veias e ossos se articulam e tornam o homem vivo e a forma como este pode viver em comunhão com a Natureza.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
Gatti começou então um novo ciclo na sua vida, onde quer “expor e expor-se”, pelo que aguardamos expectantes novos projetos que surpreendam e desafiem o público como até aqui. Enquanto isso, podem conhecer melhor o seu trabalho através do site do seu agente, Michele Filomeno.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti.
©© "Las Ciencias Naturales", de Juan Gatti
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço sua participação que é muito importante para mim.