quarta-feira, 27 de junho de 2018

"O amor nos modela a todo instante"

Como o barro é para o oleiro, assim nós somos para o amor. Ele nos modela a todo instante para que a ideia se transforme na obra que potencialmente somos. Trabalha em silêncio, enquanto giramos no torno da vida. As circunstâncias que experimentamos não são outra coisa senão os movimentos das mãos do amor em nós. Incluindo. Retirando excessos. Burilando. Levando-nos a fornos de temperaturas altíssimas. Esmaltando-nos, com cuidado artístico. Devolvendo-nos a fornos ainda mais quentes para podermos cintilar depois. Para nos tornarmos os belos recipientes capazes de contê-lo e fazê-lo expandir.



© ANA CLÁUDIA SALDANHA JÁCOMO
In Cheiro de flor quando ri 1
(publicado em 7 de Outubro de 2010)

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