quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Professora Heloísa Helena Campos, para nós sua sapiência vai muito além da matemática, pois aprendemos também a "esperançar"!


Poesia Matemática
"Às folhas tantas 

do livro matemático

um Quociente apaixonou-se


um dia

doidamente

por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável

e viu-a do ápice à base

uma figura ímpar;

olhos rombóides, boca trapezóide,

corpo retangular, seios esferóides.

Fez de sua uma vida

paralela à dela

até que se encontraram 
no infinito.


"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.


"Sou a soma do quadrado dos catetos.

Mas pode me chamar de Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde a almas irmãs)


primos entre si.

E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz


numa sexta potenciação...

Foi então que surgiu 
O Máximo Divisor Comum


frequentador de círculos concêntricos,
viciosos. 


Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta


e reduziu-a a um denominador comum.

Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,


uma unidade... "
Excerto extraído do livro "Tempo e Contratempo",Millôr Fernandes. Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.
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Querida professora Heloísa Helena,
seus atos são divisores em nossas vidas.
Antes de seus ensinamentos achávamos que o ser humano muitas vezes só subtrairia o outro,
mas sua imensa generosidade nos fez multiplicarmos sonhos.
Muito obrigada, por tudo!

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