quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

"AS ARTES E A EVOLUÇÃO HUMANA"




A utilização das artes e a sua importância para o desenvolvimento de aspectos mais complexos, como a linguagem, a inteligência, a expressão de emoções, e consequentemente para a nossa evolução. Enfatizo que há muitos outros aspectos importantes para a reflexão e entendimento deste assunto, que merecem a elaboração de outros artigos.

Mãos em negativo, feitas há 13000 e 9500 anos , na Cova das Mãos ou Cueva de las Manos , caverna situada na Província de Santa Cruz, Argentina.

A Pré-História é uma época anterior à escrita, iniciada pelo aparecimento dos primeiros hominídeos, entre 1.000.000 até 4000 a.C. É dividida em três períodos, sendo dois deles fundamentais no surgimento das primeiras manifestações de arte: o Paleolítico Superior– aproximadamente 30 000 a. C (pinturas e esculturas, objetos feito de marfim, ossos, pedra e madeira); e o Neolítico – por volta do ano 10 000 a.C. (objetos feitos de pedra polida, início da agricultura, artesanato, construções feitas de pedra, início da arquitetura).

Umas das primeiras manifestações artísticas dos homens primitivos foram as "Mãos em Negativo", onde eles usavam carvão, sangue, ossos triturados e folhas de árvores como tintas, e como pincel eles utilizavam os dedos ou ‘canudos’ feitos de galhos de árvores ocos. Eles sopravam o carvão em cima das mãos e após retirar a mesma, ficava a parte sem o carvão ou outro pó colorido, em branco (mão em negativo).

Tais manifestações me fizeram recordar uma citação que li há um tempo: “Um dia, quando o contemplava pintando em seu ateliê e gemendo de dor a cada pincelada, Matisse perguntou: - Auguste, porque continua a pintar, com tanto sofrimento? Renoir respondeu simplesmente: "A dor passa, a beleza permanece". Pensemos na permanência dessas mãos no tempo. As mãos, que podem ser vistas como órgão do conhecimento e do reconhecimento do nosso mundo real. Nossos ancestrais deixam, assim, sua marca, como para “provar” que estiveram lá, e possibilitar sua continuidade e permanência. E nos revelam como um dos princípios da identidade da arte na nossa evolução.

The Seine at Asnieres (The Skiff), Pierre-Auguste Renoir, 1879.

É ela (a mão) que, desde o começo deu ao homem a sua marca pessoal, o individualizou, permitindo-lhe concretizar o pensamento através do desenho, das expressões plásticas, e depois pela escrita e outras manifestações. Sendo assim, os primórdios do surgimento da linguagem e inteligência. Ao apreender o externo e ser inspiradora e executora do pensamento, de traduzir o mental ou interno, simbólico, para o exterior e realidade, e assim, como refletido por Renoir, possibilita nossa evolução e permanência no mundo, da pré-história até hoje em dia!

Matisse, disse “Eu sinto através da cor”, assim, define sua arte usando a cor como principal elemento de expressão em suas telas. Teve como precursor aquele que pra mim revela uma arte apaixonante, Vicent Van Gogh, pois também usou cores intensas para expressar tudo o que vinha na sua alma, ou seja, a emoção enquanto cor!

Harmonia em Vermelho, 1908, Henri Matisse.

Painter on the Road to Tarascon, 1888, Vincent Van Gogh.

Assim, a arte pode ser entendida como um meio de comunicação, expressa e traduzida como a linguagem que faz entrar nas pedras, nas cores, nos objetos, nas palavras, uma série de sensações que traduzem diferentes significados existentes apenas através da percepção e interpretação de cada um, já existente há milhares de anos!

Além disso, existem muitas questões da neurociência, em relação a artes mais contemporâneas, como os achados sobre o quadro da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, onde já foi muito estudado aspectos sobre o nosso sistema visual. Enfim, também há outras formas diversas e noções de expressões artísticas, portanto ainda há muito que propor a refletir sobre a história das artes na nossa evolução, desde o seu o surgimento até a contemporaneidade. Fica para um próximo artigo. Essas são apenas, as primeiras pinceladas e impressões!

Por fim, recomendo o filme “A caverna dos sonhos esquecidos”, pelo diretor alemão Werner Herzog, mostra a Caverna de Chauvet, no sul da França, um dos mais importantes sítios de arte pré-histórica do mundo, reúne as mais antigas criações pictóricas da humanidade.



© obvious: http://lounge.obviousmag.org/psicologia_na_contemporaneidade/2014/11/as-artes-e-a-evolucao-da-especie-humana.html#ixzz4TTwEoVLv

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