Que o dinheiro é algo importante nessa vida não resta a menor dúvida. Com dinheiro podemos ter mais conforto, mais acesso a saúde e educação e ele pode nos fornecer uma boa dose de segurança. Uma pessoa sem dinheiro, que não possa ter suas necessidades básicas atendidas, certamente não tem como ser feliz, mas colocar toda a possibilidade de felicidade em cima do dinheiro não é algo realista. Devemos aprender a ver o dinheiro de acordo com o que ele realmente é.
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos teve um resultado sobre como as pessoas se relacionam com o dinheiro bastante curioso. Uma família que ganhava 80 mil dólares anuais, que morava num bairro cuja média salarial das famílias era de 50 mil dólares, se sentia muito feliz. Uma outra família que tinha renda de 100 mil dólares mas que morava num bairro no qual os vizinhos ganhavam em torno de 120 mil não se considerava feliz. Ou seja, não é a quantidade de dinheiro que traz felicidade. Dinheiro pode até criar condições de vida melhor, mas não é ele quem define a felicidade das pessoas.
Até certo ponto, para atender as nossas urgências, o dinheiro pode trazer felicidade, porém após esse certo ponto mais dinheiro não significa mais felicidade. No entanto, o que mais se vê são pessoas que hipervalorizam determinados bens materiais em detrimento de outros valores que são, sim, bem mais importantes para tornar alguém feliz. Valores como generosidade, afetos, respeito e autoconhecimento não são cotados nas bolsas de valores, mas fazem uma falta danada na vida das pessoas. Sem eles a pobreza impera e não há dinheiro que compense.
Enquanto não mudarmos o que valorizamos ficaremos presos e acharemos que precisamos de determinadas coisas que nos impomos para ser felizes. O bem material além da medida traz apenas uma alegria passageira e não uma verdadeira felicidade. Essa só pode acontecer quando mudamos a forma como nos relacionamos. A felicidade é sempre uma possibilidade, mas depende dos caminhos que vamos tomar. Nossa sociedade é esquizofrênica, ou seja, é dividida. Ela até prega valores subjetivos de real importância, mas na teoria, pois na prática corre atrás de valores falsos. A esquizofrenia jamais foi causa de felicidade, muito pelo contrário. A sociedade muda conforme nós mudamos. Quais são os nossos valores?
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