Umberto Eco, autor do clássico ‘O Nome da Rosa’, morre aos 84 anos
Eco foi pensador, filósofo, ensaísta, romancista e crítico literário.
Ele vendeu mais 30 milhões de livros entre ficção e títulos científicos.
Na noite de sexta-feira (19) foi anunciada na Itália a morte do pensador, filósofo, ensaísta, romancista e crítico literário italiano Umberto Eco. Ele tinha 84 anos e as causas da morte ainda não foram divulgadas. Segundo a agência France Presse, ele sofria de câncer. Eco era uma das figuras mais relevantes da cultura mundial dos últimos 50 anos.
No mundo inteiro Umberto Eco vendeu mais de 30 milhões de livros, entre ficção, crítica literária e títulos científicos sobre linguística.
"O Nome da Rosa" é o título mais famoso. Foi um sucesso também no cinema, contando com Sean Connery uma história de suspense passada na Idade Média que é também uma profunda reflexão sobre a passagem para o mundo moderno, a invenção da ciência e o fim dos dogmas religiosos.
O doutor em Filosofia pela Universiade de Turin participou do chamado Grupo 63 com a publicação de ensaios sobre arte contemporânea, cultura de masssa e meios de cmunicação. entre os trabalhos está o famoso "Apocalípticos e Integrados", de 1965. Pioneiro da semiótica, a ciência dos signos, Eco foi também um teórico da linguagem.
Umberto Eco tinha enorme facilidade de comunicação: antes de se tornar um filósofo e escritor renomado, escrevia sátiras sobre os costumes dos políticos italianos e a televisão.
Eco era um livre pensador preocupado com a liberdade de pensamento e expressão e era um ácido debatedor de temas como fé e dogma.
"Quando os homens param de acreditar em Deus, não quer dizer que não acreditem em nada: é aí que eles acreditam em tudo", é o lema de seu site pessoal.
Entre as obras mais recentes estão "O Cemitério de Praga", de 2010, e "Número Zero", publicado no ano passado.
Em entrevista a Ilze Scamparini no ano passado, o filósofo e escritor italiano falou do último livro, "Número Zero", que critica o mau jornalismo.
Umberto Eco foi também um dos grandes críticos da nossa era. Começando pela internet. Eco chegou velho à era do computador, da revolução da informação, mas se convenceu que a imensa liberdade da internet não torna as pessoas livres.
"Elas só ficam livres", dizia Eco, "quando aprendem as lições da condição humana". E isso só conseguem lendo livros. Eco era muito crítico também em relação ao papel dos intelectuais nas sociedades modernas. "Os intelectuais aparecem demais na televisão e como não tem as respostas para tudo, acabam dizendo um monte de besteiras", dizia ele.
Eco dizia que seria melhor aos intelectuais repetir o filósofo Sócrates: "Eu sei que eu não sei".
Fonte: O Globo
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