quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Mostra no CCBB traz um novo olhar sobre Mondrian

Acervo inclui obras do artista holandês que vão além das cores primárias

POR NÁDIA SIMONELLI; FOTOS DIVULGAÇÃO

Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul,1921, Gemeentemuseum, Den Haag

Não seria justo associar o nome Mondrian somente aos retângulos de cores primárias, delimitados por grossas linhas pretas. Por isso, a exposição Mondrian e o movimento De Stijl, que estreiou nesta segunda (25/01) no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, é fundamental para quem tiver interesse em conhecer outras facetas do artista.
Lírio Arum [flor azul],1908 – 1909, Gemeentemuseum, Den Haag
Moinho à noite, 1917, Gemeentemuseum, Den Haag

O holandês Piet Mondrian (1872-1944) iniciou sua trajetória em 1892, quando ingressou na Academia Real de Artes Visuais de Amsterdã. Mas foi somente em 1921 que ele concebeu sua obra mais famosa, a Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul.
Noite de verão, 1906-1907, Gemeentemuseum, Den Haag
Sem Título, 1900 – 1902, Gemeentemuseum, Den Haag

Antes dessa fase, Mondrian mergulhou nas características da pintura holandesa do século XIX, produzindo paisagens carregadas de cores escuras e até mesmo sombrias. Somente aos poucos, ele foi se aproximando dos outros movimentos artísticos, que fervilhavam no restante da Europa. À medida que o contato com os pós-impressionistas franceses ia se fortalecendo, os tons foram clareando e as composições ficaram mais ousadas e cheias de cores. Depois de experimentar as pinceladas de Van Gogh, o pontilhismo de Seurat e uma influência temporária do cubismo, Mondrian abstraiu a realidade e começou a buscar a essência da imagem.
Composição com Oval em cores planas II, 1914, Gemeentemuseum, Den Haag
Campanário de Zelândia, 1911, Gemeentemuseum, Den Haag

A exposição Mondrian e o movimento De Stijl permitirá que o público veja a trajetória do artista e descubra como surgiram os famosos retângulos coloridos. Mas, a partir daí, inicia-se uma segunda etapa, essencial para entender o que aconteceu entre 1917 e 1928, que mostra o cenário criado pela revista De Stijl (O Estilo). Era esse o veículo de comunição escolhido por um grupo de artistas, designers e arquitetos, para defender o neoplasticismo e a utopia da harmonia universal de todas as artes. Por meio de obras originais, maquetes, mobiliário, fotografias, documentários e publicações será possível entender esse olhar revolucionário sobre o mundo e as artes.
Composição com grid 8, 1919, Gemeentemuseum, Den Haag
Piet Zwart,1931, página da brochura Trio, Gemeentemuseum, Den Haag

Organizada pela Art Unlimited, a exposição reúne cerca de 70 obras, sendo 30 de Mondrian, e uma seleção de diversas manifestações do movimento De Stijl. Em 2016, a mostra será apresentada em quatro capitais, nas unidades do Centro Cultural Banco do Brasil, começando por São Paulo. Grande parte das obras veio do Museu Municipal de Haia, na Holanda, que detém a maior coleção do mundo de obras de Mondrian.
Composição com vermelho, azul, preto, amarelo e cinza, 1921, Gemeentemuseum, Den Haag
Cadeira Vermelha Azul, 1917 – 1923, design Gerrit Rietveld, Gemeentemuseum, Den Haag


Mondrian e o movimento De Stijl
Data: a partir de 25 de janeiro
Endereço: CCBB São Paulo - Rua Álvares Penteado, 112 – Centro, São Paulo, de quarta a segunda, das 9 às 21 horas
Contato: tel. (11) 3113-3651/3652

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