sábado, 7 de novembro de 2015

Top 10 de mulheres escritoras






Simone de Beauvoir


A mulher escreveu romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e até a autobiografia. Além disso, teve uma relação amorosa com Jean Paul Sartre, algo que foi benéfico para ambos, tanto pela troca de ideias entre eles quanto pela capacidade de pensarem o mundo e a humanidade.

Sua obra inclui “A convidada” (1943), na qual explorou dilemas existencialistas da liberdade, da ação e da responsabilidade individual, temas que retornaram em “O sangue dos outros” (1944) e “Os mandarins” (1954).

As teses existencialistas, acerca da responsabilidade individual, são debatidas em suas obras autobiográficas, “Memórias de uma moça bem-comportada” (1958), “A força das coisas” (1963) e “Tudo dito e feito” (1972).

Além disso, obteve grande destaque nos ensaios críticos “O segundo sexo” (1949), análise profunda sobre o papel das mulheres na sociedade, “A velhice” (1970), em que critica a sociedade no lido com os anciãos, e “A cerimônia do adeus” (1981), que proporciona uma homenagem a Sartre.

Clarice Lispector


 A carreira iniciada em 1943 com “Perto do Coração Selvagem”, foi variada, pois apesar de ter na poesia a maior fama, foi com os romances e os contos que sua verve literária mais foi desafiada.

Dessa forma, Clarice ganhou maior notoriedade em 1964 quando lança dois livros: “A Legião Estrangeira”, uma coletânea de contos, e o romance “A Paixão segundo G.H.”, que lhe rendeu elogios pela capacidade de falar da alma feminina, guardando-a ainda assim, em um mistério indecifrável.

Chegou a realizar muitas traduções de obras em inglês, mas sua carreira será sempre lembrada por “Laços de Família”, “A Hora da Estrela” e “Água Viva”, tendo sempre sido associada a autores modernistas como Franz Kafka, James Joyce e Virginia Woolf.

Emily Brontë


Apesar de ser conhecida pela obra “O Morro dos Ventos Uivantes”, essa escritora inglesa tem outras peculiaridades, pois teve outra irmã no mundo da literatura, Charlotte, que escreveu outro livro relevante, “Jane Eyre”.

Mas o fato dos filhos da família Brontë terem ficado órfãs muito cedo, fez com que comessem o pão que o Diabo amassou em colégios internos, tendo inclusive vitimado três outros irmãos da escritora. Sobraram apenas Emily, Charlotte e o irmão Branwell (que se tornou alcoólatra).

A famosa obra “O Morro dos Ventos Uivantes” não foi muito compreendida à época em que foi escrito, pela profundidade com que trata a paixão vivida entre Heathcliff e Catherine, mas é considerada hoje uma das obras de maior relevância da Inglaterra no século XIX.

Cecilia Meireles


A escritora brasileira é considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

Já aos dezoito anos escreveu “Espectros”, um conjunto de sonetos simbolistas. Foi importante também no mundo jornalístico, pois publicava diariamente em diversos jornais colunas sobre Educação. É dessa época a maioria de seus livros infantis: “Leilão de Jardim”, “O Cavalinho Branco”, “Colar de Carolina”, “O mosquito escreve”, “Sonhos da menina”, “O menino azul” e “A pombinha da mata”, todas obras de poesia.

Também escreveu obras adultas relevantes pela sua capacidade de se reinventar no mundo poético. São os casos de “Nunca Mais…” e “Poema dos Poemas”, “Baladas Para El-Rei” “Viagem”, “Pequeno Oratório de Santa Clara”, entre outros.

Virginia Woolf

Provavelmente a escritora mais importante do século XX. Virginia lutou para se aceitar e ser aceita pelos outros por conta de sua opção sexual e isso transparece em sua obra.

“Mrs Dalloway” (1925), “Passeio ao Farol” (1927) e “Orlando” (1928), bem como o livro-ensaio “Um Quarto Só Para Si” (1929), onde se pode ver a famosa frase “Uma mulher deve ter dinheiro e um quarto próprio se ela quiser escrever ficção”, são algumas das suas obras.

Biógrafos da autora relatam que seus irmãos podem ter abusado dela durante sua infância, algo que pode explicar a bipolaridade da escritora, que só poderia ser explicada muito depois de sua morte (por suicídio).

A relevância de Virginia Woolf é estendida além da literatura, pois também foi integrante do grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial, se posicionaria contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Deste grupo participaram, dentre outros, os escritores Roger Fry e Duncan Grant; os historiadores e economistas Lytton Strachey e John Maynard Keynes; e os críticos Clive Bell e Desmond McCarthy.

Jane Austen


A autora preferida de quem adora uma ironia. Também uma escritora que se mantém atual pelos assuntos tratados em seus romances.

Mesmo tendo passado mais de duzentos anos desde o lançamento de “Orgulho e Preconceito” o livro pode ser reinventado utilizando os mesmos personagens e os mesmos temas em épocas distintas da versão original.

A aparente inocência produzida quando se lê as primeiras páginas de qualquer livro de Austen se torna figura de linguagem na sequência, o que torna fluente qualquer uma de suas tramas.

Portanto, mesmo “Razão e Sentimento”, “Emma”, “Persuasão”, “Os Watsons” e “Northanger Abbey” são livros que contêm uma mensagem instrutiva, assinalam o bom comportamento e mostram uma espécie de experiência fictícia, mas sempre estão de acordo com a realidade e oferecem, por isso mesmo, uma história na qual os elementos que a constituem se prestam à veracidade dos fatos narrados.

Margaret Mitchel


Mitchell era jornalista, trabalho que rivalizou com o de escritora, processo que dificultou a finalização do famoso livro “… E o vento levou”.

A história da obra se iniciou quando a jornalista ficou doente e no período de convalescência aproveitou para escrever um pouco, mas desde este começo (1925) até a publicação do clássico foram dez anos. O fato de Margareth ter se divorciado e ser uma profissional em época de profundo machismo nos EUA facilitou para que a figura de sua protagonista fosse moldada.

Scarlett O’Hara faz o que for possível para sobreviver no período de Guerra de Secessão no país. Esta figura pode ser transportada também para a época em que a escritora vivia, já que estava no pós-guerra, tempos difíceis em que as mulheres tiveram que sair para trabalhar a fim de ajudar seus maridos.

O fato de ter sido filmado logo após seu lançamento em livro também criou essa tendência em Hollywood, algo que não pode ser desprezado como importante na história também.

Agatha Christie


A “Duquesa da Morte”, como ficou conhecida, foi uma profícua escritora de romances policiais ou de suspense. Sua obra passa dos oitenta livros durante seus 85 anos de vida.

Ela também criou famosos personagens como Hercule Poirot, Miss Marple,Tommy e Tuppence Beresford e Parker Pyne, entre outros, além de escrever sob o pseudônimo de Mary Westmacott.

“Assassinato no Expresso Oriente”, “O Caso dos dez Negrinhos”, “Cai o Piano”, “Noite sem Fim”, “Assassinato na Casa do Pastor” e “Punição para a Inocência” são apenas alguns dos livros que fizeram da autora uma das mais populares da Inglaterra.

Wisława Szymborska


A escritora vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 1996 não foi apenas relevante em sua terra natal, a Polônia. Muita gente se inspirou na maneira despojada e sarcástica com que Wislawa encarava a vida (e a morte).

O fato de ser uma crítica contumaz do regime autoritário que tomou conta da Polônia durante muitos anos fez com que ela traduzisse isso nos seus poemas.

“Convocação para Yeti”, “Poderia Ser” e “O Fim e o Princípio” são algumas de suas obras clássicas que nos fazem pensar sobre a existência e sobre o vazio que ela pode nos proporcionar.

De uma verve extremamente bem humorada, a autora disse, certa vez, sobre os poucos livros lançados: “Eu tenho uma lixeira na minha casa. Eu escrevo à noite. De dia, tenho o hábito irritante de reler o que escrevi para constatar que há coisas que não suportam sequer o teste de uma volta do globo.”

Isabel Allende


“A Casa dos Espíritos” é um livro forte, sob vários aspectos: é uma declaração de amor ao Chile, discute a espiritualidade existente nas pessoas, descreve o passar dos anos dentro de uma família (e nisso pode ser comparado com “Cem anos de Solidão” de Marquez), mas toca num assunto pouco mencionado pelos escritores de romance na América do Sul, a ditadura.

Allende, que é parente de Salvador Allende (presidente deposto no golpe de 1973), também escreve de forma muito apaixonada e poética. Basta ler “Paula”, livro de 1995 feito para a sua filha que estava em coma devido a um ataque de porfiria. Como a autora não sabia se a sua memória voltaria após a saída do coma, ela resolveu contar a sua história para auxiliar a filha a lembrar dos fatos. O livro passou a ser um retrato auto-biográfico da autora chilena. Sua filha morreu posteriormente.

Outros livros como “De Amor e de Sombra”, “A Lagoa Azul”, “Afrodite” e “Filha da Fortuna” fazem da carreira de Isabel Allende uma das mais importantes dentre as escritoras latino-americanas.

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