quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Apartamento carioca mistura arte e tropicalidade


O mar e a pedra que dá nome à região surgem na abertura do living, que tem sofá Allen, na Minotti por Atrium, mesa de centro Noir, da Érea, daybed da Christian Liaigre por Atrium e tela de Vik Muniz

Os cartões-postais se exibem, desinibidos, em várias direções. As casas do Rio de Janeiro levam essa vantagem de ter maravilhas naturais avistadas das janelas. Mas há muito mais: a farta luz do sol inspira olhares estrangeiros como o do arquiteto paulista Roberto Migotto a criar projetos commais liberdade cromática. De frente para a Pedra do Arpoador, tradicionalmente, o pôr do sol recebe aplausos dos mais emocionados. E esse expert dos interiores planejou para este amplo apartamento um mix que festeja tamanho astral. É como um refúgio para os moradores.

A sala de jantar leva tom coral na parede, destacado pelo lustre Zénith Sur La Lagune, design Philippe Starck, da Baccarat, e, ao redor da mesa Paralela, da Érea, cadeiras Vol Au Vent, da B&B Italia

Quando foi encontrado por eles, o edifício dos anos 1950 encheu os olhos pela planta generosa. Ao passarem por uma renovação com mínimas intervenções estruturais, seus 700 m² tiveram a arquitetura e os materiais de qualidade, como os parquets originais e o mármore Aurora Pérola, na varanda, preservados pelo profissional.

A obra de Djanira da Motta e Silva se sobressai sobre a cômoda antiga com muranos da KCase

“Emvez de quebrar tudo, reaproveitei. Seria imprudência eliminá-los”, diz Migotto. Na reforma,
a vista para o mar, antes interrompida por caixilhos pesados, recebeu guarda-corpo e panos de vidro que permitem vislumbrar um horizonte imenso na varanda. O corredor que dava acesso ao estar foi limitado no fim para dar origem à adega. No mais, tudo seguiu o pedido simples da família.
No fim do hall, tela de Carlito Carvalhosa, na Silvia Cintra Galeria de Arte, e potiches chineses Rouge-de-Fer, na Juliana Benfatti Antiguidades & Excentricidades, sobre a mesa de ofício portuguesa do séc. 19, na Arnaldo Danemberg

“Nosso desejo era uma casa com a leveza do mar, certa sofisticação, sobretudo contemporânea, mas atemporal. Queríamos também valorizar as peças do acervo familiar que fizeram parte da nossa vida”, conta a proprietária. Ela se refere à coleção particular que reúne o traço nobre de Djanira, um belo Alfredo Volpi, duas obras de Vik Muniz e preciosos Portinaris – seleção de peso da arte brasileira.
O quarto do casal tem papel de parede em nuance uva, na Orlean, lustre de Murano dos anos 1940, na Passado Composto, e peseira da Érea

Coral, verde e off-white surgem elegantes no estar, como uma base essencialmente tropical que estimula as escolhas seguintes. Algumas são coincidências felizes que vão ao encontro da composição – vide o lustre Baccarat desenhado por Philippe Starck, em tons cítricos. Outras foram herdadas, mas parecem colaborar com a paleta inicial, no traquejo de equilibrar passado e presente que é marca de Migotto.
As poltronas Mandrague, da Molteni&C, na Montenapoleone, destacam o verde da tela de Alfredo Volpi (na parede)

“Ele contemplou nossas expectativas de beleza e funcionalidade, respeitou gostos e objetivos”, diz a moradora. Para a varanda, ambiente que concentra a família em diversos momentos do dia, o arquiteto reservou um espetáculo único.
A varanda traz parede espelhada que duplica a vista inebriante do mar – chaises 241 Privè, da Cassina, na Montenapoleone, e poltronas da década de 1950, na Loja Teo, e Jansen, da Minotti por Atrium

As ondas fortes entram nos interiores em um interessante efeito: a parede revestida de espelhos reflete a vista, agora em 360 graus. Assim, o mar é obra de arte onipresente para receber amigos, ler ou apenas pensar na vida. “Ficou de uma leveza imensa”, resume Migotto, que gosta de se desafiar sempre em busca deinsights como esse, no Brasil e na Europa, para onde tem levado sua assinatura.
O hall de entrada tem obra de Vik Muniz e banco Iam, da Érea

Talvez, o fato de um paulista (com olhos atentos ao mundo) projetar um apartamento carioca para moradores que também não são do Rio tenha reforçado o magnetismo do conjunto. Afinal, todas as ideias seguiram o mesmo objetivo – encantar-se todos os dias coma Cidade Maravilhosa.
Ao fundo do living, o hall traz tela de Alfredo Volpi, sobre mesa de ofício portuguesa, da Arnaldo Danemberg, e, à dir., sobre a cômoda, muranos da KCas e tela de Djanira Motta e Silva.
O amplo estar mistura tons de cinza no sofá Allen, da Minotti, e de coral, em itens como a daybed de Christian Liaigre por Atrium
O lustre Zenith Sur La Lagune, design de Philippe Starck, da Baccarat, se destaca na sala de jantar, sobre a mesa de pergaminho, da Érea, e cadeiras Vol Au Vent, da B&B Italia - o ambiente é revestido por papel de parede da Orlean
A fotografia de Luisa Simons, na Galeria Silvia Cintra, é a estrela deste canto da sala de estar, que tem sofá Baltazar, da Érea, e poltrona Black, da Minotti por Atrium
Bandejas da Passado Composto Século XX, com estampas que retratam cenas do cotidiano carioca, levam humor à sala de almoço
No home office, a poltrona estilo George III, de couro em capitonê, é a protagonista.

Fonte: Casa Vogue

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