Ciências da natureza exigiu conteúdo
ao contrário de anos anteriores, a prova de ciências da natureza foi mais conteudista. Neste ano, para resolver as questões, era necessário mais conhecimento prévio de fórmulas. Além disso, caiu o número de questões que envolvia cálculos da regra de três.
O Enem 2015 abordou a dengue em duas questões: em uma delas, o candidato precisava compará-la à febre amarela em relação à existência de vacinas. O filme "Titanic" foi tema de uma pergunta de física, sobre o fenômeno ótico da miragem.
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, considerado "figurinha carimbada" no Enem, apareceu em mais uma edição do exame do MEC. Desta vez, porém, na prova de ciências da natureza, em uma questão interdisciplinar onde o seu poema "A bomba" foi associado à bomba de urânio.
Nas questões de química houve prevalência da química orgânica. Em uma delas, os candidatos tiveram que falar sobre os feromônios das abelhas e outra identifcar quais elementos vinham das fórmulas colocadas na prova.
Já em biologia, uma das questões pediu mais conhecimentos de primeiros socorros do que da matéria em si. Ela falava sobre o que fazer ao atender uma vítima de queimaduras. Outra questão de biologia falava sobre o efeito do oxigênio no sangue quando o corpo é exposto a altas altitudes.
Outra pergunta de biologia falava sobre microquimerismo e como mães carregam os células masculinas dos filhos após a gestação. Ela foi apoiada em texto do biólogo Alysson Muotri,publicada em sua coluna do G1.
Charge de Ziraldo usada no Enem 2015
(Foto: Reprodução)
Ciências humanas teve muita leitura
Nas 90 questões de ciências humanas, o Enem 2015 abordou um número grande de pensadores contemporâneos. A célebre frase de Simone de Beauvoir ("Não se nasce mulher, torna-se mulher") foi citada em uma questão sobre as lutas feministas da metade do século XX. O educador brasileiro Paulo Freire também foi tema de uma questão interpretativa sobre pensamento individual e coletivo. Outro brasileiro que apareceu nas provas deste ano foi o jornalista e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda.
Dois chargistas do Brasil também tiveram suas obras usadas como inspiração para questões. Uma charge do escritor e cartunista Ziraldo publicada em 1974 apareceu no Enem 2015 para ilustrar uma pergunta sobre o endividamento no período da ditadura militar no Brasil. Já o cartunista Amarildo teve uma charge como parte de uma questão sobre agrotóxicos no Brasil.
Entre os pensadores estrangeiros está Friedrich Nietzsche. Na questão que pediu conhecimentos sobre o filósofo alemão, o Enem perguntou sobre sua interpretação da filosofia grega. Outro alemão que apareceu na prova foi Max Weber.
Nas questões de história, o Enem abordou a crise imobiliária dos Estados Unidos de 2007, a economia chinesa e a posição da África no cenário mundial. Também caíram assuntos da atualidade, como as consequências dos ataques do Estado Islâmico a patrimônios históricos no Oriente Médio e a preocupação dos países com a segurança de dados, em relação à espionagem americana.
Além disso, houve questões envolvendo a Idade Média e o Descobrimento do Brasil.
Apesar da pouca prevalência, a prova de ciências humanas também pediu pelo menos dois mapas. Porém, não exigiu muito conteúdo prévio: era possível encontrar as respostas fazendo a leitura das imagens. Outro tópico mencionado no exame foi a crise hídrica em Minas Gerais – a questão relacionava-se à importância das veredas para o equilíbrio ecológico. O texto base foi retirado de uma reportagem do Globo Rural publicada pelo G1.
Fonte: G1
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