Localizado na zona sul da cidade de São Paulo, o Grajaú tem vocação natural para a arte urbana. Está aproximadamente a 30 km do centro da cidade e possui cerca de 92 km². É o maior distrito da região metropolitana e tem quase 500 mil habitantes. Parte da população vive às margens da represa Billings. Sua diversidade social propicia inúmeras manifestações socioculturais e a origem de novos artistas. Casa Vogue foi conferir de perto, numa visita guiada pelo projeto Transformações, toda essa produção criativa que não para de crescer.
Transformações: Arte Urbana e Cidadania
A sustentabilidade é a essência desse projeto. Há um ano, uma ação coletiva patrocinada pela Atento, idealizada pelo Atelier Pássaro de Papel e Via das Artes e com apoio social do Movimento Imargem, deu início a essa tarefa pautada em três objetivos: a revitalização de espaços públicos, o empreendedorismo e o desenvolvimento social. Assim nasceu o projeto. Foram convidados artistas urbanos brasileiros, reconhecidos mundialmente, para realizar intervenções nos muros do Grajaú.
O impactante e colorido grafite do artista Jerry Batista, produzido em março de 2015, fica na entrada do Jardim Eliana e faz parte do projeto Transformações
Alexandre Orion, Carola Trimano,Conrado Zanotto, Enivo, Jerry Batista,Matias Picón, Mauro Neri, Pas Schaefer, Tinho Nomura, Titi Freak eZezão foram os artistas parceiros do projeto. Eles produziram doze painéis, dez deles espalhados pelas ruas do bairro e dois em escolas públicas locais. Nesse último caso, houve a colaboração dos estudantes que também assistiram a palestras e participaram de oficinas sobre diversas técnicas de arte urbana, como stêncil, serigrafia e papel marché.
Na sequência de fotos acima, às margens da represa Billings, o artista Enivo grafitou essa grande parede em homenagem à comunidade do Grajaú, simbolizando a realidade da periferia.
Vale ressaltar que três desses artistas convidados são do Grajaú: Enivo, Jerry e Mauro (esse último foi um dos guias da nossa visita pelas ruas da comunidade). A primeira impressão que se tem é que o bairro é todo grafitado. Muros, postes, fachadas, portas, janelas e outras superfícies da paisagem urbana apresentam alguma intervenção visual, artística ou não. Logo na entrada do Jardim Eliana, fomos recepcionados (e surpreendidos) pelo belo e colorido megamural do Jerry Batista, que faz parte do Transformações. Tanto esse quanto os demais grafites produzidos para o projeto apresentam linguagens e temas variados.
O artista Pas Schaefer, por exemplo, deixou sua mensagem de natureza e consciência ambiental, intitulada Cérebro, um ninho de cobras, no muro de um pequeno sobrado no Jardim Gaivotas. Já o Enivo resolveu prestar uma homenagem à sua querida comunidade num grandioso mural, que remete à realidade da periferia, em frente à represa Billings. Enquanto isso, o uruguaio radicado no Brasil, Matias Picón, realizou o primeiro mural do projeto, em 2014, com sua estética fortemente influenciada pela cultura punk rock, que ele mesmo denomina como "psicodeliapunkjazzurbanatropical".
Nas fotos acima, num muro anônimo do Grajaú, em dezembro de 2014, o artista Mauro Neri deixou sua bela mensagem de arte-protesto... E, na nossa visita guiada, em 2015, o artista fez outra intervenção artística in loco e ao vivo
Em outubro de 2014, o artista Matias Picón realizou o primeiro grafite do projeto Transformações, usando sua linguagem de inspiração punk rock
Na sequência acima, o artista Conrado Zanotto produziu um grandioso e azulado grafite, ocupando toda a lateral de uma residência no Jardim das Gaivotas e tendo a colaboração de moradores
Nas imagens acima, com uma estética de cores mais neutras, o artista Titi Freak colaborou com o projeto pintando muros e participando de atividades escolares
No muro de uma das casas do Grajaú, o artista Tinho Nomura pintou a imagem de uma criança em grande escala, lembrando tantas outras que vivem na região
No bairro Jardim das Gaivotas, o artista Pas Schaefer grafitou a obra Cérebro, um ninho de cobras no muro de um pequeno sobrado (Foto: Bruno Mitih / Divulgação)
Muito além da street art
Em abril de 2014, o projeto Transformações deu início a várias atividades pedagógicas em duas escolas públicas do Grajaú, envolvendo estudantes, familiares e professores. O intuito é sensibilizar e mobilizar a comunidade escolar a atuar ativamente nas frentes do projeto, que são: revitalização urbana com murais de artistas emparedes externas das escolas;sustentabilidade com a inserção do projeto ao currículo escolar;desenvolvimento social e geração de renda com a participação dos alunos e de seus familiares nas oficinas artísticas do projeto; e integração social com a divulgação dos produtos e resultados do trabalho realizado pelas escolas. Além disso, os moradores do Grajaú vêm participando de oficinas de empreendedorismo, conduzidas por arte-educadores, com o intuito de aumentar as possibilidades de geração de renda para a comunidade local.
Nas oito imagens acima, a sede do projeto Transformações, onde ocorrem as oficinas, tudo respira e inspira street art: a fachada, as paredes, o ateliê e até a vista da represa Billings na cobertura do prédio
Outras iniciativas socioculturais vêm acontecendo na comunidade e merecem destaque: Movimento Imargem (coletivo que trabalha nos eixos arte, meio ambiente e convivência e tem desenvolvido vários projetos, como Cartograffiti, Encontro Niggaz, Mutirão Cultural, Flutuante Marginal, entre outros), Cia Humbalada de Teatro (ponto de cultura e peças teatrais), Coletivo Transação (desenvolve projetos culturais com a comunidade LGBT), Ateliê Daki (espaço que se propõe a ampliar o repertório cultural da população por meio das artes) e CAPS (Centro de Arte e Promoção Social do Grajaú que trabalha com poesia e literatura). Ou seja, o Grajaú não para de crescer criativamente ao som do cantor e compositor Criolo, filho e morador famoso da região.
Na sequência de fotos acima, uma explosão de cores, texturas e grafismos pelas ruas do Grajaú confirmam a vocação que a região tem para ser uma galeria de arte urbana a céu aberto.
Alexandre Orion, Carola Trimano,Conrado Zanotto, Enivo, Jerry Batista,Matias Picón, Mauro Neri, Pas Schaefer, Tinho Nomura, Titi Freak eZezão foram os artistas parceiros do projeto. Eles produziram doze painéis, dez deles espalhados pelas ruas do bairro e dois em escolas públicas locais. Nesse último caso, houve a colaboração dos estudantes que também assistiram a palestras e participaram de oficinas sobre diversas técnicas de arte urbana, como stêncil, serigrafia e papel marché.
Na sequência de fotos acima, às margens da represa Billings, o artista Enivo grafitou essa grande parede em homenagem à comunidade do Grajaú, simbolizando a realidade da periferia.
Vale ressaltar que três desses artistas convidados são do Grajaú: Enivo, Jerry e Mauro (esse último foi um dos guias da nossa visita pelas ruas da comunidade). A primeira impressão que se tem é que o bairro é todo grafitado. Muros, postes, fachadas, portas, janelas e outras superfícies da paisagem urbana apresentam alguma intervenção visual, artística ou não. Logo na entrada do Jardim Eliana, fomos recepcionados (e surpreendidos) pelo belo e colorido megamural do Jerry Batista, que faz parte do Transformações. Tanto esse quanto os demais grafites produzidos para o projeto apresentam linguagens e temas variados.
O artista Pas Schaefer, por exemplo, deixou sua mensagem de natureza e consciência ambiental, intitulada Cérebro, um ninho de cobras, no muro de um pequeno sobrado no Jardim Gaivotas. Já o Enivo resolveu prestar uma homenagem à sua querida comunidade num grandioso mural, que remete à realidade da periferia, em frente à represa Billings. Enquanto isso, o uruguaio radicado no Brasil, Matias Picón, realizou o primeiro mural do projeto, em 2014, com sua estética fortemente influenciada pela cultura punk rock, que ele mesmo denomina como "psicodeliapunkjazzurbanatropical".
Nas fotos acima, num muro anônimo do Grajaú, em dezembro de 2014, o artista Mauro Neri deixou sua bela mensagem de arte-protesto... E, na nossa visita guiada, em 2015, o artista fez outra intervenção artística in loco e ao vivo
Em outubro de 2014, o artista Matias Picón realizou o primeiro grafite do projeto Transformações, usando sua linguagem de inspiração punk rock
Na sequência acima, o artista Conrado Zanotto produziu um grandioso e azulado grafite, ocupando toda a lateral de uma residência no Jardim das Gaivotas e tendo a colaboração de moradores
Nas imagens acima, com uma estética de cores mais neutras, o artista Titi Freak colaborou com o projeto pintando muros e participando de atividades escolares
No muro de uma das casas do Grajaú, o artista Tinho Nomura pintou a imagem de uma criança em grande escala, lembrando tantas outras que vivem na região
No bairro Jardim das Gaivotas, o artista Pas Schaefer grafitou a obra Cérebro, um ninho de cobras no muro de um pequeno sobrado (Foto: Bruno Mitih / Divulgação)
Muito além da street art
Em abril de 2014, o projeto Transformações deu início a várias atividades pedagógicas em duas escolas públicas do Grajaú, envolvendo estudantes, familiares e professores. O intuito é sensibilizar e mobilizar a comunidade escolar a atuar ativamente nas frentes do projeto, que são: revitalização urbana com murais de artistas emparedes externas das escolas;sustentabilidade com a inserção do projeto ao currículo escolar;desenvolvimento social e geração de renda com a participação dos alunos e de seus familiares nas oficinas artísticas do projeto; e integração social com a divulgação dos produtos e resultados do trabalho realizado pelas escolas. Além disso, os moradores do Grajaú vêm participando de oficinas de empreendedorismo, conduzidas por arte-educadores, com o intuito de aumentar as possibilidades de geração de renda para a comunidade local.
Nas oito imagens acima, a sede do projeto Transformações, onde ocorrem as oficinas, tudo respira e inspira street art: a fachada, as paredes, o ateliê e até a vista da represa Billings na cobertura do prédio
Outras iniciativas socioculturais vêm acontecendo na comunidade e merecem destaque: Movimento Imargem (coletivo que trabalha nos eixos arte, meio ambiente e convivência e tem desenvolvido vários projetos, como Cartograffiti, Encontro Niggaz, Mutirão Cultural, Flutuante Marginal, entre outros), Cia Humbalada de Teatro (ponto de cultura e peças teatrais), Coletivo Transação (desenvolve projetos culturais com a comunidade LGBT), Ateliê Daki (espaço que se propõe a ampliar o repertório cultural da população por meio das artes) e CAPS (Centro de Arte e Promoção Social do Grajaú que trabalha com poesia e literatura). Ou seja, o Grajaú não para de crescer criativamente ao som do cantor e compositor Criolo, filho e morador famoso da região.
Na sequência de fotos acima, uma explosão de cores, texturas e grafismos pelas ruas do Grajaú confirmam a vocação que a região tem para ser uma galeria de arte urbana a céu aberto.
Casa Vogue
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