Autorretrato em 1967
Em 1995, o artista inglês William Utermohlen foi diagnosticado com Alzheimer. Apesar da doença devastadora - certamente uma notícia que ninguém gostaria de receber -, o pintor decidiu lançar-se a um projeto secreto.
Até sua morte, em 2007, ele dedicou-se a produzir autorretratos, com um período de diferença de aproximadamente um ano. Neles, Utermohlen documenta, com uma poesia e crueza impressionantes, o gradual declínio de sua mente, afetada por conta da doença.
Em um artigo, sua viúva, Patricia, explica de forma perfeita porque as obras a seguir são tão poderosas. "Nestas imagens podemos visualisar com uma profunda intensidade o esforço de William para explicar, através da pintura, as alterações em sua personalidade, seus medos e tristeza."
Para o expectador, é difícil precisar se as mudanças nos retratos se devem à perda de suas habilidades artísticas ou a mudanças em seu estado psicológico. Em todo caso, eles documentam a turbulência emocional de um artista observando a própria mente afastar-se gradativamente de si.
É a arte engrandecendo a vida, apesar de suas vicissitudes.
Autorretrato em 1996
Autorretrato em 1996
Autorretrato em 1997
Autorretrato em 1997
Autorretrato em 1998
Autorretrato em 1999
Autorretrato em 2000
Fonte: Casa Vogue
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