sexta-feira, 5 de junho de 2015

Retrospectiva de Zuzu Angel


De tempos em tempos, a vida, a obra (e a luta) de Zuzu Angel emergem dos arquivos e memórias de sua filha, a colunista Hildegard Angel, para os salões de exposição do País. Agora, Hilde reúne cartas e documentos que pertenceram à mãe, além de célebres croquis e vestidos, para a maior retrospectiva em homenagem à estilista que costurou o Brasil para fora numa época em que tudo o que vinha de dentro era considerado folclórico. “Quando todos obedeciam aos critérios americanos e europeus, ela pensava em padrões que atendiam ao Brasil”, diz Hilde. “Era uma heresia fazer isso nos anos 60, uma época em que ninguém vestia nada que tivesse a bainha um centímetro acima ou abaixo da medida de Paris”, completa a colunista.
Modelo americana usa criação da estilista no fim dos anos 70 (1969) (Foto: Acervo Editora Globo, Gilvan Barreto, André Seiti, Joan Marcus e Divulgação)


Aqui, com a filha Ana Cristina Angel, em 1971, ambas com vestidos da grife. Ao lado, look de sua coleção política do mesmo ano (Foto: Acervo Editora Globo, Gilvan Barreto, André Seiti, Joan Marcus e Divulgação)

Inédita em terras paulistanas, a trajetória de Zuzu também será narrada através de vídeos de momentos icônicos de sua carreira, como o desfile de protesto realizado em Nova York (1971) contra os algozes de seu filho, Stuart, preso, torturado e morto nos porões da ditadura militar na mesma época – depois de ter a certeza do assassinato do filho, a estilista passou a usar preto para mostrar seu luto, além de um colar com um pingente de anjo e um cinto de crucifixos.
Zuzu durante viagem aos EUA (1969) (Foto: Acervo Editora Globo, Gilvan Barreto, André Seiti, Joan Marcus e Divulgação)

Objetos e fotografias do ex-militante também foram apresentados quando Hildegard relançou sua marca, muitos pela primeira vez, assim como algumas estampas de Zuzu que não chegaram a ser produzidas. “São desenhos lindos que remetem às suas origens, em Minas Gerais, ideias que passeiam por conversas de comadre, barulho dos pássaros, motivos juninos, enfim, retratos de um estilo de vida que ela defendia. Tiramos do fundo do baú.”
Zuzu entre os filhos Hildegard, Ana Cristina e Stuart (1957); caixa e fita de embrulho da grife (Foto: Acervo Editora Globo, Gilvan Barreto, André Seiti, Joan Marcus e Divulgação)




Outros destaques que merecem ser vistos bem de perto – pois Zuzu não só criava, mas costurava e moldava nos mínimos detalhes como os grandes mestres da couture de seu tempo – são os vestidos de renda que fizeram sucesso na Bergdorf Goodman em 1972, primeira loja internacional a reconhecer e festejar sua moda prendada. Preste atenção no modelo “Rain”, de1967, com paetês prateados bordados à mão sobre gazar cor-de-rosa, feito sob medida para a bombshell Joan Crawford. (HERMÉS GALVÃO)

Este é apenas um trecho da matéria 'Costurando Zuzu'. Leia o texto na íntegra a partir da página 202, na edição de março da Vogue Brasil.
Cenas do filme de 2006, em que Patricia Pillar interpretou a estilista (Foto: Acervo Editora Globo, Gilvan Barreto, André Seiti, Joan Marcus e Divulgação)

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