O último poema
“Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.”
(Manuel Bandeira)
Manuel Bandeira quando jovem teve pneumonia e com isso passou a vida inteira com a ideia de que morreria em breve; mas viveu até seus 80 anos, muitos de seus poemas carregam a melancolia e a sensação de sempre estar a espera do pior.
Frases curtas, pensamento objetivo, liberdade no uso das palavras, simplicidade na escrita, ironia e a crítica são características do modernismo.
Ao mesmo tempo em que o poema nos mostra a realidade :
– “flores sem perfume”, “soluço sem lágrimas”, mas também inseri o improvável que é a ilusão.
Seguindo o título do poema, Manuel Bandeira nos indica como gostaria de ser lembrado e assim resume no último verso todo seu pensamento.
Seguindo o título do poema, Manuel Bandeira nos indica como gostaria de ser lembrado e assim resume no último verso todo seu pensamento.
Ao citar a paixão dos suicidas ele nos conta sobre a falta de sentido, sobre o paradoxo que é nosso caminho pela vida. Sobre ilusão e desilusão.
Somos convidados a pensar no que não tem explicação, no que há na falta de sentido e significado.
Sergio Jabur
Fonte:Psicologia em Palavras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço sua participação que é muito importante para mim.